Evento 01 - Temporada de Migração

Peguei o pote feliz, abrindo imediatamente e afundando um pouco dedo, lambendo para provar o sabor. Carmelita pulou para o meu braço e também pegou um pouco com a sua pata, começando a lamber animada, sorrindo docemente ao sentir o gosto gostoso do mel. Eram raras as ocasiões que a gata era vista tão feliz, e ela não se importou que tivesse gente olhando.

Fechei o pote e guardei quando terminamos de provar, comer tudo ali iria ser um pouco exagerado e poderia causar má impressão, e não poderia gastar tudo já que planejava usar o item para pegar algum pokémon selvagem. Olhei para a moça de cabelos azuis a minha frente, Vitória. Ela parecia não me reconhecer, mas eu não a culpava, não tivemos a oportunidade de conversar muito.

— Olá Vitória! Sou eu, Leona, acho que não se lembra de mim. — Dei um sorriso amigável, segurando Carmelita com as duas mãos, e quando ela terminou de lamber o mel, pulou para o chão e ficou com uma carinha satisfeita. Pelo menos agora descobri algo que acalmava os nervos da litten.

Ouço então outro cumprimento, me voltando para Benjamin e acenando sorridente.

— Olá Benjamin! Eu vou aceitar as dicas mais tarde, mas primeiro eu preciso ir procurar o pokémon. Não se preocupe com isso! Eu prefiro fazer isso sozinha para aprender, e não quero te atrabalhar também, deve estar fazendo pesquisas e coisas de criadores por aqui! — Dei uma leve mexida nos cabelos do garoto. — Eu preciso ir antes que fique muito escuro ou tarde demais para encontrar alguma coisa! Até logo Vitória, Benjamin. SUBARU, GUARDA UM POUCO DE LEITE PRA MIM.

O mel parecia ter ativado meus ânimos. Estava mais animada do que nunca naquele dia. Berrei para que Subaru me escutasse, voltaria para comprar o leite depois que tivesse encontrado algum pokémon legal para capturar. Peguei minhas coisas e a Carmelita e sai correndo novamente em direção a floresta.


Chegando lá, Carmelita desceu da minha mochila e ficou atenta. O escuro parecia não incomoda-la, e eu ainda conseguia ver um pouco a minha frente. Seria ruim ligar uma lanterna e assustar o pokémon que estivesse por perto, então optei por não liga-la. Peguei o pote de mel e pensei em como poderíamos usa-lo. Passei uma boa quantidade em um tronco de arvore e pulei em uma moita para esperar com a litten.

— Isso não é emocionante? Nós vamos tentar capturar nosso primeiro parceiro! Quem será que vai ser...

— Nyah! — Miou a gata, colocando a pata em minha boca para que eu ficasse quieta e observasse.

Ainda envergonhada do que havia dito e de como realmente havia soado, peguei o potinho que a jovem loira me entregou com extrema timidez. Minha mão estava tremendo e meu rosto se tornava vermelho ao pensar que estava sugerindo encantar algum interesse romântico com o mel; e piorou ainda mais quando ela me encorajou tocando a bochecha com a própria mão. Meu sorriso era mais do que nervoso e só queria voltar para o meio da floresta aonde eu não passaria vergonha. Ou, se passasse, ninguém estaria para ver!

Estava pronta para me retirar quando a outra cliente de cabelos castanhos, a qual estranhamente eu sentia um vínculo, me chamou pelo nome. Podia jurar que minha face, mantendo-se corada por toda a vergonha, agora estava espantada.


— A-Ah! Desculpe eu r-realmente esqueci... — QUE VEXAME VITÓRIA! Já não basta se queimar com a vendedora, ainda esquece dos outros! Isso explica eu sentir que a conhecia mas não sabia de onde. Na verdade, ainda não sei e não tenho a menor ideia para tentar contornar essa situação. — É que sabe... é-é que... — felizmente um garoto baixinho e gordinho chamou a atenção da morena.


Salva pelo gongo, imediatamente joguei o pote de mel na bolsa e me virei para o Heracross, dando leves empurradinhas para sairmos dali. Nami, que conversava com o Pichu, percebeu que eu estava de saída e despediu-se, saltando em sua cauda atrás de nós. Eu juro que os deixo provar do mel depois que estivermos longe de toda essa situação catastrófica para minha imagem. Eu não posso sair explicando que não lembro de ninguém, mas também não quero encontrar um "conhecido" que eu não me recorde!!

Eu literalmente deixei só comecei a tentar me afastar sussurrando para os dois pokémons que abriria o mel daqui a pouco e que deveriam segurar a vontade. Eu faria isso até que notei a barraca de frente para a do Apiário Sweet. Bem, na verdade era uma barraca de leite de fazenda, nada que realmente me chamasse tanta a atenção. O que trouxe o brilho no meu olhar foi um pequeno pinguim azulado que é a coisa mais fofa que já vi!


— I-Isso é um Piplup! — a surpresa ao ver o lindo pinguim me distraiu ao ponto de que esquecer que queria sair de perto dali, dando-me curiosidade o suficiente para me aproximar da barraca da Fazenda Hoshino. Tentei ficar frente a frente com o pinguim e me abaixar para vê-lo de perto, expressando extrema admiração perante sua fofura. — Ele é tão lindo!


Estranhamente sinto um déjà vu nessa cena... ela já não aconteceu antes...?

Seja como for, meu mundo simplesmente se focou unicamente em ver de perto aquele Piplup. Azurill, suspirando desanimada por querer o mel, comentou para com o Heracross que "Às vezes ela perde o foco mesmo.".



Somente cessou sua corrida em torno de Jessica quando esta lançou-lhe a pergunta importante. Sua cabeça balançou para cima e para baixo seguidamente em uma simplória confirmação de que sim. Ao responder olhou brevemente para trás somente para encarar a Heracross conversando com a Audino, antes que voltasse com seu olhar para a enfermeira.

Ouvi o insecto de folha falar, ele estava preocupado com sua mamãe...sei como é isso. Eu respondi "Talvez os Humanos possam ajudar, mas..."
Eu fui até ela, ela estava tão agitada...será que ela vai me entender? Ela é a minha humana, eu preciso que ela me entenda.

"Ellie" Chamei por ela.

- Drake! viu eles estão com fome! está se divertindo com seu novo amigo? Fico feliz! Eu estou animada que eles estão comendo! - Ela falou sem parar para respirar, está muito eufórica para poder me entender. Não culpo ela, eu amo ela assim desse jeito...mas gostava que ela parasse ás vezes, é cansativo acompanhar.

"Ellie, e-eu...eu preciso da sua ajuda. Não...o Sewaddle precisa da sua ajuda"

- Muito legal né? Eu sei - de novo.

"Viu?" Olhei para o pokémon em cima de mim, suspirando, eu não sei o que fazer, não...não sou capaz! Pressionei meus olhos tentando não chorar ou tremer por incompetência e quando os abri, me lembrei!

"Richard" Me aproximei do loiro com os olhinhos preocupados e triste.  "M-me escuta...por favor"

Como se já não fosse fofo o suficiente somente por existir, ainda acenou para mim para cumprimentar! Não sei como me manter erguida depois de ter o coração tão derretido pelo Piplup mais adorável que conheci! É, é sim o primeiro, mas isso não vem ao caso. Me surpreendi no entanto quando uma Ponyta também se aproximou de mim para me cumprimentar, assim como eu havia feito com o pinguim. Os pokémons deste garoto são tão simpáticos e amigáveis! Tenho certeza que se fosse Ace teria ignorado e começado a correr para bicar alguma coisa. Sem hesitar, movi lentamente minha destra para tocar levemente a face da equina e acariciar a lateral de seu rosto, retribuindo o cumprimento que recebi. Seja como for, me senti bastante acolhida por aqueles dois pokémons que nunca vi.

"Vitória?"
Oi?! E-Ele sabe meu nome? Simplesmente meu olhar, arregalado e confuso, foi direcionado até o loiro dono da barraca —que estranhamente estava vestido de Butterfree.
"Não está reconhecendo o Pollux...?"
Em seguida imediatamente encarei, com a mesma expressão anterior, o adorável Piplup. Eu deveria os conhecer...? Pollux... esse nome me é familiar.


Movi a destra que estendi para acariciar a Ponyta até meu rosto, forçando o dedo indicador contra minha bochecha. O olhar percorreu o horizonte vasto mas na realidade estava encarando a própria imensidão de minhas memórias; vasculhava cada canto enquanto feições de indagação assumiam o controle de meu rosto. Aquele garoto loiro... um Piplup... eu não sei de onde mas sinto uma conexão tão forte. Um sentimento forte, eu diria. Era alguém que eu admirei não muito tempo atrás e considerei um rival.

Associar a imagem de um garoto vestido de Butterfree com outro alguém que eu "conheci" não estava fácil, mas ao menos sua face se tornava clara para mim; era um garoto do outro lado do campo de batalha. Minha primeira batalha pokémon. Um calor subia por meu corpo e um forte sentimento de empolgação, aquele mesmo que senti nessa memória junto do treinador. As silhuetas na arquibancada e ao redor estavam todas escuras mas lentamente o campo de batalha era iluminado por meu esforço em recordar. Torchic corria pelo campo desviando de bolhas que um Piplup atirava em pleno ar, chegando até mesmo a girar em seu movimento. Era o Pollux e seu treinador era...


— SUBARU!! — em um pulo, sequer contive a animação que havia obtido ao relembrar de nossa primeira batalha. Simplesmente me virei completamente para MEU rival e firmei ambas as mãos em seus ombros, encarando-o diretamente nos olhos. As acinzentadas pupilas estavam brilhantes ao encarar as rosadas do menino. Eu sei quem ele é! Prometi que não me permitira esquecer isso! — Faz tantos dias que não te vejo! Esquecemos de trocar nossos números e nem pudemos marcar a revanche! — sinceramente minha lista de contatos ainda estava vazia; o único contato que adicionei desde que saí em jornada foi uma Ellie, mas sequer sei de quem se trata. — Q-Quase não te reconheci pela fantasia! — ao menos tentei arrumei alguma justificativa válida para isso. Ele não se vestia de pokémons quando o conheci.

Narração
para Ellie Green


Permanecendo em cima de Drake, atentou-se as respostas dada por sua "montaria". Agradeceu previamente apenas por Drake tentar o ajudar, mesmo sem garantias que daria certo. Como esperado não houve nenhuma calma por parte de Ellie, o que tornou a comunicação impossível e logo desistiram de tentar algo. A treinadora apenas se focava em assistir os demais Sewaddle's bebês comendo as folhas alegremente. A alternativa se tornou o fotógrafo.


Richard: Hm? — estranhou assim que notou a aproximação do Trapinch grunhindo. Abaixou momentaneamente sua câmera para tentar entender o que era dito pela formiga. — Está precisando de algo Drake?

Drake acenou com a sua cabeçorra indo até mim, pegou seu caderno da minha mochila e pegou os lapis de cera e voltou para perto de Richard, começando a desenhar.

Eu notei ele desenhando e me aproximei, falando. - Está desenhando o quê?

O pequeno começou a desenhar os bebés sewaddles todos juntos em monte, logo desenhando um sewaddle maiorzinho, botando uma capa de cavaleiro nele, falando que aquele era o sewaddle que montava nele, tudo isso na parte debaixo da folha. Logo desenhando em cima uma sewaddle grande e com asas de borboleta, ele não sabia como eram as mães dos sewaddles, mas supos que seria uma borboleta, colocando pontos de interrogação, pois estava sumida.


- Isso é...O SEWADDLE QUER EVOLUIR! - Me virei para o sewaddle montado nele. - Você quer evoluir né? mas não sabe como! eu te ajudo.

Narração
para Ellie Green


Curioso, assistiu todo o trajeto do Trapinch para recolher materiais de desenho com uma grande indagação em sua mente do que ocorreria a seguir. O mesmo pareceu ocorrer com Ellie que também se juntou para assistir a sequência de desenhos. No mesmo instante, discretamente, Richard aproveitou da câmera em mãos para fotografar aquele momento excepcional: um Trapinch se esforçando para conseguir desenhar algo. A surpresa era ainda maior ao ver que isso funcionava. O que parecia rabisco acabava tomando forma segundos depois, construindo sólidos desenhos para transmitir a mensagem almejada.

Assim que o chocalho foi associado aos 4 Sewaddle's também desenhados, uma noção clara do que significava era interpretada. O fotógrafo, desviando o olhar por entre o desenho e o que ele significava, tentava criar uma linha de raciocínio.


Richard: Então os 4 Sewaddle's que estão comendo as folhas são bebês. Isso pode explicar o porque de ainda serem tão dependentes. — confirmou a sua primeira teoria antes de passar para o desenho seguinte. Este se tratava de um único Sewaddle, o que indicava aquele que ainda estava em cima do Trapinch. O fotógrafo soltou uma pequena risada ao ver aquela capa vermelha sendo desenhada. — Entendi, então temos um super-herói aqui. — comentou sorrindo para a dupla de pokémons. O Sewaddle estufou o peito, orgulhoso de ter sido desenhado com uma capa. — E por fim...


No entanto o desenho final era um pouco confuso; Richard não reconhecia a ideia por trás de um Sewaddle com asas de borboleta. Com a interpretação final de Ellie, Richard de opôs.


Richard: Acho que não é isso Ellie... a forma final de um Sewaddle não é uma borboleta. — corrigiu tentando imediatamente acalmar a menina hiperativa. — Eu fotografei uma Leavanny um pouco mais cedo! Ela estava recolhendo folhas perto do lago e acabou posando para mim. Está aqui na memória... em algum lugar... — novamente voltou a ver as fotos antigas de sua câmera, selecionando a desejada e mostrando para todo o grupo. — Aqui ela! Essa é a evolução.


Não demorou um segundo sequer para o Sewaddle em cima de Drake reagir perante a foto, grunhindo alto ao apontar "Essa é a nossa mãe!". Graças a arte da formiga finalmente estavam próximos de trocar todas as informações com os humanos perfeitamente.