Evento 01 - Temporada de Migração

Eu e Carmelita ficamos paradas em silencio como duas felinas esperando algo acontecer. Confesso que estava ficando ligeiramente com sono, mas a litten estava imóvel e focada, seu nariz mexendo levemente, apreciando o sabor do mel na arvore e lutando contra a vontade de ir até ele para lamber.

Quando o matinho começou a se mexer, olhei para Carmelita e nos aproximamos mais da beirada da moita que nós estávamos, esperando o pokémon se revelar para iniciarmos uma batalha. Aproveitei para pegar a pokébola e deixa-la encolhida em meu bolso para quando fosse necessária.

Acho que me mantive ainda alguns segundos com as mãos nos ombros dele por conta de toda empolgação. Somente quando comecei a ser respondida que abaixei os braços, imediatamente pegando meu C-Gear para fazer a troca de ID's. Ace ficará extremamente feliz ao saber disso! Treinamos por um bom tempo para conseguirmos uma revanche e até mesmo Nami é capaz de batalhar agora. Será um incrível 2x2 que faremos no parque de bata-


— Hm? E-Ele? — curiosa sobre quem Subaru falava, segui a direção de seu olhar para notar o Heracross aguardando. Ah é! Nós temos que entregar esse mel antes que fique ainda mais tarde! — Na verdade ele é um amigo que estou ajudando. Estamos juntos desde o começo do festival e está sendo uma aventura bem divertida. — senti meu coração aquecer um pouco com a ideia que o loiro havia me dado; captura-lo para ter como companheiro na minha jornada tornaria tudo ainda mais divertido. Mas... ele parece ter objetivos aqui, então não posso fazer nada além de ajudar um amigo. — Inclusive tenho que voltar a ajuda-lo. Se não se importar, eu já tenho que ir...

— Azu? — o grunhido intrigante da ratinha ao lado dos pés do Heracross foi o suficiente para me chamar.


A pequena ratinha estava encarando algumas tigelas vazias ao chão para em seguida encarar as garrafas de leite. Com olhinhos suplicantes, saltou em sua própria cauda para alcançar o balcão e ficar frente a frente com o leite. Ela estava ainda com mais vontade de prova-lo do que o mel, visto que não se esforçou tanto assim para visualiza-lo. E algo me diz que o Heracross também parece interessado... as feições dos pokémons são fáceis de ler, afinal!


— Moomoo Milk da Fazenda Hoshino... você é patrocinado por essa marca? — ele ficou tão famoso em só uma semana ao ponto de ser um treinador patrocinado?! — Mas parece bem agradável aos pokémons. Acho que gostaria de levar uma. — ainda estava um pouco assustada pela minha teoria de Subaru ser patrocinado.



O doce mel chegou como um sonho acolhedor para as narinas de Ace, atordoando momentaneamente em ilusões saborosas que preencheriam todo o vazio de seu estômago; afinal, diferente de Nami que havia comido cupcakes feitos por Marine, o pintinho não comeu nada desde que chegou no lago. E por conta disso foi tomado por uma intensa adrenalina despertada ao roncar de seu estômago. De 8 à 80, aonde estava extremamente sonhador e tranquilo pelo aroma, se tornou uma fera esfomeada. Os olhos determinados ao ver que a Heracross foi na frente. Não compartilharia com ninguém algo tão maravilhoso como aquele mel até que estivesse totalmente saciado.

Suas patinhas se moveram com velocidade e o torso abaixado para correr ainda mais. Sua velocidade aumentava a cada segundo e não poupava esforços para não só ultrapassar a Heracross, mas como também alcançar logo a fonte e enfiar o bico no mel.

Sim, ele ignorou completamente a presença da enfermeira e da Audino. Se estivessem o seguindo ou não, pouco se importava naquele momento.

Sorri de volta sentindo o cafune dado pela pesada mão de Leona, e pensando que talvez poderia estar me deixando mais baixo... mas não tinha problema.

- Caso precise de mim sabe onde me encontrar! - Disse acenando.

Não havia percebido a moça de cabelos azuis, que parecia desconsertada e aliviada por eu ter interrompido a conversa. Corei sentindo-me muito envergonhado, pedindo desculpas e torcendo para ela ter me ouvido.

Me viro para Subaru sorridente, quando me cumprimentou de volta.

- Estou aqui passando só para saber como estão indo os negócios, e comprar algo para comer.- coloco a mão na pança torcendo para que ela não roncasse. - Não sabia que vendia mel também! Acho que vou comprar um pote... ou dois...

Envergonhado e com medo de olhares julgadores, fui até a moça de cabelo loiro, enquanto me perguntava porque tantas pessoas tem cabelos coloridos naquele lugar. Será que era tendencia?

- Ola senhorita... vou querer dois potes de mel, por favor.

Oh Deus, me esqueci do Chespin!

Quando olhei para cima ele parecia ter dormido. Ele não roncava mas fazia sons engraçadinhos quando respirava, com um "ches" quando inspirava e "pin pin pin pin" quando espirava. Lhe fiz um cafuné bem de leve e o deixei continuar a dormir.

Enquanto era atendido, me peguei distraído, olhando para as pessoas em minha volta. Principalmente na moça de cabelos azuis conversando com Subaru. Eles pareciam ser bem amigos.

— P-Pais?! Então você foi criado em uma fazenda?! — não contive a pergunta seguinte assim que toda a teoria de patrocínio foi desmentida, tomando lugar para o laço familiar que existia entre o loiro e a fazenda. Meu tom de voz, por mais que surpreso, não demonstrava qualquer ofensa ou discriminação, mas sim uma enorme admiração. Eu estava ainda mais encantada enquanto olhava o loiro e imaginava crescer naquele ambiente. — Você deve ter crescido cercado de tantos pokémons! Deve ter sido uma infância tão divertida! — um pouco sonhadora, me deixei levar pelas imagens de um enorme campo tomado por Miltank's, Tauros, Ponyta's e Mudsdale's.


As imagens de uma criancinha loirinha cuidando dos pokémons também surgiam em minha mente, elaborando diversos cenários incríveis que Subaru deve ter passado ao longo da vida. Com toda certeza gostaria de ouvir suas histórias até antes de iniciar uma jornada!

Enquanto estava sonhadora, Nami aproveitou de uma pequena quantidade de leite despejado em uma tigela para si. Ao experimentar teve vontade de não parar mais, no entanto acabou deixando uma quantidade ainda notável; não porque estava ruim, mas por querer compartilhar com o Heracross. Chamou-o com grunhidos, oferendo o restante para que provasse junto. Sem dúvidas a ratinha estava gostando da companhia calma —e talvez dramática— do Heracross, algo que ela simplesmente não suportava por faltar em Ace.


— Você precisa me contar histórias suas depois! — falei enquanto retirava a quantia dita pelo loiro de minha carteira. Achei um tanto caro, assim como o mel que acabei de comprar, mas no fim a qualidade de ambos os produtos compensa o valor. Entreguei diretamente para o loiro antes de pegar uma das garrafas. Olhei-a intrigada, chegando a uma nova ideia. — Acho que podemos fazer um combo de leite e mel em um copo... deve ser algo sensacional. — falei baixo, mais comigo mesma do que com alguém em específico. Quando levantei o olhar novamente para o loiro, sorri um pouco nervoso pelo o que pediria. — Subaru, poderia me emprestar uma tigela ou copo...? Algo do tipo? Acredito que estou no caminho certo para ajudar o Heracross!



Seu salto e velocidade permitiram que não só ultrapassasse a Heracross, mas como também fosse a primeira criatura daquela floresta a alcançar o mel. Era uma vitória para o pintinho. Sem qualquer receio lambeu todo o mel próximo de onde fincou seu bico, cobrindo totalmente a área melada com seu corpo. Estava tudo tão perfeitamente calculado que sequer parecia ter vindo de um plano de Ace. Havia mel pegado o mel somente para si, estava se deliciando com a doçura invadindo seu paladar e nada estava o ameaçando.

Mas bem, era de se esperar que algo desse errado. Quando terminou de provar do mel próximo de onde estava seu bico, tentou retira-lo e falhou no processo. Com um pouco mais de força tentou novamente e bufou incomodado enquanto mantinha-se preso. Por fim, as patas foram coladas na árvore e começou a tentar empurrar seu corpo para trás, fazendo o máximo de esforço para soltar o bico; era um bico pequeno para se enfiar profundamente em uma árvore, então esperava que conseguisse se soltar sozinho sem grandes dificuldades.

Estava atenta ao movimento da moita quando um vulto laranja passou correndo, pulando e enfiando o bico na árvore. Seguido por um belo pokémon besouro com um chifre magnifico. Torchic era um pokémon inicial da região de Hoen, então era muito provável que ele tivesse um treinador. Aliás, a Vitória não é de Hoen? Será que esse pokémon é dela? Só me lembro de te-la visto com um marill.

Carmelita colocou a pata na cara e fez um grande suspiro. O que era pra ser uma boa caça para a gata acabou se tornando um estorvo novamente, com aquele pintinho atrapalhando a litten s pular em sua presa.

Sai com calma da moita com as mãos pra cima, me aproximando lentamente para que a Heracross pudesse me ver sem se assustar.

— Olá! Eerr...Meu nome é Leona e eu acho que conheço a treinadora desse Torchic, é uma moça de cabelos azuis não é? — Perguntei me aproximando mais, chegando até o torchic e analisando a situação com uma mão no queixo. — Hmmm parece que está bem preso, eu vou te ajudar ok? prenda a respiração e relaxe.

coloquei as mãos gentilmente nas laterais do corpinho do pintinho, tomando cuidado para não apertar muito. Vendo a maneira que o bico dele prendeu me lembrou um prego que foi pregado onde não devia, então fiz movimentos leves pra cima e pra baixo e em seguida puxando para trás, com cuidado para não machuca-lo. O mel ali poderia servir para tira-lo mais facilmente também.

Carmelita por fim se aproximou da Heracross, olhando-a de cima para baixo, analisando seu chifre, pernas e braço com atenção. Ela então miou para chamar a atenção da pokémon inseto, olhando com um sorriso travesso no focinho e comentando "você parece forte, pode render uma boa batalha.", sua cauda ficou balançando, como se estivesse ansiosa para que ela aceitasse o desafio.

Olhei para o desenho de Drake e logo olhei para a foto tirada por Richard, o pokémon era muito bonito e maneiro..Então era para isso que evoluíam os sewaddles, eu não conheço as evoluções deles.

O pequeno Sewaddle começou a ficar mais agitado, eu só consegui pensar em uma coisa. - Você quer evoluir para isto? - Apontei para a camera com a fotografia.

Drake negou com a sua cabeçorra, apontando com o lapis para a borboleta com pontos de interrogação e logo em seguida para a fotografia.

- Pontos de interrogação...bebés, vocês estão procurando uma Leavanny? - Perguntei para os pequenos insetos, não sabia se era isso, mas decidi perguntar na mesma, logo olhando para Richard, ele entendia melhor que eu estas coisas.

Narração
para Hoshino Subaru, Vitória, Benjamin Poss e Marine Hosoki

Confortável com a presença da jovem azulada e sua Azurill, mesmo não participando da interação que ocorria entre treinadores, manteve-se no aguardo para retornarem ao objetivo primário do trio. Isento de expressões, assistia o reencontro até que ouviu ser associado com Vitória em uma relação de treinador e pokémon. Mesmo que desmentido imediatamente acabou se mostrando pensativo enquanto encarava a garota. Permaneceu assim por um tempo, indagando a si mesmo.

Se juntou próximo da barraca com a chamada de Nami para experimentar do leite, sequer pensando em negar por um segundo. Era sem dúvidas extremamente saboroso e terminou com o conteúdo na tigela mais rápido que a própria ratinha graças ao seu tamanho. Com um sorriso grunhiu agradecido.


Aproximar-se da barraca do Apiário Sweet resultava em uma fragrância inexplicável que atraía ao desejo de qualquer pokémon pelo doce mel vendido. O efeito também não era tão diferente em humanos, ainda assim; era saboroso e por mais que não muito nutritivo, adocicava o paladar sem qualquer dificuldade. O aroma espalhava-se ainda mais pelo ambiente graças a presença de um notável Combee sobrevoando a área e liberando seu Sweet Scent. Benjamin com toda certeza se sentia dentro de uma colmeia naquele instante.


Cecília: Um delicioso pote de mel para adocicar ainda mais a sua vida! Você e seus pokémons acharão delicioso, posso garantir. — com um amável sorriso, Ben foi recepcionado pela bela e gentil loira. Com uma altura até mesmo parecida, olhavam-se nos olhos antes do mel ser colocado na bancada. — São P$600.


Enquanto o comércio ocorria à solta pela entrada do evento, um pequeno vulto surgiu por entre as barracas. Foi questão de segundos para que, assim que fosse visto, começasse a causar um escândalo desenfreado pelo local, desencadeando gritos por todos os lados. Comerciantes estavam pasmos, fotógrafos que haviam feito uma pausa se mostravam incrédulos e jovens treinadores não continham suas emoções ao avistar aquele pokémon. Veloz e imparável, o vulto movia-se por entre as barracas, pessoas e pokémons na entrada do festival.

Os gritos começaram a se tornar comuns para Vitória, Subaru, Benjamin e Cecília. Ouviam principalmente "Eu pensei que ele era só um mito!!", ou "Não deixem ele escapar!", chegando por fim em "EU VOU PEGÁ-LO PRIMEIRO!!!". Uma multidão começou a se mover junto de onde este vulto passava, atropelando uns aos outros sem qualquer educação ou cuidado. Pokémons e humanos eram empurrados brutalmente e até mesmo chegaram a derrubar uma das barracas de venda; era um tumulto total se instalando na área comercial. Marine, que estava negociando com um vendedor de TM's, teve a infeliz surpresa do vulto passar por baixo de suas pernas e no processo ser empurrada pelos demais.

Toda a gritaria foi explicada quando o quarteto protagonizado pelos descritos anteriormente, até então na calmaria, visualizavam o pokémon que corria velozmente e atraía uma multidão atrás de si. Era uma larva amarronzada com uma grande pelugem branca cobrindo a parte de cima de seu corpo. Os olhos azuis claros brilhavam intensamente, assim como 5 chifres vermelhos e brilhantes como chamas saíam de sua pelugem. Não só raro, mas também mítico; um pokémon visto apenas em livros de história e contados por historiadores como um pedaço do sol que caiu na Terra.
Pokebolas eram arremessadas para tentar pega-lo mas conseguia desviar de todas, assim como alguns movimentos que tentavam o parar. Uma competição violenta estava se iniciando.

Narração
para Ellie Green


A comunicação estava melhorando a medida que perguntavam com calma e Drake conseguia responder com "sim" ou "não". Quando Ellie chegou finalmente na questão tão importante acabou recebendo grunhidos positivos do Sewaddle em cima da formiga, balançando a cabeça diversas vezes em concordância. Richard, tendo finalmente entendido toda a situação, guardou novamente a câmera com uma genuína expressão de calma.


Richard: Então finalmente as peças se encaixaram. Eu devo ter atrasado o percurso da mãe deles com a sessão de fotos e enquanto isso eles saíram do ninho com fome, por isso estavam a procurando. — falou o veredito somente por garantia do entendimento da situação. Afinal, Ellie ainda o encarava para ter certeza disso. — Só conseguimos nos entender graças ao desenho... parabéns Drake. Você é realmente um verdadeiro artista! Conseguiu transmitir muito bem a mensagem! — entregou ao menos um elogio e reconhecimento para o Trapinch visto que sua treinadora não o faria.


Os bebês Sewaddle's terminaram de comer as folhas frescas trazidas pela jovem, mantendo-se todos quietos agora que não sentiam fome. O Sewaddle mais velho, no entanto, ainda estava bastante enérgico em cima de Drake para ajudar como pudesse.


Richard: Acredito que à essa hora, a mãe Leavanny já deve ter voltado para o ninho e notado que seus filhotes saíram do lugar. Talvez precisemos a procurar pela floresta... — tomando a liderança da situação como um irmão mais velho faria, pensou em uma forma de resolverem o problema. Encarou seu pequeno pokémon filhote próximo ao pé. — Consegue se lembrar o cheiro da Leavanny? Se seguirmos seu faro poderemos a localizar em pouco tempo! — o fotógrafo realmente estava trazendo as soluções para a jovem esverdeada.

Lillipup: Woof woof! — levantou-se imediatamente para atender ao comando.

Richard: Use o Odor Sleuth e ache-a! — empinando a bunda para abaixar a cabeça, apontou o focinho para o chão e começou a farejar. O loiro olhou para Ellie e em seguida para as larvas. — Recolha todos os bebês pelo seu corpo novamente. Teremos de correr atrás do Lillipup.