Evento 01 - Temporada de Migração

Eu pensei que não pudesse ficar pior, mas quando vi as marcas arroxeadas pelo rosto de Pollux, senti uma grande pedra de gelo descer pela minha garganta e se instalar no meu estômago. Mordi o lábio enquanto pegava o Pokémon cuidadosamente. Eu estava arrependido por não ter tentado entender Pollux e ainda discutido com ele! todos os meus erros acabaram deixando-o naquele estado. Mas agora era hora de consertar tudo e o primeiro passo era curar Piplup.

A aflição era vem visível em meu rosto enquanto eu caminhava um pouco atrás do treinador do Zorua, em busca da tenda médica. Eu já estava ficando um pouco tonto de tanto virar o rosto para todos os lados possíveis, tentando encontrar quem pudesse ajudar Pollux. Acho que o meu nervosismo já estava começando exalar e deixar o garoto desconfortável, já que tentou iniciar uma conversa.

— Eu discuti com Pollux e ele correu para a floresta, topou com um Venipede e acabou envenenado... — eu contei, cabisbaixo, apertando um pouco mais Pollux contra o meu peito. — Eu pensei que ele estava só sendo egoísta quando tentou me impedir de capturar um Pokémon inseto, mas acho que ele tem algum tipo de trauma... eu acho que sou um péssiml treinador.

Munchlax caminhava um pouco atrás de mim, com seus grandes olhos arregalados também procurando pela tenda médica. Quando notou a expressão de Zorua, Munchlax apenas piscou, sem entender muito bem aquele novo Pokémon.

Sem nenhuma preocupação em sua cabeça, Windir aproveitava a caminhada e explorava a floresta. Estava sendo um pouco complicado para ela andar por ali, afinal, ainda era uma égua em uma floresta densa, mas nada que a impedisse de desbravar aquele novo ambiente; pelo menos, não eram as rotas em volta da fazenda, onde parecia chover mais em baixo das árvores do que na própria chuva. Quando o som metálico foi captado pelos seus ouvidos, a Ponyta elevou a cabeça, seguindo na direção do estranho som, curiosa.

Heracross parecia ficar ainda mais animado conforme guiava Vitória e seus Pokémons pela floresta. Acostumado com o amniente, o besouro atravessava as muitas árvores e arbustos com facilidade, mas não acontecia com a menina, o Torchic e a Azurill. Após mais alguns minutinhos de sofrimento, Heracross parou, afastando alguns arbustos e deixando que Vitória, Ace e Nami pudesse ver do outro lado. E a visão era linda.

Puderam ver uma pequena clareira em meio à floresta, iluminada por uma grande quantidade de luz solar que ondulava nas margens da floresta. Quase toda a clareira era tomada por flores de todos os tipos e cores, perfumando o ar em volta. Diferente do testante da floresta onde viam-se em sua maioria larvas, a clareira estava tomara por pequenos Pokémons amarelados que se pareciam muito abelhas. Eram Cutieflys, que voavam de flor em flor coletando polém.

Entretanto, havia um Pokémon que se destacava ainda mais. Coberto pela conhecida carapaça azulada, outro Heracross, recolhia flores animadamente; ele seria idêntico ao que Vitória estava seguindo, exceto por um detalhe em seu chifre: em vez das pontas, a extremidade chifre daquele Heracross tomava a forma de um coração, sinalizando que era uma fêmea. A azulada podia notar que o seu amigo Heracross olhava abobadamente para a fêmea, como se estivesse apaixonado. Talvez, enquanto para alguns Pokémons fosse a época de evolução e migração, para aqueles como Heracross que não podia fazer nenhum dos dois, fosse a época de procriar.


Heracross enfim parou de observar a fêmea e voltou-se para Vitória e seus Pokémos, começando a gesticular freneticamente enquanto tentava explicar a situação, apontando para ele, para a Heracross fêmea e depois fazendo um movimento com o chifre na direção de uma das árvores; o que aquilo significava, somente outro Pokémon poderia entender.

Marine não podia deixar de notar o quão a enfermeira parecia perdida em montar a barraca, o Audino carregando canos para auxiliar na montagem e ambos não obtiam sucesso. Pichu se aproximou mais da barraca, praticamente ficando aos pés da enfermeira, e olhava curioso para a garota de cabelos rosados , a morena, por outro lado, se aproximava mais calmamente.

- Ah, não eu, não estou precisando de atendimento no momento... - olhou pensativa para a barraca, caída novamente. - Precisa de ajuda com a tenda?