Evento 01 - Temporada de Migração

Felizmente para o Pokémon, Ace precisaria crescer pelo menos mais alguns metros para poder comê-lo. Quando deram a volta, puderam ver mais do inseto azulado. Ele era coberto por uma carapaça azulada e lustrosa, tendo mais de um metro de altura. Ele mantinha-se em pé com duas pernas e os seus braços estavam apoiados no tronco. Do topo da sua cabeça despontava um longo chifre, ladeado por duas anteninhas, mas que estava parcialmente enfiado dentro do tronco da árvore. Tratava-se de um Heracross preso em uma árvore pelo seu chifre.


Assim que viu Vitória e seus Pokémons, os olhos aflitos e lacrimejantes do Pokémon besouro voltaram-se para ela, enquanto grunhia e gesticulava afobado, tentando desprender-se da árvore.

Marine acompanhou a movimentação de Vitória e também se colocou em pé, apenas observou a garota pegar seu Azurill em pleno ar, Pichu olhava curioso para a situação que estava observando e Shinx permanecia entre os braços da morena.

- Combinado, que tal aqui mesmo? - Pichu foi até Marine, sorrindo, ansioso pela volta de Azurill para que continuassem com a brincadeira. Acenou em despedida da azulada. - Que tal aproveitarmos também e dar uma volta? Antes que esses doidos cheio de câmeras não deixem mais ninguém ver. ambos os pokémons concordaram, Shinx desceu do colo de Marine e seguiram pelo campo, se aproximando do local onde as larvas se encontravam, sem chegar perto demais e atrapalhar.

Agradeci mentalmente ao Venipede por não querer briga com Pollux. Ele ainda parecia muito abalado com tudo e, sem Windie, eu não teria como combatê-lo; e também não podia contar com Munchlax, porque ele só aparecia quando queria. Enfim, segui os pequenos Pokémons insetos para fora da floresta, vendo ao longe Leona desmontar tudo e guardar na barraca de Pikachu, seguida por aquela treinadora de cabelo verde, a Ellie. Parece que esse evento havia juntado várias pessoas conhecidas, faltava apenas ver a Vitória. Ao fim, decidi voltar à barraca, entretanto, parei no instante que senti o grunhido sofrido de Pollux, fitando o pinguim.

— Pollux? O que houve? — perguntei e ele apenas se encolheu em meus braços, com os olhos fortemente fechados. Não parecia mais medo, mas sim dor, o que me fez desesperar na hora. — Ah, Arceus... será que...? — lembrei-me na hora do Venipede. Sabia que alguns Pokémons do tipo venenoso podiam envenenar com apenas um toque, e aquele Venipede devia ser um deles. — Vamos voltar para a barraca e vejo se trouxe algum antídoto, ok?

Apesar da urgência, não corri. Sabia que, quanto mais um Pokémon envenenado se mexesse, mais dano o veneno causaria, então apenas caminhei rápido, segurando Pollux com todo o cuidado do mundo. Enfim, quando cheguei à barraca de Pikachu e abri o ziper, deparei-me com algo que eu não precisava agora. Enfurecido, gritei com o Pokémon.

— Munchlax! O que você está fazendo?!

Nesse curto espaço de tempo que Leona guardara tudo e eu demorei para chegar à barrafa, foi o sucifiente para Munchlax invadir e beber várias das garrafas de leite que eu pretendia vender. Munchlax estava deitado no chão da barraca, rodeado de garrafas vazias e, quando me fitou com o olhar sonolento, soltou um arroto, nem um pouco envergonhado. Bufei.

— Acho que não posso chorar pelo leite já bebido, né — reclamei, entrando na barrada e depositando Pollux cuidadosamente sobre um cobertor. — Munchlax, Pollux foi envenenado, me ajuda a achar um antídoto — pedi ao Pokémon, começando a procurar. Munchlax, apesar de sonolento, assentiu e começou a me ajudar.

Após cumprimentar o Trapinch, Windie voltou a caminhar ao lado de Leona, balançando a cauda e ostentando a sua bela fantasia de Butterfree. A Ponyta parecia bastante curiosa com os Pokémons insetos, principalmente os pequenos.

Os piados de Ace zombando da situação não ajudaram a acalmar o Heracross, que continuava balançando os braços e tentando soltar-se a todo custo daquela árvore. Vitória podia notar que todo aquele esforço impensado apenas estava causando mais dor ao Pokémon; e talvez o seu chifre pudesse até quebrar se não tivesse cuidado.

Porém, quando Vitória aproximou sua Azurill, que utilizou Charm, o Heracross fitou a ratinha fixamente, finalmente parando de mexer-se freneticamente. Pareceu ficar um pouco mais calmo, agora gesticulando em busca de ajuda.