Evento 01 - Temporada de Migração

Aquelas sombras e a audível comoção pegara a atenção de Hyosuke. Por conta disso, ele logo se virou para ver o que acontecia.

Era um lindo espetáculo... Ver todos aqueles Beautiflys voando com suas asas magníficas era inspirador. O pólen que caia de suas asas? Lentamente beijava cada flor ali presente. Essas flores já parecia se encher de alegria, mesmo que não fizessem qualquer movimento ou expressão. As que faziam isso eram os Pokémons tipo Grass da região, que ora assistiam o espetáculo também, e ora pulavam felizes com todo o pólen que recebiam.

Era lindo de se ver tudo aquilo, e Hyosuke estava muito emocionado com a beleza dos insetos daquele lugar. Realmente essa cena parecia ter tocado o seu coração, antes arrasado por aquela batalha. Parecia lhe encher de esperança.

Foi então que ele se tocou. Oshua estava em suas mãos. Pelo menos, sua Pokébola estava. E ele não tinha a oportunidade de ver aquele cenário? Hyosuke logo meditou suas responsabilidades como treinador... e decidiu correr para que seu Pokémon acordasse logo. Oshua TINHA que ver aquilo.

Onde é que tem um Centro Pokémon aqui?!

— Sim! E como as vias aéreas, que não importa a distancia, pode sempre unir as pessoas. É muito bom te conhecer Reiji! — Observei enquanto via o pokémon elefante majestoso comunicar com o seu treinador de uma forma única.

Enquanto caminhava passos rápidos corriam a minha direção e senti um pequeno peso em meu ombro. Carmelita tinha voltado, estava com uma face satisfeita e sentou-se na mochila com o peito estufado, abrindo os olhos e vendo o homem e o pokémon, confusa.

— Olá Carmelita! Como foi lá, você parece ter gostado do Zorua. — Falei para ela, recebendo miados como resposta "Não é como se eu gostasse dele, ele só é legal." — Reiji, essa é Carmelita, minha parceira.

Ela olhou para ele de cima a baixo e miou em um cumprimento meio seco. Logo nossos olhos foram iluminados pelos pokémons borboletas saindo da floresta, sinalizando que a migração já estava para começar.

— Aqui parece ser um bom lugar, que visão linda! — Peguei o poképhone para tirar algumas fotos e me sentei na grama, mas logo guardando novamente no bolso para não perder um segundo daquele espetáculo. Até mesmo Carmelita olhava com os olhos brilhando, admirada.

Minha expressão de felicidade pelos dois que gostaram da arte, se tornou uma expressão de raiva quando ouvi aquelas coisas vindo de Richard.

- Eu não possuia o direito de fazer, mas o fiz por um bem maior! Ao contrário de VOCÊ que me deixou sozinha na floresta! Eu estou com bebés Sewaddles e você preferiu ir ver o "falso Pokémon"...ocupado? Você simplesmente preferiu tirar uma boa foto ao invés de ajudar os sewaddles. . - Gritei com ele irritada, como que ele não entende que eu fiz isso para ajudar os Sewaddles?

- Vandalismo... - Apontei para os sewaddles pintados na tenda - Aquilo é ARTE!

Drake estava ficando nervoso, falando uns "Trap" bem baixinho para Richard e para mim, tentando acalmar todo o mundo do seu jeito, no entanto, seu nervosismo e falta de confiança o impediam de falar mais alto ou sequer agir, ficando no meio de ambos olhando para cima.

- Quer saber...não preciso de dar explicação para ninguém, muito menos você. - Disse para ele, sorrindo logo em seguida. - A Leavanny vai chegar logo logo quando vir a tenda pintada.

Mil e uma possibilidades se passam em minha cabeça de quais ações eu poderia tomar para tentar mudar o curso dessa discussão, mas nenhuma delas entra em prática. Tanto por meu nervosismo de tentar interferir na briga do pintinho com a besoura-azul, tanto quanto o receio de piorar ainda mais; isso é, se tiver como! O que era para ser um agradável encontro e declaração de amor se tornou uma extensa briga. E o pobre Heracross acho estava travado assim como eu...

Já as chamas que cobriam Ace também se acenderam em torno da fêmea, tornando-a tão irritada quanto o pintinho. No momento que o ergueu por meio das penas em sua cabeça meu coração apertou; não pelo Ace e não pela fêmea, mas pelo macho, o qual presenciaria uma briga feia.


— N-Não.. n-ão o irrit- pr-ov-provoqu-e mais! — o que eu tentei dizer? O nervosismo me fez atropelar entre as palavras ao perceber que foi uma péssima ideia tentar forçar Ace a ser um cupido. — CA-CALMA ACE!


Percebi que o bico do pintinho começou a receber um pequeno brilho que indicava o uso de seu Peck; sua face já estava em fúria e não responderia mais aquela abusada da Heracross que o tratava como bebê. Iria a nocautear com uma bicada direto em sua face para provar o quão "adulto" é.

A velocidade com a qual saquei a pokebola de minha bolsa -considerando que possuía apenas uma mão livre, já que segurava Nami em meu colo- foi semelhante a de quando chamei Ace para salvar a ratinha dos Tentacool's; por mais que com objetivos opostos, posso dizer que estou boa para pegar objetos no meio do desespero. Se da outra vez precisei de Ace para salvar o dia, desta vez o dia seria salvo desde que ele se mantivesse quieto na pokebola. O que, na maior sinceridade, era a vontade dele desde o começo.

O feixe de luz cobriu o corpo do pintinho instantes antes dele avançar com o Peck para atingir sua oponente. Seu corpo se desmaterializou no feixe vermelho e retornou para a pokebola antes que a discórdia aumentasse. Poderia até mesmo ser um choque para a Heracross fêmea saber que o pintinho já pertencia a alguém e não sendo um filho dela.


— Err... — ao perceber que eu seria o centro das atenções, já que retornei o pintinho, direcionei meu olhar para o macho. Ele me olhava e dava de ombros, sem saber o que fazer. A única coisa que pode salvar esse clima pesado é o leite da Fazenda Hoshino e o mel do Apiário Sweet! — É com você garanhão!! A RESPOSTA TÁ NAS SUAS MÃOS!! — literalmente. Se há uma forma de acalmar uma fêmea irritada, é com comida!

Narração - Ayn, Ellie

A participação da moça mais velha de cabelos em tons de vinho, a qual era a única a possuir a estatura e idade de Richard, fez com que o fotógrafo a encarasse diretamente nos olhos sem precisar abaixar a cabeça. Era um olhar de igual para igual, digamos assim. Dois adultos tentando chegar a alguma conclusão perante o delito cometido pela mais jovem. Era genuína a expressão do loiro de questionamento de quem era a moça que tentava defender Ellie; possivelmente uma amiga que suavizava o crime cometido. Mas a rigidez do fotógrafo não pareceu se abalar.


Richard: Um delito é um delito, não importa as intenções. — rebateu com rispidez. A jovem enfermeira até mesmo pareceu satisfeita com a ajuda de Ayn para se impor visto que faltava essa coragem por parte de Jessica. — Ainda estou aguardando alguma resposta que justifique tal desrespeito com um servidor público e sua tenda médica. — e seu olhar retornou novamente para baixo, aonde encarava Ellie.


O que parecia já complicado multiplicou-se infinitas vezes quando a resposta veio em alto tom. Devolvendo aos gritos assim como foi a chegada de Richard na discussão, Ellie se impunha para com o mais velho sem qualquer receio. O escancarar de olhos da jovem enfermeira junto de sua Audino refletia bastante o quão chocada ficou com a atitude da jovem. Outras reações notáveis foram as dos Sewaddle's no colo da jovem, que acordaram com a inquietação perante o ferver de seu sangue. Porém nada fizeram além de abrir os olhos e encarar a sua volta.

Por fim, Richard pareceu em choque apenas nos primeiros segundos. Logo foi tomado por uma aura tão irritada quanto, reacendendo a chama da discussão que havia se iniciado. Talvez o único desinteressado ora Vincent, que continuou a visualizar a arte nas tendas, agora junto do Cubone. Ao notar a pequena criatura abanando a cauda acabou por acenar, comentando que "É bem feito, não acha?".


Richard: Acha que eu fui tirar fotos de um tumulto que estava atrapalhando os insetos de migrarem?! Eu fui verificar a situação como o organizador do evento que sou, e principalmente responsável pelas ações de crianças delinquentes como você! — a raiva estava o tomando por completo. A suposição que Ellie disse o que Richard foi fazer no tumulto claramente havia o ofendido; era como se o taxasse de um mero curioso, desqualificando seu real intuito em resolver o problema. — Eu te deixei sozinha porque não pensava que era tão inconsequente quanto as demais crianças! Mas agora vejo que é tão EGOÍSTA quanto!! — reforçou a palavra em cada sílaba da palavra ao fim de seu grito.


A situação estava ainda mais desagradável do que quando começou, tendo agora as duas figuras -que continuavam se assemelhando a irmãos- elevando a voz um atrás do outro, escalando-a para ver quem possuía mais razão. Jessica estava completamente desconcertada e sem saber o que fazer. Quando sua Audino, ao ver que sua treinadora não aguentava mais aquela briga, se prontificou para interferir. Porém uns pequenos latidos se tornaram audíveis.

Um pequeno pokémon filhote, abanando sua cauda, se movia para fora da grama alta com empolgação. Estava latindo alegremente e se aproximando do grupo, principalmente seu treinador; estava latindo "Missão cumprida!". Subitamente, surgiu um grande inseto bípede e amarelado vestido com folhas verdes, o qual seguia o filhote. Era reconhecível pela foto que Richard mostrou para Ellie à uma hora atrás.


O filhote chegou confiante até próximo da perna de seu treinador, finalmente descansando depois de achar a mãe dos filhotes. Já a Leavanny, assim que avistou seus bebês, grunhiu chamando-os com a voz chorosa. As criaturas imediatamente se soltaram de Ellie e rastejaram pelo chão velozmente até alcançar sua mãe; até mesmo o Sewaddle mais velho que se colocava em cima do Trapinch, no entanto falou "Você estava certo! Ela está bem!" antes de se juntar aos irmãos.

O momento de reencontro com a mãe envolvendo todos os seu filhos entre seus finos braços era belo e, definitivamente, Richard teria amado fotografar caso não tivesse ficado tão irritado com a garota. O momento ao menos serviu para acalmar as tensões e encerrar a discussão.


Richard: Bom trabalho Lillipup. — agradeceu ao parceiro antes de retornar a atenção para Ellie. Com a voz mais baixa agora, mas ainda carregada de decepção, finalizou. — Eu sou o principal responsável por todas as ações de treinadores nesse evento, então você me deverá sim uma explicação ao fim da migração. Por hora esse assunto está encerrado.

... — Ayn se calou, agora com a cara um pouco fechada com um suspiro e com olhos meio fechados enquanto ouvia o fotografo gastar suas indignações na jovem. Não parecia ser a única que não concordava com Richard, com o olhar da enfermeira e até a reação de seu parceiro Vincent.


EEEEEEEE — O cubone solta um grunhido, seguido de um sorriso meigo para Vincent de aprovação, continuando a abanar a cauda um pouco antes de perder a atenção para o que se espreitava ao grupo, a mãe dos filhotes seguida do pokemon de Ellie. A reunião da Leavanny com os pequenos Seawaddles foi um momento mágico que parecia ter esfriado repentinamente a atmosfera do lugar, como o vento frio que encontraram ao sair da cabana médica.

Ohwn — o momento lembrada dos muitos reencontros entre donos e seus pets nas clínicas veterinárias que passou. Rhis ficou fascinado com o tamanho da Leavanny, bem maior do que imaginava pelo olhar do grafite de Ellie, até se assustou um pouco comparando a arte com o real, se aproximando devagarinho e examinando como podia enquanto os filhotes pulavam junto à mãe. Alí observava com certa curiosidade, inclinando a cabeça e olhando à sua dona com uma cara curiosa. Ayn notava claramente, talvez mais do que qualquer outra coisa naquele dia, sabia muito bem no que ele sentia no momento, afinal era um Cubone.

Com uma prolongada piscada, olhando novamente ao centro do conflito dali — Digo de novo.. — o meio sorriso sai de sua cara emborrada olhando ao fotografo, cruzando os braços e olhando para a cara de surpreso de Richard— não acho que dá pra punir algo assim. Foi a única boa ação que vi hoje aqui no lado de fora.

Eu ficava mais irritada a cada palavra dele! Adultos...sempre o mesmo! São todos iguais! Me chamando de delinquente! como ele se atreve?! Ele não é meu irmão nem meus pais, não tem o direito. Pouco me importa se ele é o responsavel do evento ou não, me deixou sozinha com o sewaddles!

Me perdi nos pensamentos e apenas apanhei um choque quando ele falou "Egoista".

- EGOISTA? EU?! VOCÊ QU- Fui interrompida pelo pokémon do loiro, que começou a latir de repente.

Assim que olhei, estava lá! A Leavanny. Os meus olhos brilharam ao ver os sewaddles descendo de mim indo até ela e a abraçando.

Drake grunhiu para o seu amigo e pela sua carinha, parecia bem feliz. Começou a desenhar no seu caderninho.

- Depois a gente fala. - Disse com uma cara nada amiga para ele. Logo vendo a linda cena dos sewaddles e da mamãe leavanny.

Narração - Todos

A acalorada discussão entre a jovem Ellie Green e o fotógrafo Richard cessou graças a chegada da mãe Leavanny, e assim permaneceu o silêncio perante a reunião da mãe com seus bebês. Estava agradável até se tornar audível o bater de asas por entre as mesmas árvores que os insetos saíam. Fortes e exuberantes, as asas carregavam os corpos das borboletas por entre as folhas dos altos galhos. O reluzir de tais asas eram o chamariz para ilumina-las na escuridão da noite; empenhadas, não ousavam atrasar um minuto sequer do horário.


O relógio no pulso do loiro apontou exatamente 21:00 horas. Com brilho em seu olhar, juntou-se aos demais para visualizar as borboletas sobrevoando-os até atingirem o centro do lago. Mas Richard, Ellie, Jessica e Ayn não eram os únicos privilegiados dessa cena encantadora. Em todos os cantos ao redor do lago esta mesma cena ocorria. O bater de asas intenso com o liberar de pólens brilhantes era sua despedida final do atual lar, deixando-o orgulhosamente para trás antes de se reagruparem no local desejado. O lago do valor, peça central do evento, era preenchido pelas dezenas -talvez até centenas- de diferentes espécies de borboletas. O valor de todo o seu esforço era medido pelo intensidade de cada brilho indivual; e naquele momento, parecia um festival com luzes de tamanha devoção.

Presenteados com espécimes de diferentes regiões, o evento se tornava mais completo do que em qualquer ano anterior: haviam 3 protagonistas deste espetáculo, os quais roubavam olhares a cada movimentar. Beautifly, Vivillon e Butterfree, por mais que semelhantes, eram tão únicos em cada movimentar que seus encantos não conseguiam ser descritos. E sem distinção agrupavam-se grupo a grupo sob o enorme lago, seu palco. Iriam se despedir antes de começar suas novas vidas como borboletas.




O voo começou baixo. Seus corpos, próximos da água, pareciam tão suaves como uma pena; vez ou outra os pés de algumas das borboletas tocavam com delicadeza a superfície do cristalino lago para um encanto ainda maior. Eram graças a suas asas que permaneciam no movimento em conjunto a todo instante. E o que faziam? Dançavam? Rodopiavam? O que desejassem. A realidade não trazia uma despedida ensaiada; era uma despedida verdadeira aonde cada uma expressava seu adeus ao lar que tanto viveram.

Nada ousava as perturbar durante sua apresentação. Os treinadores, maravilhados, variavam entre assistir ou gravar as cenas com aparelhos. Em especial a jovem médica não conseguia retirar os olhos do cenário; encantada, era como se estivesse hipnotizada.


Jessica: Elas estão... emocionadas... — estava vendo através de toda a beleza do espétaculo. Sua pokémon rosada a abraçou.


O que Jessica via era além de uma apresentação ao público. Havia, junto do pólen liberado, lágrimas escorrendo da face de algumas das borboletas. Estavam seguindo o fluxo dos movimentos com um grande pesar em seus corações. Quando cessaram o voo raso contínuo, ergueram-se acima das águas para um novo movimentar.

Não estavam mais rodando em torno da extensão do grande lago, mas sim trocando posições entre as espécies. Mais colorido do que antes, avista as diferentes asas de borboletas batendo em mesma sincronia era mágico. Felizes, rodeavam umas as outras antes de novamente trocarem as posições para alegrar as demais. Incentivavam sem receio uma às outras; seja se diferentes espécies ou não, estavam em conjunto para a despedida. As que choravam eram reconfortadas, e assim a alegria se espalhava a cada instante. Estavam sendo corajosas ao abandonar o lar em busca de um novo, e a cada incentivo brilhavam ainda mais. Afinal, seus valores eram confirmados em seus corações. Consequentemente, mais brilhavam.

A câmera nas mãos de Evan era tão vaga que o próprio garoto, de forma chocante, fechou a sua stream ao vivo. Sentia que transmitir o momento não era nem um pouco válido; o que sentia em seu coração ao assistir aqueles pokémons não seria algo capaz de transmitir por uma câmera.


Evan: Me arrependo de não ter tentado capturar um inseto. Eles são... — as palavras lhe faltaram enquanto conversava com seu Zorua. — É... você me entendeu.


Os momentos finais chegavam quando terminavam as trocas de posições. Haviam dançado ao redor do lago e espalhado seu pólen para fortalecer o lar que um dia foram criados, deixando-o para a nova geração que cresceria; também, incentivaram uns aos outros para tomarem a coragem final ao que fariam. Restava seguirem seu novo rumo.

As borboletas juntaram-se, independente da espécime, no centro do lago. Formavam o círculo perfeito da lua refletida à elas, preenchendo-a com perfeição antes de se elevarem aos céus. Em fila, seguiam unicamente na direção da lua. Seria ela quem as guiaria pela noite por toda a região de Sinnoh até que encontrassem um novo lar. Estavam unidas e seriam fortes o suficiente para a jornada que enfrentariam. Desbravariam o continente, sem hesitar. Um sentimento que moveu a grande maioria dos treinadores para chegarem ali naquele exato momento.

O fotógrafo, também organizador principal do evento e entusiasta da vida natural, puxou sua câmera somente neste momento. Haviam ocorrido momentos lindos que mereciam serem fotografados, mas para Richard só havia um: a foto perfeita que representava o sentimento de coragem para desbravar o mundo. E este era o momento.


Richard: A foto perfeita... — assim que as viu enfileiradas seguindo na direção que a lua apontava, fotografou.


O click final registrou a cena que ansiou a noite inteira para fotografar. Cada bater de asas se tornava mais distante a medida que o brilho da lua se sentia solitário no lago. A Migração estava completa.

Narração - Todos

O espetáculo recém apresentado por um aglomerado de borboletas haviam deixado grande parte dos treinadores desnorteados; era um encanto sem igual que retirava o fôlego. Muitos ainda encaravam o horizonte através da lua buscando encontrar resquício das borboletas, enquanto outros encaravam o lago como se aguardassem mais alguma apresentação. Aquele era o verdadeiro final? Deveriam aplaudir ou seria constrangedor puxar uma sequência de palmas e terminar sozinho? Não sabiam como prosseguir perante o que assistiram.

Foi neste instante que um aparelho pertencente a todos os treinadores no recinto apitou, além de vibrar. O C-Gear, aparelho distribuído para todos afim de permiti-los teletranspotar até o Entralink, trazia uma nova mensagem; exatamente como quando Richard os contactou na semana passada. Simultaneamente a mensagem se abriu mesmo caso optassem por ignora-la.

A mensagem mostrou o rosto conhecido pela grande maioria; loiro e com seus óculos escuros pontudos, Vincent fazia as honras. Expressões de surpresa tomavam a face dos treinadores perante uma mensagem direta de um dos homens mais importantes da Confederação Pokémon. Poderia parecer surpresa mas muitos sequer sabiam que o loiro estava no mesmo recinto.
Era uma mensagem gravada que o loiro apenas enviou-a, já tendo programado anteriormente.

Mensagem Recebida escreveu:

"O que achou do espetáculo? É uma maravilha que a natureza nos proporciona, não concordam? Eu amo assistir apresentações como essa! E, acredito que você também, já que veio até este evento para tal. É por isso que convido-o para participar do 1° Concurso Pokémon que ocorrerá em Veilstone City, que terá início no dia x/03! A cidade está a uma rota de distância deste lago, nada que um dia de viagem não resolva. Estou contando com apresentações fantásticas tanto quanto o que acabamos de assistir! Este é o momento de se Estrearem para o Mundo!"

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Quando a mensagem terminou de ser transmitida em todos os C-Gears, o ânimo retornou para a maioria dos treinadores; haviam um objetivo claro de onde ir e como se tornarem famosos, graças a oportunidade de palco que lhes era concedida. Alguns não aguardaram segundo sequer para se dirigirem até a saída do evento, entretanto alguns ainda ficariam nas proximidades do lago caso tivessem algo a resolver. No geral, o local começou a se esvaziar rapidamente.

O próprio Vincent conversava com alguém em seu celular durante a transmissão de sua mensagem gravada. Estava de saída visto que resolveu tudo o que pretendia; visualizou a confusão, acalmou Richard, e divulgou seu concurso.


Vincent: Pegue leve nas punições que dará aos nossos encrenqueiros mirins. Eles tem um potencial incrível e eu ficaria triste de não os ver no meu palco. — seu comentário direcionado a Richard foi rápido e instrutivo. Talvez até um pouco imponente pelo tom de voz adotado. Porém, assim que terminou de instruir Richard, olhou para Ellie. Sua expressão era difícil de ler graças a seus óculos. — E conto com sua presença artística no meu palco. Não terá oportunidade melhor para que apreciem sua arte, isso eu te garanto. — mesmo que enigmático, sorriu ao final. Desejava realmente a participação de Ellie.


Sua despedida contou apenas com um aceno rápido para o grupo composto por Richard, Ellie, Jessica, Ayn e seus pokémons, tal quanto a mamãe Leavanny. A celebridade simplesmente seguia até a saída aonde seguranças e uma limousine já o aguardavam.

Os olhos de Leona se encantaram ao ver a beleza daquela cena. Até mesmo Carmelita estava impactada, ela subiu na cabeça da treinadora tentando ver o mais perto possível aquele espetáculo.

— Wooow, é tão lindo! — Ela exclamou, os olhos brilhando junto com os da pokémon que a acompanhava.

A garota não tirou nenhuma foto do momento, não parecia precisar. Era uma experiencia unica que estaria guardada com ela e com Carmelita pelo resto de sua jornada, e elas teriam uma imagem própria dentro de suas mentes.

Assim que a maravilha terminou, Leona desejou silenciosamente uma boa jornada para todas as belas borboletas, que pudessem encontrar um bom lar sem problemas.

Levantou-se e se alongou um pouco, sentindo o C-gear apitar. Pegou o aparelho do bolso e olhou o anuncio, já teriam um próximo objetivo para perseguir. Leona ficou animada com a ideia de um concurso pokémon, talvez ela e Carmelita pudessem tentar participar ou somente assistir ao show. Sua mente já começou a trabalhar em possibilidades.

Então ela se virou para Reiji para se despedir.

— Isso foi incrível! Mas agora precisamos voltar a por os pés na estrada, eu e Carmelita ainda temos muito o que aprender. — Ela sorriu, olhando para a pokémon em sua cabeça que estava com um sorriso tranquilo no rosto, e era possível ouvir seu ronronar. — Você vai para esse concurso? Vai ser muito bom nos encontrarmos de novo.