Evento 01 - Temporada de Migração

Narração - Ayn, Ellie

O grupo composto pelas 3 mulheres e seus pokémons, além da larvas selvagens, saiu da tenda em conjunto. O ar fresco imediatamente invadiu a jovem médica rosada e Ayn, trazendo uma verdadeira paz após longos minutos de atendimento incessante. De frente para a barraca havia o grande lago que seria o palco principal da migração em alguns minutos, e a vista estava perfeita dali; seria um bom local para assistirem a migração com calma. Ao redor de todo o campo mal haviam pokémons insetos. A maioria que não conseguiu evoluir retornou para dentro da floresta esperar o ano seguinte, enquanto que os evoluídos estavam saindo de seus casulos para o momento final. Definitivamente, o ar fresco citado carregava essa sensação de renovação.

A jovem enfermeira moveu-se para alongar o corpo antes de olhar para os lados buscando algum sinal da Leavanny. Havia prometido que ajudaria Ellie ao terminar os atendimentos, e agora estava cumprindo. No entanto seu corpo travou paralisada no instante em que, ao tentar procurar a Leavanny ao redor, passou o olhar pela lateral de sua tenda médica. Os olhos se arregalaram e as delicadas mãos se moveram para tentar cobrir os lábios que se abriam.


Jessica: I-Isso é...! — parecia a beira de um surto ao ver a pichação feita em sua branca e limpa tenda médica, a qual era a única responsável.


Simultaneamente com a saída do grupo da barraca, uma dupla de loiros bastante conhecida se aproximavam da tenda médica enquanto conversavam diretamente. O loiro menor, trajando seu fedora e roupas monocromáticas cinzas, estava um pouco mais cabisbaixo que o normal que lhe era conhecido; parecia decepcionado com tudo o que aconteceu momentos atrás. Era fácil reconhece-lo graças a mensagem que enviou aos treinadores, que trazia junto seu perfil para caso quisessem conhecer Richard de antemão. Era o fotógrafo responsável pela coordenação e preparo do evento.


Já o outro loiro, mais alto, definitivamente era ainda mais extravagante quando perto do fotógrafo desprovido de cor. Os trajes rosados complementados por um casaco de penas eram uma explosão visual de um dos homens mais famosos da Confederação Pokémon, também modelo em diversas revistas e recorrente na mídia para qualquer tipo de programa. Vincent, admirado por diversos treinadores que tiravam fotos do homem de longe, estava tentando animar o mais jovem.


Vincent: Em eventos de grande porte como esse, que abriga mais de 50 treinadores desconhecidos, é normal que ocorra algum problema que saia de nosso controle. É sua primeira vez como staff de algo grandioso deste nível e precisa erguer a cabeça para lidar com os problemas. — sua consultoria parecia repleta de emoções verdadeiras perante suas próprias experiências. E, talvez, estivesse mesmo com a razão. — Precisa pensar que não ocorreu nenhum dano grave e se firmar nisso. Nas próximas vezes teremos uma segurança maior para garantir que os pirra- — corrigiu a si mesmo ao notar que falaria outra palavra. — os jovens e irresponsáveis treinadores estejam sob controle. — seu tom de voz, por mais que dócil para consolar o loiro, trazia um pouco de inspiração.

Richard: Eu só estou mesmo decepcionado... não achei que colocariam um evento grande desses a perder por um pokémon.

Vincent: O que te preocupa é a mídia, correto? — antes que o fotógrafo pudesse responder, o coordenador continuou. — A Confederação irá suavizar essa notícia para torna-la menos escandalosa. Não precisa se preocupar que nada cairá sobre você.

Richard: Na verdade o que mais me preocupa é a migração em si, e se isso não assustou os pokémons... mas ainda assim agradeço os esforços. — ao perceber que Vincent permaneceria tentando motiva-lo acabou por aceitar logo suas investidas, deixando de pensar no problema anterior. Ergueu a cabeça para frente e ao avistar a enfermeira, notou-a chocada encarando a própria tenda. — O que ela está olhando...?


Juntos, ambos os loiros encararam diretamente a tenda médica que estavam se aproximando. A reação imediata do fotógrafo foi um grande espanto, arrumando o próprio óculos de grau para tentar verificar se realmente estava visualizando uma pichação na tenda. Já o coordenador era bastante pragmático; difícil de se ler, graças aos óculos escuros. Mas estava definitivamente surpreso com as faces de Sewaddle pichadas.


Richard: I-Isso é...!




A enfermeira dos cabelos rosados estava apaixonada pela fofura das faces das larvas. Já o fotógrafo, completamente irritado pela falta de respeito que os jovens estavam apresentando naquele evento. E, por fim, o famoso coordenador admirava os detalhes daquela expressão de arte.

A saida da tenda medica foi mais do que um alívio, lugares abafados não era algo de costume da jovem treinadora, a tenda por onde se passara dezenas de treinadores e pokemons se comparava com uma praia ardente de meio dia, ainda por cima com os mesmos tapando a entrada em fila para serem atendidos. A onda de ventos frios lhe dera calafrios, fechava os olhos como se banhasse com aquilo, logo após a vista do lago com suas aguas um pouco mais calmas, com poucos reflexos de luzes que davam até pareciam um céu azul estrelado.

O pequeno cubone logo abraça a perna de Ayn, parecia apreciar juntamente o momento de alívio certo que soava no ar seguido de um bocejo bobo e um grunhido fino, exagero ou não foi uma longa noite afinal — O que...? — a atenção do momento completamente se foca na pequena aprendiz novamente, que parecia um tanto surpresa — Mas como isto acontec- nem ouvimos nada!! — um desenho de sweadles parecia ter intrigado a todos, talvez não fosse possível ter escutado nada além dos xingamentos e frustrações momentâneas da fila médica.

Olhando para o lado oposto dois adultos quase da mesma idade que Ayn, observavando juntamente o ato e com expressões distintas — Devem ser autoridades.. — murmura Ayn com sigo mesma — não espera.. É o fotógrafo Oficial do evento! — com uma expressão erguida, logo lembrara do jovem profissional, o mesmo mandara mensagens sobre o caos que ocorria enquanto.. bem.. os dois dormiam que nem pedras no hotel — ooh isso não pode ser bom.. para a enfermeira — imaginou enquanto pegava o pequeno cubone em seu colo.

— Tá que eu que pedi a batalha, mas é você que tá achando um máximo ter derrotado alguém... que começou agora. — Hesitou um pouco, já que a primeira palavra que veio à sua mente foi " alguém tão fraco", mas ele nunca diria que é fraco. De jeito nenhum. — E outra, quando um não quer, dois não brigam. Se você sabia que era tão forte assim, podia ter só ignorado.

E ainda Evan teve a audácia de recusar o prêmio. Claramente o desdenho a Hyosuke era imenso, e isso só fazia o sangue do garoto ferver ainda mais.

— Evan, né? — Falou consigo. E só isso. Ele certamente não esqueceria esse nome tão rápido. É o que pensava enquanto colocava a Pokébola de Oshua no bolso e procurava um Centro Pokémon ou algo do tipo.

Narração - Vitória

Assim que ouviu aqueles pios saindo da boca de Torchic, os dois Heracross ficaram boquiabertos. Eles nunca imaginaram que uma coisa tão pequena podia ter tanta raiva dentro de si.

Mas o cúmulo para a Heracross foi ser chamada de chata e desagradável. Agora quem estava com raiva era ela. Só que a paciência dela não era o suficiente para apenas retrucar.

Com os olhos em chama, seu espírito de lutadora aflorando, a Heracross puxou o Torchic pelas penas no topo de sua cabeça: como um puxão de orelha para seres desorelhados. Foi aí que ela começou a dizer diversas coisas, como que "VOCÊ VAI FICAR DE CASTIGO!" e "COMO OUSA FALAR ASSIM COM ALGUÉM MAIS VELHO?".

O Heracross, é claro, estava absolutamente perdido. Ele olhava para aquela cena sem qualquer ideia do que fazer. Foi por isso que ele se virou para Vitória, levantando as mãos e dando de ombros, com uma expressão de completa confusão.

Permaneci quieta quando notei que a enfermeira estava olhando para a obra de arte que eu fiz, provavelmente estaria muito chateada comigo por isso, no entanto, a situação piorou quando Ayn viu também. Havia me lembrado que tinha assinado com um "L" na tenda e estava cheia de Sewaddles, iriam associar facilmente a mim.

De repente chegou o Richard co-...espera...aquele é!!?

Meus olhos abriram ao ver a figura na minha frente, era ele! Vincent! O que ele está fazendo aqui?! Relaxa ellie...ele não reconheceria você, só o vi uma vez na vida e apenas me aprensentei junto com os meus pais, o vi em uma festa de ricos de black city, meus pais amam essas festas inuteis e sem sentido. Minha mãe iria amar ver ele de novo, afinal, ela é uma colecionadora de revistas, posters e outras coisas que não quero mencionar do vincent.

Ao ver como as diferentes pessoas reagiram, fiquei muito feliz, mesmo que Richard tenha dito "Inadmissivel", meu lado "rebelde" amou essa frase, estas eram todas as impressões que queria que a minha arte tivesse: Adorável, Artistico e Inadmissivel.

Olhei para Drake e pisquei o olho para ele, o mesmo me olhou com seus olhinhos brilhantes, não entendi o que ele quis falar, mas não foi uma cara triste nem nervosa, é um bom sinal.

- Vocês deveriam estar muito ocupadas lá na tenda não? - Respondi para Ayn, que tinha falado sobre elas não terem notado a arte do lado de dentro.

Narração - Ayn, Ellie

A paixão momentânea da enfermeira pela arte feita em sua tenda ocupou seus pensamentos por alguns segundos, fazendo-a se direcionar para Ellie com convicção do trabalho da jovem. Estava parecendo realmente encantada com as faces fofas dos insetos que foram ilustradas, praticamente tornando a barraca temática para o evento. Entretanto a pokémon rosada da enfermeira não parecia estar satisfeita com o que viu, mostrando uma expressão de desaprovação para Ellie e seu Trapinch.


Jessica: Você fez tudo isso enquanto atendíamos os pacientes? — estava verdadeiramente chocada com o empenho da garota. Haviam se ocupado tanto com a fila de pokémons a serem tratados que sequer notaram o tempo passando; ou mesmo os desenhos sendo feitos. — Isso é um grande talent-

Richard: Talento?! Isso é vandalismo, não talento! — a voz se elevou enquanto o loiro se aproximava em fúria.


Assistir o fotógrafo, tão amigável e calmo em suas aparições, caminhar como uma fera até as jovens era até mesmo intimidante. Suas recorrentes feições dóceis estavam distantes, permitindo apenas que a raiva tomasse conta de sua face, esta dirigida exclusivamente para a menina dos cabelos esverdeados. Sua pisada era forte -e provavelmente um artifício que estava usando ao ser tomado pela raiva para intimidar ainda mais- e, assim que chegou perto, posicionou ambas as mãos na cintura. Sua estatura o fazia olhar diretamente para baixo caso quisesse encarar Ellie nos olhos.

Toda a sua chegada era autoritária, tão quanto sua pose. Estava legitimamente expressando sua raiva com todo o peso que caia em suas costas como organizador principal do evento. E, se já estava incomodado com a baderna causada por Evan, agora teria de lidar com outra delinquente juvenil.


Richard: Ao me separar de você, disse que iria resolver um problema! E então você decidiu criar um outro enquanto eu estava ocupado?! — imediatamente brigou com a menor sem segurar seu tom de voz. Mas por mais que parecesse grosso, visualizar aquela discussão do lado de fora era como assistir dois irmãos discutindo; Richard estava completamente desapontado com a ação de Ellie e a repreendia severamente. — O que te deu na cabeça para fazer uma pichação em um patrimônio público?!

Jessica: N-Não acha que está pegando um pouco pesado...? É a-apenas um desenho fofo. — com uma voz extremamente baixa, a tentativa da jovem enfermeira em apaziguar o conflito demonstrava o quão desconcertada com a situação ela estava. Jessica havia gostado mas, ao ver a reação de Richard e de sua Audino, concluiu que talvez estivesse equivocada.

Richard: Você pediu para ela fazer essa arte? — abaixou imediatamente o tom ao se dirigir a enfermeira.

Jessica: Não...

Richard: Então ela não possuía o direito de fazer o que fez. — finalizou a pequena discussão com Jessica antes de novamente voltar a encarar Ellie. Ainda com as mãos na cintura, aguardava a resposta. — Espero que tenha uma boa justificativa.


Enquanto Richard tomava a frente de todo o problema, como deveria afinal, Vincent se mantinha caminhando calmamente sem retirar o olhar das artes. Os detalhes estavam captando mais a sua atenção do que a discussão que ocorria.

Narração - Leona

A empolgação compartilhada pela dupla em sincronia perante Galar foi como criar um laço forte em segundos. Ambos, conectados como os trilhos de trem nas terras de Galar, haviam um ponto forte em suas histórias que se entrelaçavam a um único lugar. Talvez fosse mera coincidência, mas Reiji ter chamado Leona para acompanha-lo foi algo intenso que criaria uma boa amizade.

Tão apaixonado quanto Leona em conversar sobre a região, calou-se e ouviu com extrema atenção os relatos que eram contados pela morena. Era a vez da jovem compartilhar sua história, a qual também se assemelhava em grandes pontos com a de Reiji. Abriu um grande sorriso ao perceber que estava basicamente encontrando uma irmã caçula perdida.


Reiji: Ambos seguimos os passos de nossos pais e aqui estamos! Compartilhando nossas vivências graças a habilidades mecânicas. O mundo realmente é como trilhos que se ligam uma hora ou outra. — compartilhou seu pequeno ditado com alegria. Talvez tudo realmente estivesse ligado a trilhos para que um dia cruzassem o mesmo caminho. Com alegria, Reiji encarou seu parceiro rodando na frente da dupla. — Não concorda, Donphan?


O pokémon elefante rodando como um pneu não apresentou uma resposta grunhida graças a forma que se movimentava, mas tratou de corresponder ao girar em torno de seu próprio eixo; talvez Leona não soubesse o que aquilo queria dizer, mas Reiji sabia interpreta-lo. No entanto subitamente o Donphan cessou seus giros e retornou a forma original ao esticar a tromba, encarando as árvores próximas.

Belos pokémons arroxeados com patas azuladas se moviam por entre as copas das árvores, grunhindo em conjunto enquanto soltava polens ao bater de suas translúcidas asas. Suas antenas pretas balançavam ao vento e os olhos avermelhados encaravam unicamente o lago ao luar que tanto aguardavam. Em conjunto, as dezenas de Butterfree's saíam das florestas aonde evoluíram para começarem seu ritual de migração. Era uma bela cena para Reiji, Leona, Donphan e aos demais treinadores ali próximos serem sobrevoados por belas borboletas soltando pozinhos brilhando ao luar.
Carmelita, a Litten de Leona, também pôde assistir a cena ao localizar sua treinadora, podendo se aproximar caso desejasse.


Reiji: Acredito que não conseguiremos chegar na tenda médica antes da migração começar... mas podemos assistir daqui. — sugeriu sem que tirasse os olhos das belas criaturas o sobrevoando.

Narração - Hyosuke

Dizer que estava ignorando todo o "choro" de Hyosuke sobre sua derrota era pouco para descrever a cena; Evan, mexendo no celular, sequer olhava para o ruivo enquanto este terminava seus discursos sobre a derrota. Não recebeu qualquer resposta ou aceno do moreno. Completamente ignorado, decidiu procurar um centro pokémon, porém antes acabou confirmando o nome do oponente para que memorizasse. Foi somente neste instante que recebeu novamente a atenção do moreno.


Evan: Exatamente! Eu sou Evan e é só seguir o canal Evanpranks para mais conteúdos! — só queria se promover mesmo. Ao fazer isso voltou os olhos para seu celular.


O Zorua retornou para perto de seu treinador e cutucou-o para que retirasse os olhos da tela momentaneamente. Ao fazer isso, avistou a quantidade imensa de borboletas passando por cima de sua cabeça. Chocado, no mesmo instante começou a gravar como podia para fazer stories com a cena.

Já o ruivo, ao começar a se afastar, reparou que havia sombras se formando acima de sua cabeça. Em segundos diversos treinadores próximos apontavam para cima e pareciam todos esbasbacados em como a natureza poderia ser bela. Borboletas com corpo pequeno e acinzentado, eram destacadas principalmente sua longa probóscide enrolada em frente ao corpo enquanto sobrevoava as pessoas. Suas asas eram impecáveis na quantidade de detalhes e variações, tornando cada Beautifly ainda mais bela por sua exclusividade. Durante seus vôos direcionados ao lago deixavam que polens se soltassem para nutrir o solo, possivelmente um agradecimento final ao lar que possuem antes de começarem a migração.

O clima fora da tenda médica começou a ficar tenso, levantando sua voz e se aproximando, Richard encara Ellie e a questiona sobre o delito da jovem de cabelos verdes. O tom de voz chega a assustar o pequeno cubone que se encolhe mais contra sua dona que se encontra um tanto nervosa.

Observando ,melhor o belo desenho, percebe-se que não fora feito por maldade, pelo contrário, acha que era um tributo fofo dos sewaddles que carregava. — Ok... pode até ter sido algo sem autorização...  — faz uma pequena pausa com uma tosse de nervosismo — mas não acho que foi algo mal-intencionado — Encara o outro organizador e para a jovem enfermeira incerta com sua imposição —Não acha?


Uma leve brisa parece bater nas folhas nas arvores, as pausas entre nossas falas doíam nos ouvidos, folhas pareciam fazer um barulho maior nas arvores, alto demais para ser o vento? Difícil dizer tudo parecia tão alto naquele momento. O cubone logo larga a perna de sua dona ficando de pé próximo ao Audino e olhando o desenho sem demonstrar muita reação na sua face mas abanando o rabinhoo devagar.