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Vitória
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Jornada - Página 2 Empty Capítulo 03 - Saldo Positivo, parte 1

Mensagem por Vitória Qua Abr 17, 2019 1:26 am

Jornada - Página 2 RVB1ZOg

CAPÍTULO 03 - Saldo Positivo, parte 1

Sunyshore City, Sinnoh

Caminhar para o oeste de Sunyshore era a única opção em busca de se explorar Sinnoh, tendo como alternativa um caminho aquático que não levava a nada de interessante. Restava agora, de acordo com o mapa, seguir para o coração da região: Mt. Coronet. O que impressionantemente conseguia ser visto de onde eu estava. Não era atoa que consideravam-na a cadeia de montanha mais alta do planeta. Imaginar que em alguns dias poderia estar a escalando... não que fosse meu real objetivo enquanto nesta região mas seria algo a se aproveitar.

Deixei para trás os raios de sol que marcavam Sunyshore em plena luz do dia, talvez próximo de meio dia. Havia passado uma tarde no Parque de Batalhas, conhecido algumas pessoas que me recordo vagamente e dormido no hotel; que inclusive não tenho palavras para descrever o conforto daquele apartamento, agora só meu. Agora estava mais do que preparada para iniciar efetivamente minha jornada!


Rota 222, Sinnoh
A visão que tive ao passar pelas montanhas que cercavam Sunyshore foi uma simpática rota, comprida e sem muitas curvaturas como mostrava o mapa do C-Gear. Senti que a escolha da Confederação Pokémon em Sunyshore como cidade inicial estava mais do que o mero porto da cidade. Havia uma estrada de terra com árvores frutíferas cercando, tendo também um caminho paralelo pela praia e uma bela vista do mar. Era perfeita para iniciantes desfrutarem de suas primeiras batalhas ou conhecerem da região. Obviamente meus olhos se focavam intensamente na água cristalina, brilhando com os raios de sol e possuindo Pokémons saltando da mesma. Minha vontade era imensa para dar um último adeus ao mar, afinal, o centro de Sinnoh não permite qualquer contato com a água.

Entretanto os grunhidos da pequena Nami em meu colo devolveram minha atenção para a realidade. Ela grunhia para as árvores próximas, olhando encantadoramente para as berries dali. Redondinhas e azuladas, as berries pareciam apetitosas aos olhos da ratinha.


Quer que eu colha algumas? — recebi um grunhido positivo.


Caminhei por entra a grama alta buscando alcançar a árvore e, no final das contas, nenhum Pokémon selvagem simplesmente pulou em mim. Havia criado uma expectativa pelo mito de Pokémons selvagens serem perigosos e atirarem-se contra treinadores, ao ponto de que era "perigoso" sair de sua cidade sem um Pokémon. No fim ela ladainha era apenas uma história boba que pais contavam para seus filhos não saírem cedo de casa. Bidoof's e Starly's, Pokémons comuns desta região, afastavam-se do caminho sem preocupação e continuavam suas vidas na natureza, permitindo então que eu alcançasse a árvore. Segurei Nami com um braço e usei a mão livre para recolher uma Oran Berry, dando-a na boca delicadamente.

A pokémon grunhia de felicidade devido ao gostoso lanche que havia pedido. O frescor do fruto na natureza realmente deveria ser bastante nutritivo. Eu posso não saber cozinhar ou fazer rações para meus Pokémons, mas nada impede de alimenta-los adequadamente desde que aprenda sobre Berries. Inclusive isso é algo que posso fazer por eles!


Podemos aproveitar e compartilhar desse lanche com o Ace. — sugeri com um sorriso.

Rill — ao mesmo instante virou a face, discordância.

Ah, não seja assim. Ele gosta de você. — relevei o ciúmes da ratinha e a coloquei no chão por um momento. Em minha bolsa localizei a pokebola do Torchic, abrindo-a. — Bom dia Ace!


Me senti ignorada assim que o pintinho, ao ser formado pelos feixes de luz ao lado de Nami, ciscar o chão contente por pisar em terra firme. A proximidade com a grama talvez trouxesse uma relação de habitat, lugares melhores que praias, cidades ou cruzeiros. Iniciou sua pequena corrida para esticar as pernas, realizando saltos animados para gastar tamanha energia acumulada. Nami fazia bico e eu sorria contente pela alegria de Ace.

Aproximei da árvore novamente e recolhi uma boa quantidade de Oran Berries, colocando várias na minha bolsa para termos lanches até a próxima cidade. Por fim fiquei com 3 em minhas mãos, me abaixando aonde Nami estava.


Ace, se aproxime para comer. — a corrida em disparada do pintinho cessou no mesmo instante, voltando e parando ao lado da ratinha, a qual bufou. Entreguei mais uma frutinha para Nami e outras duas para Ace, deixando-os se alimentar. — Nós podemos seguir até o final da rota e chegar nos hotéis do lago, não muito útil para nós mas já estaremos mais próximos de outras cidades. Ou então — meu olhar tomou um brilho quando encarei a parte de praia da rota. — podemos aproveitar a tarde na praia, caminhar no entardecer e chegar de noite nos hotéis. — não havia dúvidas que eu desejava a segunda opção. Com um sorriso fitei meus dois Pokémons. — O que acham da última ideia?

Azu Azuri!! — saltou para cima de sua bola em concordância.

Torc... — murmurou não muito feliz.


2x1, praia ganhou!

Retornamos o caminho seguido para pegar o de baixo, referente a praia. Voltar a pisar na areia esbranquiçada me fazia até mesmo retirar as sandálias, sentindo-a entre meus dedos com conforto. O mesmo podia se dizer sobre Nami, a qual saltava sobre sua bola ao ponto de realizar mortais no ar antes de pousar, sempre mantendo a proximidade comigo. Por fim Torchic, antes de pisar na areia, sentiu-a lentamente; era desconfortável e estranho para suas patas. Entretanto não demorou muito para começar a correr até nos alcançar.

A brisa costeira balançava os cabelos presos e as bordas do vestido branco, me permitindo maior contado com o ambiente. Caminhei pela orla sentindo a água vir e voltar entre meus pés descalços era como um relaxante. Estava aflita depois que cheguei em Sinnoh, confusa de como começaria a jornada. Mas agora os pensamentos eram levados pela água quando esta se afastava, trazendo consigo apenas imagens de calma. Eu podia ter perdido minha primeira batalha no Parque de Batalhas mas este era apenas o começo. Viriam muitos outros desafios para superar e eu precisaria estar pronta. Eu estarei pronta!


Chic!! — piou irritado para algo.

Ace? — quando me virei reparei no pintinho estar grunhindo para com um Wingull. A gaivota estava parada em um pilar de cais da praia, bocejando e ignorando o pintinho. — O que está fazendo..?

Torc torchic! — parecia apenas piando irritadamente mas consegui perceber que, de alguma forma, imitava o jeito de um Pokémon que havia visto; tentei me recordar e a memória não estava tão embaçada. Era o Piplup de um treinador do Parque de Batalhas. — "Pip pip". Torchi! — se consegui entender bem ele parecia estar zombando do pinguim; "Eu sou o melhor mimimi. É uma besteira!"

Ainda irritado pela derrota? — não consegui segurar a risadinha que escapou dos meus lábios pela imitação de Ace, inconformado com sua derrota. — Ver o Wingull te lembrou ele, foi?


Depois de tantos piados a própria gaivota se sentiu incomodada com o pintinho, batendo asas e indo embora. Torchic inflou as bochechas e fez bico -não sei como se ele já tem-, o que me fez me aproximar. Ainda ria baixo e tentava o confortar sobre a situação.


Você não precisa se preocupar com isso. — ele piou irritado; é, ele irá se incomodar não importa o que eu dissesse. Preciso encontrar uma outra maneira dele passar por cima disso... — Ace, sabe o que é importante? É manter o seu saldo de vitórias acima do de derrotas! É basicamente vencer mais do que perder. — percebi que mudar a forma como encoraja-lo se tornou mais efetiva, tendo-o me olhando curioso. — Assim ele ficará positivo e você será melhor ranqueado do que o Piplup! — pisquei para ele como se tivesse dado o melhor conselho do mundo.


Eu sequer sei de onde tirei essa ideia mas não havia nada melhor para dizer. Ele continuaria se importando por ter perdido mesmo falando que eu não ligava e, se considerando sua desvantagem em tipagem contra o Piplup, falar que ele venceria em uma revanche poderia ser uma mentira. Então foca-lo para gastar toda essa energia em algo competitivo será a melhor solução!

Erguido com chamas queimando em seu peito, Ace motivou-se a virar o jogo e tornar-se positivo. Eu não sabia se ria da cena, se o animava ainda mais ou se me arrependia dessa escolha. Acho que só descobrirei os frutos dela com o tempo.

O pintinho logo estava correndo novamente pela praia como uma espécime de treino, enquanto eu retornava para perto de Nami. Vimos apenas alguns Pokémons aquáticos saltarem da água para dar o ar de sua graça, além de ouvir atrás os Pokémons pertencentes ao caminho de terra. Porém nada era tão fantasioso ou incrível. O passeio pela orla estava se resumindo a sentir a brisa e verificar se o Ace ainda estava por perto. Foi quando uma ideia genial surgiu em minha cabeça.


Certo, vamos transformar esse dia na praia em algo ainda mais especial!! — parei no lugar que estava e puxei da minha bolsa uma vara dobrada. De coloração azul escura, desdobrava a vara moderna até tomar a sua forma: um excepcional vara de pesca com desing de Gyarados, tendo um de seus "bigodes" como a linha que passava. Na ponta, sem anzol, enrolei uma Oran Berry que também retirei da bolsa. — Meus companheiros, estejam preparados para a — coloquei um chapéu de palha em minha cabeça, posicionei a vara no meu ombro e fiz uma pose, sorridente; Nami me olhava fascinada e Ace apenas encarava a fruta na linha. — SUPER VITÓRIA, A RAINHA DA PESCA!!


Brilho cercava o meu corpo enquanto explosões multicoloridas surgiam atrás de mim. Ao menos era isso que eu gostaria de pensar que ocorria.

Eu estava sinceramente confiante e um pouco mais confortável para com meus Pokémons, principalmente para mostrar minhas habilidades de pesca. Nami, por já conhecê-las, mantinha-se no aguardo da grande cena. Ace, entretanto, fitou a linha com a fruta. Como eu havia colocado a vara encostada no ombro acabou que a linha foi até o chão atrás de mim, com a fruta junto. Não tardou um segundo para o pintinho abocanhar a Oran Berry.


Assista Nami, irei trazer para a superfície um enorme Gyarados!! — comecei a puxar a linha na rodinha e com a outra mão atirei a vara longe no oceano. Minha confiança sumiu no instante em que, enquanto via a linha ir longe, levava consigo Ace abocanhando a fruta. — ...

Grito que dá para ouvir até mesmo em Link City escreveu:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAACE!!!!!!!!

A primeira tentativa resultou em um pintinho molhado, deitado com a barriga para cima na areia da praia e cuspindo água como um chafariz. Deixamos o recuperando atrás de nós enquanto a segunda tentativa era feita, tendo Nami ao meu lado impressionada com o quão longe minha vara ia.

Alguns minutos de silêncio me provaram que pescar nos mares de Sinnoh não eram tão fáceis quanto os de Hoenn. Ou talvez que os Pokémons fossem tão sofisticados que uma mera Oran Berry não atrairia sua atenção. O tempo passou-se até que, finalmente, a isca mordeu. Puxava a vara imediatamente enquanto retraía a linha, necessitando de uma enorme força.


É UM DOS GRANDES, É UM DOS GRANDES!! — minha animação serviu para despertar Nami, que dormia ao meu lado, e também atrair a atenção de Ace. Quando consegui o puxar da água surgiu um belo pokemon em tons rosados em sua parte de cima, com um azul claro em baixo. Com detalhes em sua cabeça que lembrava corais, pousou na areia da praia comendo a berry. — U-Um Corsola!! — isso explica bastante o esforço de puxá-lo. Não era grande mas pesado.


Nossa atenção se voltou para o novo pokémon presente no grupo, olhando-nos curiosa. Nami se aproximou primeiro com seus pulos, grunhindo em comunicação com a coral. Ela parecia bastante simpática e respondeu de volta, permitindo também que eu me aproximasse.


Oooh, você é tão linda! — encontrei-me maravilhada com o tom rosado do coral vivo. — Está gostando da berry? Eu tenho mais se você quiser. — ela grunhiu sorridente me deixando ainda mais apaixonada.

Azurill! — conversou com a Corsola, recebendo respostas. Eu gostaria bastante de entender do que elas estão falando...

Desculpa pelo puxão, apenas queríamos ver alguns Pokémons diferentes. — a Corsola parecia bastante calma mesmo quando puxada pela superfície. Foi quando notei que até o momento Torchic não havia se aproximado. — Ace? Está tudo bem?

Torc! — com uma feição desafiadora, encarava a Corsola competitivamente. Ah... não me diga que... — Tor Torchic Torc!! — pisou mais forte com uma das patas na areia da praia. Isso era realmente um desafio.

C-Calma Ace, nós chamamos ela aqui para observ-

Cor Corsola! — retribuindo o olhar, pareceu aceitar o desafio.


Eu apenas virei uma expectadora da batalha que meu próprio Pokémon arranjou; e por sinal, uma péssima batalha. Com tipos que resistiam a qualquer um dos movimentos de Ace, não conseguia ver formas daquilo terminar bom. Mas ainda assim era decisão dele e bem... da maldita ideia que tive de incentiva-lo a ficar com o "saldo positivo". Não há o que fazer agora senão apoia-lo.
Torchic e Corsola se encararam frente a frente, tendo eu e Nami recuados para os lados afim de não atrapalhar a luta.


Jornada - Página 2 Torchic V S Jornada - Página 2 Corsola

O início da batalha se deu com a movimentação de Torchic ofensivamente, correndo pela areia em torno de Corsola determinado a vencê-la. Sua patinhas aceleravam-se a cada instante, como se dominasse o ato da corrida e a velocidade lhe fosse uma amiga. O vento balançava suas penas e com um salto grande lançou-se contra o coral, recebendo um brilho esbranquiçado em suas unhas para fortes arranhões. Durante toda a movimentação exacerbada do pintinho Corsola não fez nada além de segui-lo com o olhar; era como se possuísse completo controle do combate.

Ace tentou o Scrath enquanto pousava no topo do corpo do coral. Porém eu percebi que, quando o sol batia em Corsola, ela parecida mais enrijecida. Era como se seus corais estivessem mais resistentes.


CHIC CHIC CHIC!! TOOOOR CHIC!!! — exclamou a sequência de arranhões assim que pousou, mudando entre as patas e tentando causar algum dano. Era inútil.

Ela está usando Harden, afaste-se!


Meu comando surgiu tarde demais. Corsola saltou, atingindo com o impacto de seus corais o corpo do pequeno pintinho; um Tackle. Torchic foi lançado para cima mas recuperou-se em pleno ar, estufando o peito e atirando brasas com seu Ember. As chamas alcançaram os corais e Corsola não fez sequer expressão de preocupação. Não pareciam ter efeito algum, sequer se propagavam no corpo da criatura.

Ace ainda terminava de pousa confuso do que poderia fazer para conseguir algum dano na oponente quando recebeu, de frente, uma rajada de água potente. Não havia o que pudesse fazer para se recuperar depois daquele dano tão direto. Foi impulsionado para trás e rolou pela areia, nocauteado. A batalha oficialmente acabou como, infelizmente, eu previa. Corri para verificar o estado de Ace, entregando-lhe uma Oran Berry para recuperar o mais rápido possível. Corsola, vendo que o desafio acabou, despediu de Nami e saltou novamente para o mar.

Aguardei o levantar do Torchic para imediatamente dar-lhe a berry, ajudando a mastigar enquanto segurava sua cabeça. Não estava tão preocupada por essas batalhas serem comuns dos instintos dos Pokémons, sendo ambos bastante respeitosos no combate, mas ainda preferia que Ace tivesse arranjado outro oponente.

~~~

Deixei Ace descansar em sua pokebola após comer as frutas, terminando de se recuperar, para passar o restante da tarde pescando com a companhia de Nami. Nosso objetivo de terminar a rota foi suspendido pela derrota do Torchic. Não quero atravessar nossa primeira rota com o inicial guardado em sua pokebola. O que me restou foi ver o que mais poderia encontrar no mar.

Já me encontrava sentada bocejando. Nami dormia enrolada com a parte preta de sua cauda, usando a própria bola como travesseiro. O sol lentamente punha-se ao horizonte, trazendo mais uma vez o aspecto alaranjado para o céu. Bocejei mais uma vez.

~~~

Já estava, literalmente, pescando, quando o movimento da vara me trouxe de volta para a realidade. Estava um pouco lenta e não foi capaz de reagir tão rápido, felizmente o Pokémon também não comia a isca com pressa. Levantei para puxar a vara e despertei Nami no processo, piscando os olhos com preguiça. Pela leveza do Pokémon consegui trazê-lo rapidamente até a praia, notando primeiramente sua vitória-régia no topo da cabeça -o qual adorei, não vou mentir. O Lotad caiu na areia da praia com sua expressão nula.

Larguei a bolsa e vara perto de Nami, correndo para alcançar o Pokémon pescado antes que fugisse. Admirei a planta no topo da cabeça da Pokémon azulado, me aproximando para verificar melhor os detalhes. Lotad's são bastante comuns na minha região e já pensei em treinar um diversas vezes. Sua combinação de tipos, grama e água, é fantásti-... GRAMA E ÁGUA! Ataques de fogo podem ser usados em um combate contra ele.


Ace, essa é a sua oportunidade! — liberei o pintinho em minha frente, fitando o Lotad em postura de batalha. Ace, já em estado melhor, piou confiante de que agora conseguiria ficar positivo. — Lotad, eu e meu Torchic desafiamos você para uma batalha!!!

Jornada - Página 2 Torchic V S Jornada - Página 2 Lotad

Com pokerface, Lotad permanecia imóvel nos encarando. Em um único movimento saltou de volta para o mar, indo embora.


...

...

AZUR!! AZUURIII~ — a ratinha ria descaradamente da cara do Torchic.


No mesmo instante Torchic sentou entristecido na areia, abrindo as perninhas para frente e abaixando a cabeça. Suspirei me deixando levar pelo desânimo do pintinho, sentando ao seu lado. Tê-lo motivado a tentar vencer para compensar as derrotas não está rendendo resultando algum além de incapacidade... parece que não só eu enfrentava dificuldades para ser treinadora, mas o Ace também enfrenta em não conseguir se dar bem nos combates. E eu tenho certeza que ele não gostará nem um pouco que eu procure algum Pokémon que propositalmente ele tenha vantagem... seria como dar uma vitória fácil, algo que ele nega.
Com o suspiro pesado de não saber o que fazer me levantei e caminhei para recolher minhas coisas.

Peguei a vara novamente e a dobrei, guardando na bolsa que pendurei no meu ombro. Nami parou de rir ao perceber que estava entristecendo Torchic profundamente. Até então, desde que o pegamos, sempre o vimos correr de um lado para o outro alegremente, ser tão estabanado que se mete em problemas e brincando com outros Pokémons. Mas agora ele estava ali sentado na praia de cabeça abaixada.


Vamos voltar para Link City. — a voz saiu deprimida, indicando para Nami o que faríamos. A ratinha não parava de olhar para o Torchic distante. — Amanhã irei leva-lo ao CCCP. Talvez um criador possa me ajudar...


Assim que encarei Ace ergui a sobrancelha confusa. Um Wingull havia pousado na frente do pintinho, olhando-o friamente. Seria o mesmo Wingull que anteriormente o Torchic estava xingando -na realidade xingava o Piplup, encarando a gaivota- anteriormente?
Não demorou um segundo e o Wingull cuspiu um pequeno jato d'água na cara do pintinho, em tom de provocação. Sua risada era como um irritante gralhar repetitivo, zombando do estado em que se encontrava o pequeno Pókemon. Irritada, ergui minha voz para espancar aquela maldita e insensível gaivota.


EI! ISSO NÃO FOI LEGAL!! — estava para me aproximar quando vi Torchic se colocar de pé, frente a frente com o oponente. Seu peito estava novamente estufado e seus olhos, valentes e ímpetos, desafiava o pássaro em sua frente. Estava simplesmente descrente que sozinho Ace levantou seu próprio astral, decidindo não se abalar pelas derrotas seguidas. — A-Ace...?


Jornada - Página 2 Torchic V S Jornada - Página 2 Wingull

Em um movimento repentino avançou para o arranhar, tentando com uma pata seguida da outra; quando levantava uma para arranhar, com a outra se impulsionava para frente, repetindo o movimento. Wingull recuava com facilidade. Porém era curioso que a cada segundo que passava Torchic estava mais rápido. Se tornava veloz, frenético e logo os arranhões começaram subsequentes atingiam a gaivota em diversos pontos. Faziam cortes em suas asas, peitos e até que por fim atingiu a lateral de sua face direita, irritando-o por completo após tantos Scratch's.

O gralhar da gaivota se tornou ensurdecedor com seu Growl, cessando as investidas de Torchic pela dor em seus ouvidos. Wingull bateu asas para voar baixo e cobriu uma delas com um forte brinco, avançando e atingindo a cabeça do pintinho com seu Wing Attack. Torchic foi jogado para trás com intensidade, rolando diversas vezes no chão até parar com as patas para cima. Seu oponente tomou distância ao pegar voo, tomando uma posição favorável para si.

Meu olhar se dedicou em preditar os movimentos do oponente com base em seus gestos e assim orientar meu Pokémon sobre como reagir. Essa é minha função, afinal, eu estou tentando ser uma das melhores treinadoras! Reparei que o voador abria seu bico e começava a formar um forte jato d'água, propício para batalhas.


DESVIE CORRENDO SEM PARAR PELA AREIA!! — gritei como uma torcedora, motivada na vitória do meu Pokémon.


O comando foi ouvido e Torchic saltou, retornando a ficar de pé. O Water Gun seguia em sua direção e a corrida começou; mais veloz a cada segundo, evitava com perfeição a rajada d'água. Diferentemente de Corsola, que poderia se defender e manter proximidade com Torchic, Wingull evitou corpo a corpo e manteve distância. A consequência de sua estratégia foi a demora para o jato alcançar o oponente, garantindo uma perfeita mobilidade para Ace. Realmente, é analisando diferentes batalhas que um treinador se torna experiente, aprendendo os pontos positivos e negativos de sua própria estratégia.

Wingull não cessava o jato d'água, insistindo como se em algum momento fosse conseguir atingir Ace. Chegou ao ponto que precisou forçadamente parar e tomar uma profunda respiração; quando vi a oportunidade, comandei.


AGORA USE EMBER NA ASA DELE!


Ace fez um pequeno salto em busca de parar seu corpo na velocidade que havia alcançado, conseguindo mirar com perfeição na asa direita e atirar brasas de sua boca. Ao o atingirem iniciaram as chamas, as quais desesperadamente o Wingull tentou apagar balançando a asa. O movimento serviu unicamente para alastra-las ainda mais, obrigando-o a cuspir outro jato de água e apagar. Ele já se encontrava eufórico e ainda assim queria enfrentar Torchic.

Abriu o bico mais uma vez e lançou um grito irritante, mas diferente do anterior. Ele focava especificadamente em Torchic e assim que o atingiu vi meu pokemon cambalear. O Supersonic retirou os sentidos de Ace, deixando-o confuso no meio do campo. Com a oportunidade de vitória Wingull atirou mais um Water Gun.


SE MEXA ACE!! SÓ NÃO FIQUE PARADO!! — naquele momento o nervosismo voltou. Um golpe desses e seria mais uma derrota para o Torchic.

@--@


E então, mesmo cambaleante. começou a correr. Sua força de vontade era um dos sentidos que não havia sido confundidos pelo Supersonic. Estava convicto que iria vencer. Sem rumo, corria para lados aleatórios, às vezes até mesmo retornando para onde estava. O importante é que sua velocidade já havia alcançado níveis altos graças ao Speed Boost. Cansado e irritado, Wingull apenas gastava mais energia errando seu Water Gun. Em um ataque decisivo acabou por mudar sua estratégia por completo: descendo em rasante, usaria um finalizador Wing Attack no Torchic tonto.

Era apenas questão de tempo para Ace recuperar seus sentidos mas talvez não fosse o suficiente para evitar o ataque da gaivota. Eu não conseguia ver nenhuma forma de auxilia-lo além de torcer para sua recuperação. Naquele momento estava incapaz de fazer algo...


ACE, VOCÊ CONSEG- — parei a torcida ao ver a ratinha ao meu lado.

Azuuuurill!!!! — pulando em sua cauda, lançava um grunhido de torcida a favor de Ace pela primeira vez.


A asa esbranquiçada da gaivota estava para o atingir quando os olhos em espirais retornaram aos pretos comuns. O desvio de saltar por cima da asa só foi permitido graças aos sequenciais turnos de Speed Boost, acrescentando para Ace a vantagem da velocidade. Em meio ao ar, com Wingull passando por baixo de si, fez suas garras brilharem em branco novamente e atingiu as costas da gaivota com o Scratch, arranhando-a e empurrando para o chão. O Wingull chegou até mesmo a quicar após bater no solo, completamente desacordado com a pancada.

A batalha teve seu fim com Ace triunfante, deitando no chão com as patas para cima. Nem imagino como deve estar cansado após tanto correr.


V-Você venceu... ele venceu Nami!! — com um pulo da ratinha a agarrei em meus braços, correndo até o resultado da batalha. — Essa é a nossa primeira vitória!! — eu almejava comemorar, jogar Nami e Ace para cima enquanto gritávamos de alegria, porém o estado do pintinho não parecia permitir isso. Retirei duas Oran Berries da bolsa; uma entreguei para Torchic. — Saboreie! Ace, estamos entrando na estrada dos campeões!

Chic! — fui respondida com um piado contente.


Precisei colocar a fruta na bico do pintinho, deixando-o comer calmamente para recuperar um pouco de suas forças. A outra Oran Berry acabei deixando ao lado do desacordado Wingull; ele gostaria de uma dessas quando despertar.

Sentada na areia da praia, aguardei alguns minutos encarando o céu escurecer com o fim do pôr do sol. Ace estava recuperado o suficiente para voltar a caminhar; não acharia legal deixa-lo em sua pokebola após tamanha conquista. Iríamos comemora-la no hotel devidamente! Nami já repousava no meu colo enquanto eu pegava o C-Gear, preparando-nos para teleportar até Link City.


Seu esforço foi incrível. Tenho certeza que com mais desafios assim você conseguirá deixar seu saldo positivo! — pisquei para o Torchic. Foi aí que recebi um olhar confuso do pintinho; ele moveu a cabeça, perdido. — É... tipo, você perdeu para o Piplup — piou irritado só por citar o Pokémon rival. — e para a Corsola, vencendo agora o Wingull. Está 2x1, ainda negati-... — percebi que não deveria ter explicado para ele como realmente funcionava.


No mesmo instante chamas surgiram em seus olhos e ele agitava-se. Acho que mais do que tudo ele vai buscar as duas vitórias que faltam para ficar positivo...

~Continua

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Jornada - Página 2 Empty Capítulo I - O início da jornada

Mensagem por Marine Hosoki Qua Abr 17, 2019 10:58 am

C A P Í T U L O  I  -  O  I N I C Í O  D A  J O R N A D A

Janeiro. Dia ensolarado. escreveu:Quando foi a última vez que fiz um bolo? Ah sim, foi naquele dia, onde meu falava alegremente para qualquer coisa, e aquilo me deixava curiosa já que meu pai não ficava feliz o dia todo como estava naquele exato momento. Estava alimentando os Pokémon que minha mãe cuidava com muito carinho, aquele dia foi o início de uma vida, aquela na qual toda criança sonha em um dia realizar. Lembrar daquele dia apenas me traz felicidade.

Eterna City, Sinnoh
O céu azul sem qualquer nuvem apenas indicava que mais um dia se iniciava, a garota de quinze anos estava na confeitaria que ficava na frente de sua casa, preparando mais um bolo, assim como fazia todos os dias. Preparava a massa e logo colocava-a na fôrma e prontamente ia para o forno, iria começar o recheio quando sua mãe pediu para que alimentasse seus pokémons, já que estava ocupada com alguns pedidos. Pegou o saco de ração que estava do lado de fora da confeitaria e seguiu até o enorme quintal onde sua mãe deixava os pokémons que cuidava. Podia ouvir a cantoria de seu pai que estava na doceria, a felicidade do mesmo era estranha, de fato Tsumon era um homem feliz, mas não o dia inteiro, como estava naquele momento. Voltou a alimentar os pokemóns enquanto sua mãe estava ocupada.

— MARINE!!! — Gritava a voz masculina bem distante de onde a mesma estava. A garota alimentava um Ryhorn conforme seu pai se aproximava.

A garota ergueu o rosto para ver a figura de seu pai se aproximar com um enorme sorriso na face de seu pai.

— O que foi pai? — perguntava enquanto finalizava a tarefa dada por sua mãe.

— Ainda bem que terminou sua tarefa. Venha comigo! — pegou o braço da mais nova para que o seguisse.

— Mas e a doceria? — questionava enquanto corria para igualar a sua velocidade com a do pai.

— Sua mãe está dando conta. Vamos! — ambos estavam correndo pelas ruas de Eterna City, e seguiam para uma floresta, onde seu pai acreditava estar cheia de pokémons selvagens.

A floresta estava mais silenciosa que qualquer carro na cidade, Tsumon coçava a nuca perplexo, não imaginava que a surpresa que havia preparado fosse por água abaixo. Podia se ouvir o vento batendo nas folhas das árvores, fazendo as mesmas caírem lentamente até o solo, onde alguns esquilos corriam de um lado para o outros com a boca cheia de bolotas, o animal as armazenava para fazer uso mais tarde. O homem tirou do bolso uma pokébola e a jogava para retirar o pokémon que havia dentro dela. Era um Flareon.

— Ah você sabe o que fazer, anda logo. — apressava o pokémon para que Marine não percebesse o motivo de tê-lo escolhido.  — Segura essas duas aqui. — deu duas Pokébolas na mão da garota, uma estava vazia e a outra continha um pokémon. — Jogue a pokébola com o pokémon assim que Flareon voltar. — falava seu pai enquanto encostava na árvore e esperava as coisas acontecerem.

Ela olhava um pouco confusa para as duas Pokébolas em suas mãos, até o momento em que os arbustos fizeram barulho, e dele saiu Flareon e mais um pokémon, este era pequeno e azulado, tinha alguns detalhes amarelados em forma de raio: era um Shinx.

— Agora filha, jogue a pokébola! — pedia para a mesma e o fez. Jogou a pokébola em direção ao chão e dela saia um enorme dragão alaranjado: Charizard.

O dragão olhava para o pequeno Shinx, e o azulado olhava para o réptil e para Flareon, estava completamente assustado, só conseguia tremer e se encolher cada vez mais. Marine se colocou na frente do dragão, como se quisesse proteger o pequeno pokémon.

— O que você está fazendo Marine? — falava Tsumon se aproximando de seu pokémon.

— Não se pode machucar um pokémon! — falava a mesma abrindo os braços.

— Filha, é assim que capturamos um pokémon selvagem, precisa lutar com eles, para que fiquem fracos e possam ser capturados com facilidade. — suspirava pesadamente, lembrando que havia esquecido de avisar sobre isso. — Era pra ser uma surpresa, me desculpa. — e assim trouxe Charizard e Flareon de volta. Marine se virou para Shinx, tentando não assustá-lo ainda mais.

— Tá tudo bem. Os pokémons foram embora. — tirava do bolso uma fruta laran que tinha pego para comer mais tarde e ofereceu para o azulado. — Pode pegar.

Mesmo assustado, se aproximou devagar da fruta laran e a abocanhou de uma só vez, fazendo com que Marine disse um pouco alto por conta de suas bochechas estarem bem cheias. E nisso o pokémon saiu andando pela mata, como se quisesse se esconder.

— Hey, volta aqui! — ignorou completamente a presença de seu pai e foi atrás de Shinx, se esgueirando por entre as árvores e folhas.

O homem apenas coçou a nuca e tirou mais um pokémon de sua pokébola, era um pokémon alto, a maior parte de seu corpo era vermelho e sua cabeça

— Fique esperando ela voltar, e depois traga ela pra casa está bem Blaziken? — o pokémon apenas afirmou com a cabeça e sentou-se ao lado de uma árvore, enquanto o homem deixava a floresta e retornava para a doceria.

Marine ainda seguia o pokémon azulado pela floresta, passava por diversos pokémons que ficavam confusos com a situação, a morena não se importava com isso pois só queria falar com o pequeno. Teve que parar de correr por conta do cansaço, sentou-se na grama e respirava ofegantemente e notou que tinha perdido Shinx de vista. Deitou-se na grama e olhava para o céu por entre as árvores. Fechou os olhos por um momento e os abriu rapidamente ao ouvir o barulho das folhas, e podia ver que Shinx estava bem na sua frente, com a cabeça bem próximo de seu rosto, assustando a garota. Marine podia ver que Shinx ainda estava com a fruta laran na boca.

— Você parece um esquilo com essa fruta na boca. Está engraçado. — dizia soltando uma pequena risada, enquanto que Shinx engolia a fruta. O pokémon subiu em cima dela, ficando sentado em sua barriga. — Você gostou de mim?

— Shinx — o pokémon estava sorridente com a pergunta.

— Você está com fome? — ao perguntar podia ver o pokémon tirando o sorriso no rosto e afirmando com a cabeça. — Eu tenho um pouco de ração comigo, não é muito, mas deve suprir a sua fome. — tirou um pequeno punhado de ração que tinha em seu bolso depois de ter alimentado os pokémons de sua mãe.

O pequeno pokémon começou a comer a ração que Marine havia colocado logo a sua frente, e ainda estava deitada. Tirou a pokébola de seu bolso e olhava para ela, poderia Shinx ser seu primeiro pokémon?

— Shinx, gostaria de ser meu amigo? — o pokémon parou de comer e olhou para a garota que estava com a pokébola em mãos, sorriu e afirmou para ela. Marine colocou a pokébola na cabeça dele e o mesmo já estava dentro da pokébola e aguardava. Quando o objeto parou de mexer, apenas sorriu e Shinx logo saiu de sua pokébola. Sentou-se e abraçou o pokémon, e Shinx retribuía com fechando os olhos e passando as patinhas no rosto da mesma. — Vamos, vou te mostrar onde eu moro. — se levantou e passou a carregar o pequeno pokémon em seus braços.

Saindo da floresta, podia ver um dos Pokémons de seu pai dormindo debaixo da árvore, aguardando sua chegada, engoliu em seco e foi até o mesmo acordá-lo. O pokémon acordou e piscou algumas vezes ao ver que Marine estava a sua frente, apenas se levantou e indicou que a seguisse.

Estava entardecendo e nenhum sinal de Marine e Blaziken, Yara e Tsumon estavam preocupados, a mulher estava quase montando em seu Ryhorn para procurá-la.

— MÃE! PAI! EU VOLTEI!!! — gritava conforme corria até sua casa morro abaixo. Shinx corria do seu lado e Blaziken vinha andando calmamente.  Seus pais estavam sorrindo e foram de encontro às filha.

— Você conseguiu Marine! — o pai estava muito feliz e orgulhoso de sua filha. — Obrigado Blaziken. — pegou a pokébola e guardou o pokémon.

Naquele dia, a família estava em festa pelo sucesso de Marine em ter o primeiro pokémon. Fecharam a doceria cedo e ficaram a noite toda festejando.
To be continue →
___________________________________

POKÉMON OBTIDO escreveu:
Jornada - Página 2 Shinx
Shinx
Gênero: Macho
Habilidade: Rivalry


Última edição por Marine Hosoki em Qua Abr 17, 2019 9:56 pm, editado 1 vez(es)
Marine Hosoki
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Jornada - Página 2 Empty Re: Jornada

Mensagem por Leona Reinhardt Qua Abr 17, 2019 9:54 pm

Jornada - Página 2 Original
CAPÍTULO 01 - A leoa e a gata

“ Eu até que sinto falta do frio de Galar. Alola é tão quente...Tão tropical. Mas as vezes gosto de ir até o Monte Lanakila apenas para sentir a neve no rosto e me lembrar de minha terra natal. "

Apesar disso, Alola é maravilhosa! É como morar em um paraíso! Praias por todos os lados, comida maravilhosa, pokémons exoticos e comida maravilhosa!”

Os pensamentos invadiam a cabeça de Leona enquanto o barulho de metal batendo invadia seus ouvidos.

Estava embaixo de um avião pequeno, já coberta de graxa e suor pelo trabalho e a temperatura natural da região. Depois da última entrega que fez para a fazenda Hoshino, a mecânica sentiu leves problemas no motor. Talvez fosse fruto do seu perfeccionismo.

Finalmente o trabalho tinha dado alguns resultados e o barulho estranho nas engrenagens sumiu. Leona gostava de pecinhas de metal tanto quanto gostava de comida.

Caminhou até a mesa limpando a mão com um pano e deixou suas ferramentas, pegando um donut que estava em um prato ao lado.

Guten Morgen, Leo. Acordada tão cedo, achei que gostava de dormir até três da tarde aos sábados.  - Disse a conhecida voz, com um leve sotaque.

Era Renata. A Mulher era grande, maior até do que a filha e mais forte devido aos anos dedicados ao treinamento e ao esporte. Usava roupas próprias para academia e bebia algo em uma garrafa térmica.

Guten Morgen. Eu até queria, mas tenho que consertar essa coisa para a próxima entrega.

— Você mexeu nessa lata de sardinha tem dois dias.

— Sim! Mas melhor sobrar do que faltar, todo cuidado é pouco com as máquinas.

Jogou o pano junto da mesa e pegou outro donut, parando para observar o seu trabalho.

O avião mesmo que pequeno, era seu orgulho. Foi adaptado para servir de “treiler” caso decidisse algum dia sair de casa em jornada, tinha espaço para as mercadorias que entregava e a cabine de piloto era confortável e espaçosa.

A máquina era pintada de laranja e vermelho, com o nome “Wasserhahn” que significa “grifo” escrito em branco. Estava devidamente limpo e reluzente, diferente de Leona, que tinha manchas de graxa por todo o corpo.

Leona então  abaixou a cabeça, pensando em como começar aquela conversa com a mãe depois de tanto pensar sobre o assunto. Suspirou e disse séria:

— Você acha que...Eu devo sair em jornada? Tipo, conseguir um pokémon e tals.

Renata colocou sua garrafa na mesa e parou ao lado da filha, colocando a mão em seu ombro. Normalmente ela faria alguma piada, mas ao ouvir o tom sério de Leona, suspirou.

— É aquela fase da vida onde você não sabe o que fazer não é? - A filha acenou com a cabeça - Bem, o mundo é um lugar gigantesco, você gosta de brincar com os pokémons que vem na nossa varanda, até fez um comedouro para voadores pra por lá. Não vejo porque não.

Naquele momento, uma animada ursinha cor de rosa entrou correndo na oficina, uma stufful, que era a companheira de sua mãe desde que se mudou para Alola. Pulou no colo da loira, que a abraçou e beijou.

— Se eu soubesse o quanto é bom ter um mascote pokémon, teria tido um ha mais tempo! - Leona também fez carinho em Bela, a Stufful. - Mas por que esta com duvida, Leo?

— Ah, sei lá. Eu já vi treinadores de dez anos saírem se casa em jornada sozinhos, apenas com um pokémon. E eu já sou adulta, tenho vinte anos e ainda não sei o que quero fazer…Mas adoraria viajar pelo mundo, conhecer novos ares e me encontrar em algum lugar.

Ela se sentou em um dos puffs que tinha por ali, com a mãe sentando-se ao lado.

— Leo, é por isso que todos nós somos diferentes. Alguns saem de casa aos dez anos, outros aos quarenta. Não é sobre ser adulto, mas sim estar pronto para lidar com o mundo sozinho. Ter um pokémon é muita responsabilidade, e veja como você cuida bem do seu avião, seja qual for o que escolher, sei que ele vai gostar de ter uma parceira como você. E os cozinheiros do mundo que se cuidem! - Elas duas riram, e depois Renata abraçou a filha, dando um beijo em sua testa. - Pense com cuidado no que quer, mas saiba que estou aqui para te apoiar. E se sair de casa vou finalmente poder fazer o meu luau na sua oficina!

As duas riram mais um pouco, vendo o céu azul de Alola pelo portão aberto da oficina.

— Valeu mami, eu vou pensar melhor sobre. Irei até a Olivia, quem sabe alguma criança não tenha aparecido para pegar

— Diga um oi a ela por mim. Tenho que ir more, hoje a aula vai estar cheia de senhoras. Elas são mais animadas do que pensa.  - Renata se levantou e começou a caminhar em direção a saída com sua stufful

— Tá bom, vou falar para a sua namorada que está com saudades.

A loira mostrou o dedo do meio ainda de costas para a filha, que começou a rir mais uma vez.

— Certo. Hora de começar o dia!

Meia hora depois, Leona já estava de banho tomado, cabelos penteados. Sentada no sofá ela assistia a um programa de batalhas pokémon enquanto comia uma grande tigela de cereal fitness.

“Eu não sei se consigo ser uma treinadora...Ou coordenadora, ou qualquer um deles...Eu mal sei me comunicar com um pokémon………zzzzzZzZ”

Depois de mais ou menos uma hora, Leona acordou. Em meio aos seus pensamentos acabou adormecendo.

Deixou a louça na cozinha e se preparou para sair de casa e encontrar Olivia, a Kahuna de Akala island, que era bem próxima de sua mãe.

Calçou seus rollers e saiu pelas ruas, cumprimentando os vizinhos e os pokémons que apareciam. A garota parecia estar sempre de bom humor, mesmo quando a crise existencial batia, conversar com sua mãe e depois tirar um cochilo curava qualquer dor que viesse a ter.

Finalmente chegou na casa da Kahuna, que era decorada com pedras brilhantes. Bateu na porta e esperou que atendesse.

A mulher negra saiu na porta, usando suas roupas curtas e sempre elegante e bonita. Cumprimentou Leona com a tradicional saudação Aloliana.

— Alola! - Fez o movimento com as mãos.

— Alola Kahuna. - Leona fez o mesmo para ela.

— O que a trás aqui hoje?

— Bem...Eu estava pensando em...Sair em jornada, queria saber se eu posso ter um pokémon! - Comentou, sorrindo de orelha a orelha e os braços atrás.

— Oh! Que surpresa Leo! Você nunca pareceu do tipo que gosta de batalhas.

— É, eu sei...Mas eu quero viajar! E levar um pokémon comigo seria divertido!

— Isso é demais! Eu estou muito feliz por você. Mas infelizmente todos os iniciais já foram levados esse mês…

O coração de Leona imediatamente se partiu, o mundo ficou cinza e era como se estivesse em meio a uma queda de avião sem paraquedas.

Verdammt noch mal! - Reclamou, prestes a cair chorando na porta da Kahuna.

— Mas!

O mundo voltou a ter cores na cabeça da morena.

— Há algum tempo resgatamos uma Litten de contrabandistas...Ela ainda está pela cidade, é um pouco arisca, mas acho que se você a alimentar, talvez ela converse com você.

— Litten?! É o gatinho, não? - Olivia acenou positivamente com a cabeça. - Certo! Eu vou encontrá-la! Ela vai ser minha parceira! Vamos desbravar o mundo juntas! Aaaaa!

Leona imediatamente saiu correndo em direção ao centro da cidade. Havia um litten abandonado vivendo por ali em algum lugar, teria de achá-la e convencê-la a acompanhar em jornada. Na cabeça da moça, as duas já estavam deitadas no banco do avião comendo doritos e assistindo séries no pokeflix.

— Hmmm...Comida, certo? Se ela vive selvagem, deve vasculhar o lixo procurando...Ou talvez roube de pessoas desavisadas...Bem, hora de comprar algumas malasadas!

----------

A Litten solitária caminhava pelos becos de HeaHea City. Ela era durona, mesmo ainda sendo somente uma Litten, os outros pokémons da cidade a respeitavam, pois tinha uma aura dominante que os intimidava. Caminhava como uma verdadeira superior em meio a eles.

— Nyaah! - Miou para um alola meowth que a olhou torto, erguendo as costas. Logo o outro gato saiu correndo.

Era daquela maneira que vivia. Mas não era sempre assim, apesar de gostar da liberdade, já ficou presa em cativeiro por muito tempo.

Lembrava-se dos miados desesperados que soltou quando fora separada de sua mãe e irmãs, jogada em uma gaiola e depois tudo escuro. Mais uma pobre vítima de contrabando.

Quando acordou estava longe de sua casa, a floresta tropical de Akala island. Tinha neve e varios homens mascarados trocando dinheiro. Tentou lutar contra as barras de ferro, mas estava faminta e fraca.

Um dos homens pegou sua gaiola, a cutucando com uma vareta. A Litten chiou e cuspiu uma bola flamejante no homem, que se defendeu e gargalhou, era aquilo que queria, mostrar seu poder ao comprador.

Eles conversavam sobre preços, deixando a gata mais nervosa ainda.

Até que um grande clarão invadiu os olhos felinos, e o homem deixou sua gaiola cair no chão, desmaiando a pequena gatinha.

Ela se lembrava então de estar nos braços de outro humano, mas dessa vez sentia cheiros reconhecíveis na região. Estava de volta a Alola, de volta a Akala.

Arranhou quem a segurava e correu pelo local, fugindo mais uma vez dos humanos que tentavam deixá-la em cativeiro.

Vagou sozinha por vários dias, rodou a ilha várias vezes, mas não encontrou sua família. Sua toca estava vazia. Deitou-se no montinho de folhas secas que sua mãe tinha feito como cama, e chorou por vários minutos.

Depois daquele dia, a Litten decidiu que iria viver sozinha, seria forte para enfrentar qualquer um.

Felizmente, conheceu alguns humanos legais que a alimentaram, e deixou que fizessem carinho nela, apenas para ganhar mais comida. Em pouco tempo se tornou dona das ruas de Heahea city.

Agora ela caminhava, marrenta e pomposa. Indo em direção ao café, onde faria uma carinha bonitinha para conseguir umas sobras.

--------------

Leona a essa altura saia da lanchonete, com um prato de malasadas frescas. Ela estava se segurando para não comer todas, mas precisava daquela comida para atrair a atenção da tal Litten.

Sentou-se em uma mesa externa, esperando para ver se algum sinal dela. E como se fosse ironia do destino, ela apareceu pouco tempo depois, se aproximando com uma carinha neutea.

— E-eer...Oi litten! - Começou Leona, nervosa para falar com a pokémon. - Veja, olha que malasadas deliciosas! Você quer uma?

A gata começou a ficar desconfiada nas intenções da mulher, se aproximando com mais cautela.

— Eu quero conversar com você! - Pegou o prato e colocou no chão. Se afastando para deixar a litten se aproximar para comer.

Ela saltou e começou a devorar rapidamente a comida. Afinal, não era todo dia que um humano otário a oferecia comida assim, sem nenhum esforço.

— Nyah. - Miou, como se dissesse “o que é? Estou ouvindo.  

— Bem...Você sabe...O mundo é muito grande, há tantos continentes, cidades...Regiões. todos com suas culturas e belezas naturais. - Começou a falar, deixando a Litten confusa, mas levemente interessada. - Eu sou aviadora, sabe. Consigo voar pelos céus de uma região a outra, mas nunca o fiz...Tenho medo de não saber me virar sozinha. Por isso estava querendo uma parceira de viagem! O que você acha de ser meu pokémon?!

Imediatamente a litten rosnou, furiosa com a proposta, cuspiu uma bola de fogo em Leona - Que gritou - e saiu correndo. O trauma de ficar presa novamente parecia voltar a assombrar.

— E-espere!

Se levantou e começou a correr atrás da Litten usando seus rollers, virando becos e ruas em sua perseguição. A gatinha era rápida, mas graças aos patins, Leona conseguiu alcançá-la.

Praticamente saíram da cidade, chegando próxima a uma pequena entrada. A litten passou por ela, mas Leona teve de parar e se agachar para conseguir passar.

— ESPERE! LITTEN! POR FAVOR ME DESCULPE!

Continuou engatinhando até encontrar a gatinha enrolada em seu ninho de folhas, tremendo. Leona notou que estava com medo e se acalmou, ficando mais afastada e deixando a pokémon respirar.

— Você vive sozinha aqui? - Recebeu um grunhido de “vá embora” mas continuou se aproximando lentamente. - Olivia me disse que você foi resgatada de contrabandistas...Eles, levaram sua família...Mas os Rangers não conseguiram encontrá-la, aparentemente foram vendidos antes deles encontrarem você...Eu sinto muito.

— Nyaann… - Um miado triste saiu da gatinha enrolada, no fundo ela já sabia que sua família não estaria por ali.

— Você se lembra que eu mencionei o avião? Eu posso levá-la para conhecer as regiões, você pode procurá-los, quem sabe ainda não estão por aí, esperando você resgatá-los. Eu posso te ajudar! Eu prometo que vou te ajudar. - Leona olhou para os lados, não adiantaria insistir. - Eu moro na casa perto da praia, aquela com uma garagem para aviões, se a proposta te interessar, passe por lá...Poderá comer o quanto quiser.

Por fim, Leona desistiu de tentar pressioná-la e deixou apenas a proposta no ar.

Voltou para casa e ficou o dia todo deitada, até que sua mãe chegou no início da noite, trazendo cervejas geladas para que pudessem beber e conversar sobre os acontecimentos do dia.

Estavam sentadas na varanda, ambas com roupas folgadas e bebendo, com alguns petiscos na mesinha de centro. Um ludicolo enorme estava brincando com Bela ao fundo. Aquele era o pokémon que ajudava Renata a dar aulas, mas também morava junto com elas.

— Então você fez a proposta a ela?

— Sim, Olívia disse que ela era uma vítima de contrabando, e que perdeu a família para eles...Eu acho que estraguei tudo, vou ter que esperar até a Kahuna ter novos iniciais…

— Coitadinha...Eu nunca tive muitos parceiros pokémons, mas com certeza não iria querer o mal para eles...

Então um barulho sutil de plantas se movendo. Olhos amarelados surgiram da vegetação próxima a elas, subindo na cerca da varanda, e miando um tanto envergonhada.

— O-o que! Litten!

— Ora! Mas que gracinha você é! O pelo brilhoso mostra que se cuida bastante hein!

Com as palavras de Renata, a gatinha corou, estufando o peito para mostrar mais de seu pêlo bem cuidado, que ela tinha orgulho em cuidar. Pulou para dentro da varanda e ficou sentada de frente para Leona, balançando a cauda.

— V-você por acaso…Pensou na minha proposta?

— Nya! - Miou determinada, apontando a patinha para onde ficava o avião.

Para a Litten, aquilo era algo maior, ter a oportunidade de sair da ilha, mesmo acompanhada de uma humana, era uma oportunidade que não poderia recusar. Afinal, Leona não parecia má, e ter comida e abrigo gratuito era bom demais para se recusar.

— AAAAH! É ISSO! - pegou a gatinha no colo, se levantado e rodopiando com ela. A litten rosnou, tirou as garras das patas e arranhou o rosto de Leona, pulando no colo de sua mãe - AAARRGH!!

— Filha, gatos são sensiveis, não pode ser bruta com essas gracinhas. - Acariciou levemente o queixo da litten. - Você é uma gracinha não é? Já tem um nome?

A litten balançou a cabeça, negando.

— Nome?...Eu sou péssima com isso...Você nomeou a Bela não é? Que nome acha que combina com ela?

— Hmmmm…Você é bonita, forte e independente, merece um nome digno de tal força - Acariciou mais a litten, que ronronava, gostando cada vez mais de ser elogiada. - Que tal Carmelita!

— Mãe, que nome fei-

— Nyaaah! - Um miado animado veio da gatinha, que pareceu gostar do nome recebido.

— É muito bonito! Carmelita! Nós seremos boas amigas!

Leona se atreveu a tentar um carinho mais delicado dessa vez, e para sua sorte, a Litten estava de bom humor.

Amanhã vamos até a Kahuna, para que você seja oficializada como uma novata nas jornadas. Ai, não posso acreditar, minha menininha cresceu tanto! Já vai abandonar a mamãe e ir enfrentar o mundão! - Abraçou Leona, que mal conseguia respirar em meio aos bíceps gigantescos da mãe.

— M-mãe! Até parece que vai sentir saudades, você vai é se pegar com a Olivia todo dia, sua safada.

— O que eu vou fazer enquanto você estiver fora não é importante…Precisamos comemorar, sabe o que isso pede?

— Free style? - As duas se olharam

— FREE STYLE!!!

Pediram para Ludicolo ligar uma música e começaram a dançar loucamente na varanda da casa. Carmelita olhava aquilo com vergonha alheia, estava se perguntando em que tipo de bagunça tinha se enfiado. Mas no fim, tinha gostado de Renata, e tinha interesse em saber mais sobre Leona. Teria de engolir seu orgulho para dizer que tinha gostado da ideia de viajar com um treinador, mas isso ficaria para outro dia.

Ela se rendeu ao Free Style.

Dormiram depois de beber mais algumas cervejas, com Carmelita ficando junto de Leona em sua cama. Era a primeira vez que dormia em uma cama quente e confortável, que não fosse seu ninho.

No fundo, Carmelita é apenas uma pokémon traumatizada e insegura, que não consegue lidar com sua solidão, e externa isso em forma de agressividade. Mas ela estava se sentindo bem ali, saber que gostavam dela aquecia o coração.

Ela dormiu em paz.

No dia seguinte, ambas já estavam acordadas cedo como de costume. Era domingo e o sol estava forte.

Leona ajeitou sua roupa de jornada. Um macacão vermelho, com blusa preta escrita uma frase que a definia “I exercite because i love eating”.

Reuniu todas as duas coisas, uma pequena caixa de ferramentas. Um sketchbook encadernado em couro, escova de dentes e tudo mais que fosse precisar.

Renata preparou um café saudável e rico para se despedir da filha. Apesar de ficar um pouco preocupada, ela sabia que Leona já era adulta, independente e sabia se cuidar, não teria de ficar noites sem dormir se preocupando com ela.

— Pegou calcinhas limpas?

— Sim, as roupas estão todas no avião! Foi muito bom ter adaptado para servir de treiler, hein! Não vou precisar carregar tudo.

— Só nos resta então ir pegar seu trainer card e pokédex com a Olivia. Já chamou a Carmelita?

Sem precisar, a gatinha já surgiu na cozinha, espreguiçando-se e alongando. O pelo levemente bagunçado, foi uma excelente noite de sono, dava para ver que estava de bom humor.

— Bom dia fofinha! Venha tomar o café da manhã enquanto a Leo termina de ajeitar o avião.

— Nyaah! - A gatinha miou um bom dia animado. Subiu na mesa e esperou que Renata a servisse. Seus olhos brilharam ao ver tanta comida gostosa e quentinha, que não tinha sido roubada do lixo. Comeu com muito gosto e fome.

— Bem, eu reparei em como você age. - Renata começou a falar com ela, acariciando seus bigodes. - Vejo que você é agressiva para esconder uma grande dor pelo qual passa não é? Você pode não gostar muito de como a Leo age, mas são muito parecidas, vocês duas. Leona é forte e independente, ela ama o que faz e é bem animada...Mas tenho certeza de que muitas vezes ela chora a noite, sente falta do pai.

— Nyaann… - A litten prestava atenção nas palavras, olhando para Leona pela janela grande da cozinha. Sentiu empatia por ela.

— A melhor parte de ter uma parceira, é que você pode sempre contar com ela. Dizer quando se sente mal, ou até mesmo chorar quando precisar. Faz bem ao coração se livrar de alguns pesos das costas. Quero te pedir isso - Fez uma pausa, com Carmelita olhando diretamente nos olhos dela. - Confiem uma na outra, sejam abertas e sinceras, e não haverá nada capaz de colocar ambas para baixo. Leve seu tempo para se acostumar, mas tenha certeza de que a Leo vai cuidar muito bem de você.

Terminou a conversa fazendo um carinho no queixo da litten, que ronronou. Seria difícil e demoraria um pouco, mas Carmelita estava disposta a conhecer melhor sua parceira, e a superar seus medos. Sua família estava desaparecida, mas ela tinha que se virar, era a sua vida, e não iria levá-la em vão.

Inflou os pulmões de ar, esfregou-se em Renata, agradecendo os conselhos e então correndo na direção de Leona, com um sorriso no focinho.

A mecânica se assustou quando a gatinha pulou em seu colo, subindo em seus ombros e então esfregando a cabeça em sua bochecha, virando o rosto depois como se dissesse “n-não é como se eu gostasse de você, baka…”.

— Está pronta para isso? Vamos conquistar o mundo!

— Nyaah!

— ENTÃO VAMOS!

— NHAAARRRR!

As duas felinas em chamas correram pelas ruas de Heahea city até chegar novamente na casa de Olivia, batendo na porta. Dessa vez com Renata junto.

— Bom dia amores! Ora só, conseguiu achar a Litten. Veio para oficializar sua jornada?

— Sim! Estamos prontas! Não sei o que tenho que fazer, mas eu descubro.

Passou-se algum tempo, fizeram o registro e todas as partes legais da dubla, Olivia entregou uma pokédex estranha para Leona.

— Esse é o modelo de pokédex em alola! Ela está vazia agora, mas você pode usar todas as funções básicas de uma pokédex. - Ela começou a explicar, mostrando os botões a mais nova. - Porém, se conseguir capturar um “Rotom”, ela terá muitas funções extras! A pokédex de alola foi criada para ser a melhor de todas, pois é a única que também pode ser um pokémon! Então busque um rotom, e se ele concordar, vai desvendar o restante dos mistérios dessa tecnologia.

— Rotom? Tá! - Ao dizer o nome, as informações básicas daquele pokémon foram mostradas na tela.

— Por último, um bilhete para o S.S kyogre. Um navio cruzeiro que irá atracar em Sinnoh e é lá onde sua jornada pode começar. E com o Poké Gear, pode usar a tecnologia de teleporte para ir a link city.

— Navio? Teleporte? Sem chance! - reclamou - da última vez que eu pisei em um cruzeiro, tive enjôos do inicio ao fim da viagem, e teleporte me parece fazer a mesma coisa! Eu irei com meu avião! Conheço bem o caminho até sinnoh, fiz várias entregas para a fazenda Hoshino la.

— Bem, boa sorte então! Só me resta desejar uma boa jornada.

— Obrigada Olivia! - Abraçou a Kahuna e sussurrou em seu ouvido. - Cuide bem da minha mãe, eu sei o que vocês duas andam fazendo.

A morena ficou corada, se despediu das duas e voltou aos seus afazeres de Kahuna.

Guardou tudo na sua bolsa e caminharam de volta para casa, onde finalmente iria dar a partida em seu avião.

— Bem, agora que você vai abandonar a mamãe.

— Para mami! Nem começa! - Gargalhou, indo abraçar a mãe.

Ambas mulheres se abraçaram por vários minutos, era óbvio a boa relação que tinham. As duas deixaram cair algumas lágrimas de emoção.

— Faça uma boa jornada, quando precisar é só me ligar, e nunca se  esqueça do caminho de casa.

— Nunca vou esquecer. Eu te amo, mami.

— Também te amo, filha.

Renata deu um beijo na testa da filha, Leona subiu para entrar no avião e então ambas colocaram a mão no coração. E a mais velha foi a primeira a gritar.

IMMER STARK!

IMMER ZUVERSICHTLICH!

— Adeus filha! Tome cuidado!

— Você também, se cuida!

Fechou a porta, com carmelita agora entrando no avião pela primeira vez. A cadeira do piloto era confortável, e tinha mais uma ao seu lado. Apesar daquele avião não precisar de um co piloto, era para quando precisava levar alguém, ou deixar alguma bagunça. Foi ali que a gatinha se sentou.

— Esse é o “Wasserhahn”, será nosso companheiro de jornada. Não é muito potente, mas vai dar um teto para nossas cabeças quando chover! - Começou a falar, colocando seus óculos de aviador que estavam na cabeça, junto com a bandana. - Está pronta?

— Nyaar! - Ela confirmou.

Dando a confirmação da litten, ligou o avião, se preparando para dar a partida. Conferiu o rádio e os controles, estavam todos funcionando bem. Fez um último “tchau” para sua mãe e deu a partida.

Ele andou até pegar força suficiente para levantar voo, suave e tranquilo. Leona suspirou, amava a sensação da decolagem, e a liberdade que voar lhe dava.

— Sei que ainda não nos conhecemos muito bem. Mas podemos ser grandes amigas. Você vai ver.

A litten concordou, também tinha gostado da sensação da decolagem, o coração se sentindo animado e alerta para a aventura.

Logo, estavam sobrevoando Akala, para darem um último adeus a casa e então partir para Sinnoh. Avistou em seu radar o S.S Kyogre que Olivia tinha mencionado, e travou a rota para que não se perdessem.

E assim começou a jornada de uma aviadora, com grandes habilidades, mas sem muitas expectativas do que faria no futuro.

Resultados escreveu:

Pokémon capturado:

Jornada - Página 2 SVxkVvG
Litten - Carmelita
Gênero: Fêmea
Habilidade: Intimidate
Leona Reinhardt
Leona Reinhardt

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Jornada - Página 2 Empty Capítulo II - Saindo de Eterna City

Mensagem por Marine Hosoki Qui Abr 18, 2019 5:42 pm

C A P Í T U L O II   -  S A I N D O  D E  E T E R N A

”Janeiro, Chuva amena.” escreveu:
Depois da festa que fizeram em casa, fomos dormir, mas Shinx queria muito brincar, porém eu estava cansada, por isso o deixei brincando com sua pokébola até que pegasse no sono, tínhamos que dormir para as novas aventuras do dia seguinte.


Eterna City, Sinnoh
O despertador tocava naquele quarto exatamente às 09:00, o braço de Marine procurava o relógio que despertava r quando o encontrou o jogou longe com a força que tinha, e naquele instante o barulho cessou e a garota voltou a dormir. O sono estava tranquilo para alguém que havia acabado de ouvir o despertador.

— Shinx! — pulava em cima de Marine e a mesma ainda não acordava. — SHINX! — o azulado atacou a garota usando Charge: uma descarga elétrica que foi capaz de acordar a mesma e tirá-la da cama.

— Muito obrigada Shinx. — disse bem irônica, enquanto que Shinx sorria e descia da cama.

Se levantou da cama e foi pegar o relógio que tinha jogado longe há alguns minutos atrás, ergueu os braços e espreguiçou-se, Shinx bocejava e também espreguiçava-se, a morena apenas sorriu ao ver que seu pokémon também fazia o mesmo. Abriu a porta do quarto e atravessou o corredor até a porta do banheiro, o espelho apenas refletia o pequeno estrago causado por Shinx, seus cabelos estavam totalmente arrepiados por conta da eletricidade. Pegou uma escova e passava a pentear os cabelos para ajeita-los, tirou a escova de dentes do armário e colocou um pouco de pasta de dente. Enquanto escovava os dentes, Shinx parecia brincar com o rolo de papel higiênico de um lado para o outro.
Ao final de sua higiene saiu do banheiro e voltou para o quarto trocar de roupa e desceu um andar de escadas em direção a cozinha, com o Pokémon a seguindo.

— Bom dia! — falava assim que chegara na cozinha, porém ninguém estava ali. — Ah é, estão na doceria. — mesmo a casa estando vazia seu café da manhã estava pronto, assim como o de Shinx - uma pequena travessa de ração próxima a parede.

Enquanto comia, podia ver pela janela que chovia fracamente do lado de fora, mesmo que não fosse sair, seu pokémon não poderia conhecer os demais que sua mãe cuida.

— Paruce que você não voi conhucer os outrros pokemuns. — falava com a boca cheia para Shinx, que olhava de forma alegre, provavelmente aquilo não era um empecilho.

Depois de terminado o café, Marine pegou um guarda chuva para ir até a doceira, que ficava a alguns metros de sua casa —especificamente a frente. Deixou o objeto molhado do lado de fora e entrou com seu pokémon em seus braços. Assim que entrou pela porta dos fundos podia ver a quantidade de pessoas que estavam ali.

— Bom dia filha! — falava sua mãe que carregava dois pratos, cada um com um pedaço de bolo. — Hoje está um pouco movimentado, poderia ajudar fazendo café? — e saía para deixar os bolos na mesa.

— Claro.— deixou Shinx no chão e foi fazer o que sua mãe havia lhe pedido.
OO azulado seguia Marine por onde que fosse, sendo ficando próximo de suas pernas para não perder sua amiga de vista. A morena preparava uma quantidade considerável de café para alguns clientes que buscavam a bebida quente por conta dos ventos gélidos daquele dia.

Algumas horas depois.
A confeitaria fechava para horário de almoço, Marine limpava alguns pratos que foram utilizados naquele dia, Shinx ajudava carregando alguns talheres para a pia onde a morena lavava tudo.

— Obrigada por sua ajuda Shinx. — falava quando terminava de lavar o último prato. — Vamos voltar, está na hora de almoçar. — dizia animada enquanto saía às pressas da doceria junto de seu pokémon. Enquanto ia até sua casa, podia ver que seu pai ia até seu encontro.

— Bom trabalho. Você e Shinx deram conta do movimento de manhã! — deu um leve tapinha no ombro esquerdo de Marine. — Agora que você tem um pokémon, vai precisar disso aqui. — estendia sua mão e nela continha um objeto semelhante a um celular, porém tinha a imagem de uma pokébola nele. — Isso é um Pokédex, sempre que ver um pokémon e não souber qual é, mire o Pokédex nele, veja aqui. — Marine se aproximou e Tsumon já mirava o Pokédex em Shinx.
Pokédex escreveu:Jornada - Página 2 Shinx
Shinx, um pokémon felino.
Quando pressente perigo, seu pelo azul brilha em intensidade suficiente para cegar temporariamente o alvo e permitir que Shinx fuja. Produz eletricidade ao movimentar seu corpo, especialmente as patas dianteiras.

Ao final da explicação do Pokédex, Marine estava com os olhos brilhando, seu pai lhe entregou em suas mãos - este pokédex tinha a coloração preta e amarela.

— Todo mundo que sai se aventurando para capturar pokémons precisa de um desse. É muito importante também saber quais pokémons estão à sua frente, ele também indica o tipo de pokémon que ele é. — dizia seu pai. — Você quer ser como eu, uma treinadora, não e? - perguntava diretamente para sua filha.

— Mas é claro! Obrigada Pai! — e o abraçou fortemente, agradecendo pelo Pokédex

— Escuta, o mundo aí fora não é como se mostra na televisão. Tem algumas coisas que preciso te ensinar antes de sair… — seu tom de voz mostrava o quão preocupado estava com sua filha. — Vou mostrar algumas coisas pelo computador. — Assim que adentraram a casa, deram de cara com Yara, esta carregava uma frigideira em suas mãos.

— Vocês não vão a lugar algum sem antes sentar para almoçar. — apontava a frigideira para o marido que estava assustado com a situação

— A-Almoço? É, eu tinha me esquecido. — tentou desviar do assunto e logo sentou-se para comer, com Marine e Shinx fazendo o mesmo.

Depois do longo almoço, a família deixou a doceria fechada e se reuniu na sala onde Yara e Tsumon poderiam ensinar algumas coisas para Marine sobre o mundo pokémon. O homem colocou um CD onde nele continha algumas gravações de suas partidas como treinador pokémon.

— Esse sou eu vencendo o ginásio de planta. — dizia enquanto a imagem de seu Charizard aparecia na tela derrotando um Tortera. — Essa foi minha primeira insígnia. — mostrava com muito orgulho a insígnia que tinha recebido por sua vitória. — Batalhas de ginásio são muito importantes para treinadores pokémon, se você juntar oito delas, poderá desafiar a Elite dos 4, são pouquíssimos treinadores que conseguem…

— Seu pai inclusive já foi líder de ginási-

— Não precisa estragar a surpresa querida! — dizia interrompendo a esposa em um tom divertido. — Não duvido se, me chamarem de novo eu vá para lá. Provavelmente tem alguém mais qualificado que eu para o ginásio do tipo fogo. — brincava com suas palavras enquanto Marine acariciava Shinx e assistiam tranquilamente.
— E quanto às demais profissões? Mãe é uma cuidadora certo? — A morena perguntava se virando para sua mãe, que ficou feliz em saber da curiosidade da filha.

— Sim, nós, cuidadores pokémon estudamos o comportamento de cada um deles, o tipo de alimentação e o habitat onde vivem. E quando ficam doentes nós buscamos tratar de sua doença. Não usamos os pokémons para batalhar, apenas cuidados del-

— E sua mãe deseja ser uma Professora Pokémon. — estragou a surpresa de sua esposa, já que a mesma havia feito isso com a sua.

— Ah, muito obrigada por estragar a MINHA surpresa Tsumon. — se mostrava irritada por conta da atitude de seu marido.

— Hehe, desculpa. — erguia as mãos para cima em forma de rendição, como se não fosse fazer mais nada.

— Muitas coisas você mais descobrir no caminho, mas lembre-se que todos os pokémons são como nós, possuem sentimentos e podem adoecer, cuide bem deles está bem? — falava sua mãe antes de lhe entregar algo. — É um pouco da ração especial que dou para Ryhorn, quando Shinx precisar, dê pra ele também!

— Obrigada mãe. — abraçou sua mãe e logo sem seguida a mesma também entregava uma mochila.

— Quero te dar outra coisa antes de partir. — o pai tirou um colar do bolso e o colocou na filha. — Um presente.

— Que lindo, o que é essa pedra? — perguntava olhando para a pedra.

— É pra te dar sorte em sua jornada. — e deu um forte abraço na filha. — Ah e… quero que temo cuidado com Davos. — Seu tom de voz ficou mais sério neste momento.

— Não se preocupe, vou manter distância dele. — retribuiu o abraço e foi aos poucos indo para a porta de saída.

— Nos ligue assim que chegar em cada cidade! — falava sua mãe totalmente preocupada.

— Tudo bem! Tchau mãe, tchau pai! Voltarei depois de ter desafiado a elite dos 4 e ser a melhor treinadora pokémon! — e saiu correndo com Shinx ao seu lado.

Marine seguia em direção à rota 211, esperando encontrar algum pokémon no meio de sua jornada.
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Jornada - Página 2 Empty Capítulo III - Primeira Captura

Mensagem por Marine Hosoki Ter Abr 30, 2019 8:53 am

C A P Í T U L O III -  P R I M E I R A  C A P T U R A

”Final de Janeiro, Sol com poucas nuvens.” escreveu:
Ah, depois que saímos de casa seguimos pela rota 211, paramos em um ponto onde tivemos que descansar, não imaginava que sair em uma jornada seria tão complicado.


Rota 211, Sinnoh
Estavam sentados em uma clareira próxima a uma pequena floresta, tanto Marine quanto Shinx estavam exaustos, de tanto andar e de não encontrarem nenhum outro pokémon para capturar. A garota deitou no chão buscando descansar melhor.

— Desse jeito nunca iremos encontrar um pokémon. Acho que deveria ter ficado em Eterna. — dizia observando as nuvens que iam de um lado para o outro no céu.

Shinx ficou ao lado da amiga até que começou a farejar algo e sair de perto de Marine. A garota, vendo que seu pokémon estava inquieto, se levantou e o acompanhou conforme farejava.

— Encontrou alguma coisa? — perguntava para Shinx enquanto se mostrava atenta para o local onde o pokémon havia parado.

O pequeno pokémon soltava pequenos raios de sua cauda, havia algo dentro daquela moita e Marine estava receosa. Shinx utilizou Charge na moita e dali havia saído em pokémon. Era um pokémon alaranjado com uma pequena chama na ponta da cauda.

— Ahh, um Charmander. — pegou seu Pokédex e apontou na direção do alaranjado.[/b]

POKÉDEX escreveu:
Jornada - Página 2 Charmander
Charmander, um pokémon tipo dragão.
Na ponta de sua cauda carrega um pouco de suas chamas, estas indicam sua força vital. Também as chamas que saem de sua boca são quentes o suficiente para causar queimaduras em outros pokémons.

— Uaaau. Ah, esse Charmander vira um Charizard igual o do meu pai. — olhou para o Charmander que estava irritado e foi até ele. — Não precisa ficar com medo — dizia se agachando próximo a ele. — Não vamos machucar voc- — nisso Charmander soltava fogo se sua boca, forçando Marine a recuar, dando espaço para que Charmander pudesse fugir para longe. — Hmm...era minha chance de ter o Charmander. — dizia logo se levantando. — Vamos ter que continuar. — pegou as suas coisas e seguiu caminho pela rota 211.


A tarde estava chegando a um fim, o sol começava a se pôr no horizonte e Marine montava a barraca na qual passaria aquela noite enquanto Shinx recolhia alguns galhos pequenos para fazer a fogueira. A garota acendia a fogueira e sentava próximo a ela, Shinx comia de sua ração próxima a sua amiga. Terminaram sua refeição e dormiram.

Barulhos acordavam Marine de seu sono, o sol estava fraco naquela manhã. A garota sentou-se devagar por conta do barulho e olhou para todos os lados buscando a fonte. Podia ver que, alguma coisa mexia em sua bolsa e parecia comer a ração que tinha ali. Marine pegou o Pokédex e notou no pokémon.
POKÉDEX escreveu:Jornada - Página 2 Pichu
Pichu , um pokémon elétrico.
Sua aparência se assemelha a de um rato, no entanto sua coloração amarela demonstra ser um animal diferente. Sua cauda em forma de raio mostra o seu tipo de elemento.

— Um Pichu… — falava com sono enquanto guardava o Pokédex. Se aproximava devagar da mochila onde pokémon estava. Marine acertou um galho e Pichu se levantou e ficou olhando para a garota que estava com a boca cheia de ração. Ficou um tempo olhando para ela e depois voltou a comer a ração dentro da mochila. Marine pegou uma pokébola e jogou no Pichu. O objeto se mexia como se o pokémon tivesse que sair dali, mas logo parou e a captura foi concluída. Marine pegou a pokébola e soltou o Pichu.— Você queria ser meu amigo? — perguntava para o pokémon que continuava comendo mesmo depois da captura.

— Pichu. — falava o pokémon com a boca cheia e afirmando com a cabeça.

Naquele dia, Marine permaneceu ali por mais uma noite, ganhando um novo pokémon que queria estar junto com ela desde que passou a segui-la no início da rota 211.
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RESULTADOS escreveu: Pokémon Capturado
Jornada - Página 2 Pichu
Pichu
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Jornada - Página 2 Empty Entrada 04: Nos vestimos de vacas

Mensagem por Hoshino Subaru Ter Abr 30, 2019 4:02 pm

ENTRADA 04: Nos vestimos de vacas


Muitas coisas aconteceram nos últimos dias, então não consegui tempo para escrever, mas foram marcantes. Depois de destruirmos metade da mansão Pieceman — acho que nunca vou conseguir dizer que aquele lugar é meu — Munchlax passou a nos seguir. É um pouco engraçado, porque ele pensa ser um ninja, mas nós sempre sabemos onde ele está. É bem fofo. Ele fica escondido, me olhando de longe, e sempre que eu o noto, seu rosto fica vermelho e ele desaparece, mas sempre aceita quando eu ofereço comida.


Por algum motivo, Pollux o detesta. Não sei se é por ele ter roubado seus Poffins amarelos ou se sente ciúmes, mas sempre que eu tento me aproximar de Munchlax, o Piplup me olha de cara feia. Windie acha muito engraçado.


Depois da Rota 210, atravessamos a Rota 215 e chegamos em Veilstone a tempo de embarcar no S.S Kyogre. Quando entramos, tentaram barrar o Munchlax que me seguiu, mas eu disse ser meu Pokémon. Eu pude ver que ele já estava quase em desespero por não poder me seguir, mas o fiz prometer que ficaria perto de nós para que não causasse nenhum problema. A viagem de barco foi incrível, principalmente com todas as atrações que aconteceriam naquele ano graças à Confederação. Foi uma pena que teríamos de voltar para Sinnoh, mas era melhor do que não viajar, né?


Ah! E Link City! Eu nunca visitei um lugar tão incrível. A cidade era toda tecnológica e cheio de estabelecimentos focados nos treinadores! Era a nova capital do mundo e eu sem dúvida queria fazer parte daquilo! Nós também ganhamos o C-Gear, um aparelho engraçado que podia nos teleportar para Link City sempre que quiséssemos e eu ganhei até uma suíte no melhor hotel da cidade! Depois que voltamos de barco para Sinnoh, atracando em Sunyshore, eu voltei imediatamente para Link City.


Dessa vez, eu visitei o Battle Park, onde conheci Vitória e Ellie, além de encontrar Leona, que eu já conhecia por trabalhar às vezes na fazenda dos meus pais. O melhor de tudo foi a batalha que tive com a Vitória! Pollux enfrentou Ace, o Torchic de Vitória, e tivemos uma batalha incrível! O Piplup ficou realmente orgulhoso depois de vencer, já Windie não. Ela ficou bem incomodada com as batalhas, principalmente entre o Trapinch de Ellie e a Litten de Leona. Eu não a culpo, mas espero fazê-la gostar de batalhas um dia.


Além disso, também havia o diário de William Pieceman! Passei boas horas lendo aquele diário, conhecendo melhor sobre ele, as suas histórias e os meus pais. Eles viajaram por toda Sinnoh, desafiando ginásios e capturando Pokémons, além de se enfiarem em várias confusões. Porém, como este é o meu diário, não vou narrar as aventuras deles. Essa história aqui é minha.


Sunyshore City, Região de Sinnoh


É uma pena que não tenhamos ido para outra região, porém, não era totalmente ruim. Ainda havia muitas partes de Sinnoh que eu não conhecia, e Sunyshore era uma delas. Assim que dei uma boa olhada nela, vi que era incrível. A cidade fora toda construída acima e em volta de barrancos de pedra, muito projetados para que não ocorresse deslizamento, o que poderia ser perigoso. Todos os barrancos mais altos eram conectados por belas passarelas azuis, que também eram painéis solares imensos que coletavam energia para abastecer a cidade, tornando-a autossuficiente.


Têm muitos lugares de Sunyshore que quero visitar — comecei a falar para Windie e Pollux, que me seguiam para fora do Centro Pokémon da cidade. Andávamos calmamente belas e ensolaradas ruas de pedra, sentindo a brisa marítima que atravessava Sunyshore, vindo da praia ao norte. — Como o farol, e a pedra que parece um Munchlax — Pollux franziu o rosto à menção do nosso amigo stalker — mas o que eu mais quero visitar, sem dúvidas, é o Mercado de Sunyshore! — abri os braços, mostrando o lugar.


Estávamos bem em frente ao local. Acho que depois do farol, essa devia ser a maior estrutura de toda Sunyshore. O teto do mercado era muito alto e havia grandes portas em todas as direções, permitindo que, mesmo com toda aquela gente, permanecesse sempre muito claro e arejado. As paredes do lado de fora eram brancas, mas pintadas com vários desenhos de ondas e flores. Muito animado, entrei. Por toda a extensão do estabelecimento estavam montadas todo o tipo de barracas e estandes, vendendo os mais variados produtos. Em algumas vendiam-se berries fresquíssimas, em outras, itens para Pokémons, como roupas e acessórios. Gostei muito de ver uma mini livraria e não resisti ao impulso de comprar alguns — precisei me teleportar até o hotel em Link City para guardar os livros em meu quarto.


Pìplup! — exclamou o pinguim, fazendo com o que Windie e eu parássemos.


O que foi?


Piplup! — Pollux apontava com a asinha para uma barraca cor-de-rosa, da qual eu podia sentir um odor doce e muito gostoso de...


Poffins!


A dona da barraca era uma senhorinha muito simpática que fazia Poffins na hora, e era muito habilidosa também! No balcão havia um mostruário com Poffins de todos os sabores, embelezando ainda mais a barraca com as suas diversas cores. O que mais me chamou a atenção, e a de Pollux, principalmente, foram Poffins muito peculiares: eles eram dourados. Os olhos azuis de Piplup grudaram-se no vidro, contemplando os pãezinhos.


Senhora, o que são esses Poffins dourados? — perguntei, afastando Pollux do vidro.


Dentro da barraquinha havia um limpíssimo balcão de trabalho, com um fogão onde ela preparava os seus Poffins. Ela mexia a massa no fogo habilidosamente, suas mãos mexendo com tanta destreza que ela nem mesmo parecia uma velhinha. Do lado oposto em que eu estava, havia uma estante cheia de potes de vidro com os mais variados tipos de frutas, todos separados pelo tipo de sabor e cor. Ela virou-se para mim, sorrindo, enquanto despejava a massa nas formas antes de pôr para assar.


— Ah! Esses são Mild Poffins — explicou ela. — Eles são feitos com frutas de todos os sabores e são realmente complicados de fazerem. Quando não mexidos ou assados corretamente, se tornam brancos e sem gosto, isso se não queimarem! Eles são muito especiais, porque não há Pokémon que não goste desses pequenos dourados.


Que incrível! — eu disse, animado, voltando-me para Pollux e Windie. — Vocês querem alguns?


Os dois concordaram e saímos dali com alguns Poffins dourados que os dois simplesmente amaram. Fiquei com aquele Poffins especial na cabeça. Aparentemente eram muito difíceis de serem feitos, mas será que eu conseguiria? Uma imensa vontade de tentar apoderou-se de mim. De uma forma ou de outra, eu faria aqueles Poffins dourados, nem que fosse a última coisa que eu fizesse em vida!


Certo, agora, vamos ao objetivo da nossa visita! — alertei os Pokémons que me seguiam de perto, com Pollux montado nas costas de Windie. — Seals!


Eu finalmente chegara à parte que eu estava procurando. Por todo o lado, vendedores gritavam e anunciavam os seus produtos. Acho que aquela era a seção mais colorida e barulhenta do Mercado. Aqui e ali eu podia ver os mais variados tipos de Seals para vender; selos que soltavam bolhas, selos que soltavam flores, raios, notas musicais, confete, fumaça, formavam letras! Era tanta variedade que eu mal sabia por onde começar! Parei na primeira barraca, em que o vendedor demonstrava os selos para um grupo de crianças.


— Primeiro, você precisa de um Seal case! — ele mostrou uma esfera azulada, transparente e vazia, que abria-se no meio, depois encaixou uma Pokébola ali dentro, cobrindo-a totalmente com o plástico azul. — Depois vocês escolhem os seals que querem e colam na Pokébola — ele pegou um pequeno selo com a forma de um coração vermelho e colou-o na superfície azulada e, teatralmente, lançou a Pokébola para o alto. Assim que a esfera abriu-se, em vez da costumeira luz esbranquiçada que se transforma em Pokémon, uma bela torrente de corações vermelhos irrompeu de dentro da esfera e explodiu, revelando um muito animado Mime Jr. que abriu os braços e agradeceu a atenção. Assim como as crianças, eu bati palmas pela ótima demonstração.


O que acham? Vamos comprar algumas? — perguntei a Windie e Pollux.


Pip! — concordou o Piplup, elevando uma das asas. Windie relinchou animada. Nos encaminhamos para a tenta de Seals.


O vendedor rapidamente nos atendeu, nos mostrando todo os tipos de selos que ele vendia. E eram realmente muitos! Eu estava ficando tonto com tantos efeitos diferentes e cores piscantes, então decidi que já estava na hora de testar alguns. Piplup escolheu um que formava estrelas azuladas, que piscavam e explodiam em luz, já Windie quis o que formava círculos de fogo muito vermelho. Peguei as suas Pokébolas e as cobri com o Seal Case, fazendo-as ficar com uma coloração arroxeada em vez do típico vermelho e colei os selos. Decidi começar por Pollux, que parecia o mais animado.


Certo, retorne — o chamei de volta para a Pokébola, transformando-o numa luz avermelhada. Pude ver o pequeno Piplup através da parte que agora era roxa da Pokébola. — Pronto? Pollux, vai!


Já adianto que foi lindo. A Pokébola voou da minha mão, abrindo-se no ar. Em vez da luz branca, uma espiral de estrelas azuis fora liberada, com Pollux rodopiando em seu centro, o peito muito estufado. Conforme ele passava pelas estrelas, estas explodiam e liberavam um belo brilho azulado que refletia nas penas do Piplup, embelezando-o ainda mais. Quando caiu no chão, ele fez pose, enquanto mais brilho caía a sua volta.


Brilhante! — exclamei para Pollux, batendo palmas para ele. O seu ego inflou assim como o seu peitinho de ave.


Pip! — gabou-se e eu ri.


Agora você — retornei Windie para a sua Pokébola e logo a lancei também.


Foi tão impressionante quanto a de Pollux. Quando a Pokébola abriu, liberou vários círculos rodopiantes de fogo e depois Windie, que correu e saltou através deles. Cada vez que ela atravessava-os, mais chamas eram produzidas, girando em um belíssimo espetáculo pirotécnico. Ao final, Windie balançou as suas crinas de fogo, parecendo muito satisfeita com o seu desempenho.


Você ficou linda! — eu disse para Windie, acariciando o seu pescoço.


Obviamente, não resisti e comprei mais selos, testando-os com Pollux e Windie. Compramos alguns que produziam bolhas semelhantes às que Pollux fazia e ele pareceu gostar muito. Windie se encantou pelos que soltavam corações, então comprei de várias cores. Os mais engraçados eram os que formavam letras, então passei um bom tempo me divertindo, escrevendo os nomes de Pollux, Windie e o meu através dos selos. Secretamente, comprei alguns que combinariam com Munchlax, mas esperaria capturar ele antes de mostra-los.


Acho que estamos bem abastecidos de selos — afirmei para Pollux e Windie, que acenaram positivamente com a cabeça. — Antes de irmos embora, tem mais um lugar que eu gostaria de visitar, vamos lá?


Óbvio que não conseguimos chegar ao nosso destino sem antes parar em alguns lugares. Paramos em uma que vendiam sorvetes típicos de Unova, os Casteliacones; achei engraçado o fato de se parecerem com o Pokémon Vanillite, mas comemos mesmo assim. Eram gostosos, e Pollux pareceu adorá-los tanto quando os Poffins dourados. Depois experimentamos alguns acessórios de outra lojinha. Windie ficou linda com um laço vermelho que amarrei em seu pescoço, já Pollux recusou-se a experimentar qualquer um deles.


Depois de muito tempo, conseguimos chegar aonde eu queria. Era uma bela barraquinha de madeira, com um letreiro vermelho escrito “Moo Moo Milk” em branco e, logo abaixo “Diretamente da Fazenda Hoshino”, ao lado do desenho de uma garrafa de leite. Havia várias garrafas de leite expostas, algumas até mesmo de outros sabores, e atrás do vendedor um freezer caso quisessem gelado. O vendedor vestia um avental com o logotipo da fazenda, e chamava animadamente os transeuntes para verem os seus produtos, mas não lhe davam atenção; sempre que o ignoravam, eu podia notar uma pontada de desânimo em seu rosto. Ao lado do vendedor estava um garotinho com uma caixa em mãos. Assim que me aproximei, o vendedor me reconheceu.


— Senhor Subaru! Como vai? O que faz por aqui? — perguntou o vendedor, Tom, muito respeitosamente.


A-ah! Não precisa me chamar assim! Só Subaru está bom — eu disse, meio encabulado e ele assentiu. — Eu vou bem. Aconteceram muitas coisas recentemente e agora estou viajando por Sinnoh. Sou um treinador! — apontei para os meus Pokémons. Windie balançou a cabeça para o vendedor e Pollux acenou com a pequena asa.


— Mesmo? Imaginei que seguiria o caminho dos seus pais e tocaria a fazenda! — ele disse, surpreso. Senti um leve aperto no peito.


B-bem, eu não descartei essa ideia, mas meus pais acham que eu devia viajar mesmo assim. Sinto que estou conhecendo mais de mim mesmo a cada dia, além de pessoas incríveis! — contei, sorridente e o vendedor fez o mesmo.


— Você tem razão! Espero que se divirta.


Eu vou sim, obrigado! — agradeci. — Enfim, como estão as coisas por aqui? Mesmo que eu esteja em minha própria viagem, acho que eu poderia ajudar um pouco o negócio dos meus pais, sabe.


O olhar dele tornou-se um pouco triste repentinamente.


— Ah, eu fico um pouco envergonhado disso, mas as vendas não estão indo muito bem — confidenciou ele, apertando o avental. — Por mais que eu me esforce, as pessoas não parecem interessadas nos nossos produtos. Acho que não estou sendo chamativo o bastante.


Hm... Entend-


— Uaaah! Uma Ponyta! Pai, posso montar nela?


O garotinho se pronunciou. Realmente, ele parecia uma versão em miniatura do pai. Ele se aproximou de Windie com os olhos brilhantes e um grande sorriso. Notei que a caixa que ele segurava estava cheia de diferentes tipos de selos, muitos eu nem mesmo tinha visto nas lojas. Tom pareceu um pouco envergonhado pelo repentino pedido do filho, pendendo a cabeça.


— Não sei, Dino, se Subaru e sua Ponyta não se importarem...


Não tem problema nenhum! Claro que pode montar, né Windie? — perguntei para a Ponyta.


Para a sorte do pequeno Dino, Windie sempre adorara crianças. Ela sempre se divertia muito na fazenda quando Hotaru, Masaru e Hikaru brincavam com ela, além disso, ela sempre me ajudava a cuidar deles. Eu podia sentir um forte sentimento maternal vindo da Ponyta e imaginava que ela seria uma grande mãe quando tivesse seus próprios filhotinhos. Animada, Windie aproximou a cabeça do menininho e lambeu o seu rosto. Ele se arrepiou todo e riu.


O vendedor ajudou o filho a montar em Windie e o garoto segurou-se fortemente na sela. Pollux montou com ele e ficou o tempo todo nele, como se tivesse a obrigação de cuidá-lo. Um sorriso apareceu em meus lábios enquanto observava o pequeno Dino montando em Windie, que caminhava devagar e com muito cuidado entre o grande mercado, chamando a atenção de várias pessoas que passavam


Eu acho que tive uma ideia.


— Ideia? — perguntou o vendedor, confuso.


Sim. Para melhorar as vendas. Você disse que não estava sendo chamativo o bastante? Posso resolver isso rapidinho!


— M-mesmo?


Uhum! Me espera aqui, já volto!


E saí correndo, em busca dos apetrechos necessários para meu plano.


Alguns minutos depois...


— Venham! Moo Moo Milk fresquinho da melhor fazenda de Sinnoh é só aqui!


Ele estava sendo pouco chamativo? Então eu resolvo esse problema para ele! Depois disso, jamais esquecerão a loja! Um sorriso se formava em meu rosto enquanto todos paravam para me olhar — e à barraquinha. Tom estava perplexo, mas isso logo mudou quando as pessoas começaram a se interessar. O que eu fiz?


— Essa fantasia ficou muito legal, Subaru-nii! — exclamou Dino, animado.


Roupa não, uniforme de trabalho! — senti meu rosto corar.


É, eu estava chamando muita atenção com o meu novo uniforme de Miltank. A grande fantasia era cor-de-rosa, mas a cabeça era preta, tendo as duas orelhas caídas e os chifrinhos brancos típicos do Pokémon vaca. Os pés e as mãos também eram pretos, parecendo-se com cascos. A região da barriga era amarela, com quatro protuberâncias rosadas para assimilarem-se às tetas da Miltank. Para completar, o rabinho amarelo balançava para os lados, com a esfera preta em sua ponta. Obviamente, eu não passaria essa humilhação sozinho. Windie gostou muito da sua fantasia, adaptada para cavalos, balançando-se animada como se dançasse, batendo os cascos no chão e chamando muito a atenção.


Piplup — Pollux não estava contente. Ele também vestia uma mini fantasia de Miltank e, se querem saber, estava a coisa mais fofa do mundo, apesar da cara amarrada. Ele fitava a mim e a Windie, resmungando baixinho como se dissesse “onde fui me enfiar?”.


Vamos, Pollux, anime-se! — eu disse ao Pokémon, pegando as suas asinhas e fazendo-as balançar. Ele me bicou no nariz. Achei mais seguro dar espaço para ele.


Foi bem divertido, ficamos dançando e brincando enquanto chamávamos a atenção dos clientes para a barraquinha. Vendemos bastante, o que foi ótimo para mim, meus pais e para o vendedor, que parecia muito mais animado agora. Ele até mesmo cogitou passar a trabalhar vestido de Miltank, e eu o apoiei sem dúvidas! Dino agora voltara a montar em Windie, que parecia bastante feliz, e o menino vasculhava a sua caixa de selos, verificando-os com um sorriso.


Pip — Piplup, irritado, saltou da barraca para o chão, porém parou repentinamente ao ver certo Pokémon.


Munchlax, o Pokémon que nos seguia desde a Rota 210, estava parado de frente para Pollux, seus olhos saltados fitando o pinguim de cima a baixo com sua fantasia de Miltank. Os dois Pokémons ficaram estáticos, um fitando ao outro, sem mover um único músculo. Inconscientemente, até prendi a respiração. Como eu posso explicar? Pollux não reagia muito bem ao Munchlax; ele sempre o ataca quando se aproxima demais, e é bem incômodo ter que separá-los.


E o que eu temia aconteceu. Munchlax não conseguiu mais se segurar e, cobrindo a boca com as mãos, começou a rir de Pollux, caindo no chão e começando a rolar, balançando as patinhas. Seria bem fofo, se eu não estivesse com medo da reação do Piplup. Aos poucos o rosto do pinguim ficava vermelho, sua respiração se tornava pesada e, para completar, fogo surgia em seus olhos azuis. Pollux, o destruidor, estava acordado.


PIPLUP! — o Pokémon exclamou, sendo ignorado por Munchlax, que ainda ria.


Espera, Pollux! — chamei o Pokémon, mas foi tarde demais.


Em um instante, Pollux já estava atacando. Seu bico começou a brilhar, crescendo alguns centímetros e tornando-se pontudo, mostrando um dos novos movimentos que aprendera recentemente, o Peck. Afastou as suas asas e correu até Munchlax, lançando a sua cabeça para frente em várias bicadas contra o Pokémon, porém o urso não ficou parado. Levantou-se com um salto e desviou das bicadas, revidando com uma investida que empurrou Pollux para trás. Corri, ficando entre os dois Pokémons.


Eu disse pra espera-!


Antes que eu pudesse terminar a frase, Pollux saltou, estufando o peito e disparando uma rajada de bolhas da sua boca. Ah, claro, agora não era mais Bubbles, e sim Bubble Beam, o que significava que estavam com o dobro de força. As bolhas me atingiram em cheio no rosto, me jogando para trás onde caí deitado no chão. Cara, não sei como bolhas podem doer tanto, sinceramente.


Munchlax não gostou muito que eu tivesse sido atingido, então rapidamente elevou o braço, balançando o dedo indicador. Meus olhos se arregalaram e tentei me levantar para impedi-lo, mas caí novamente, atrapalhado. Não queria que Munchlax usasse aquele movimento, afinal, poderia acontecer qualquer coisa quando ele usava. Não sei de onde surgiram, mas logo Munchlax estava envolto em folhas, que rodopiavam e produziam um fraco vento. No instante seguinte, o vento tornou-se um poderoso tornado. O Pokémon baixou as suas mãos e logo o tornado fora lançado contra Pollux, que foi atingido em cheio. O pinguim fora jogado contra Windie, que relinchou assustada e balançou-se, tentando não derrubar o menino em suas costas. Felizmente, ele não caiu, mas...


— M-meus selos! — ele exclamou.


Assim que eu voltei-me para ele, pude ver o restante do vento formado pelo tornado levando consigo dezenas de selos coloridos, que antes estavam dentro da caixa de Dino. O menino observeu seus selos irem embora por cima das muitas pessoas que visitavam o mercado. Logo o menino estava chorando muito, o que fez Pollux e Munxhlax pararem de brigar rapidamente. Um suspiro pesado escapou dos meus lábios e me levantei, me aproximando dos dois Pokémons.


Viram o que fizeram? Ficam brigando e se provocando, uma hora causariam problemas! — ralhei com os dois, que me olharam assustados, enfim fitando Dino.


Me surpreendi, porque tanto Pollux quanto Munchlax pareceram chateados pelo menino que agora chorava abraçado no seu pai. Porém, me surpreendi ainda mais quando os dois, sem brigar, se aproximaram do menino e baixaram a cabeça, grunhindo alguma coisa como em um pedido de desculpas. Mesmo chorando, o garotinho assentiu, as eu sabia que isso não resolveria o seu problema.


Ao meu lado, Windie relinchou. As duas chamas estavam avermelhadas e uma expressão determinada tomava o seu rosto. Ela bateu os cascos no chão, chamando a nossa atenção e apontou com o focinho para a caixa de selos, depois para mim, Pollux e Munchlax e enfim para a direção em que os selos estavam. Depois relinchou de novo, impaciente. Eu conhecia ela bem o bastante para entender o que queria.


Você quer procurar os selos, Windie? — perguntei para ela, que assentiu. — Então tudo bem! Vamos lá, Pollux, Munchlax, vamos procurar os selos!


Eu estava bastante surpreso com Windie, afinal, ela era sempre muito serena e quieta, mas acho que ver aquele menino triste e chorando a fez querer resolver o seu problema. Como eu disse, um dia Windie seria uma ótima mãe. Peguei a caixa onde os selos estavam anteriormente e segui Windie acompanhado de Pollux e Munchlax e enfim saímos do mercado. Assim que observei melhor a cidade, percebi que teríamos um graaaande trabalho pela frente.


Era o começo da tarde quando iniciamos nossa busca e gastamos umas boas horas para encontrar os primeiros selos. Eu não tinha muita ideia de quantos selos Dino tinha guardados na caixa, mas quando paramos para respirar, tínhamos encontrado apenas dez. Me sentei em um banco na parte leste da cidade, de frente para uma enorme rocha que era um marco da cidade. Porém, o mais incrível sobre a rocha era que ela se parecia com um Munchlax. Olhei para o lado. Sentaro no mesmo banco, do lado oposto de Pollux, Munchlax respirava pesadamente, cansado de tanto andar. Ele estava sentado da mesma forma que o Munchlax de pedra, o que achei muito engraçado. Fiquei por um tempo olhando a pedra, até perceber que nela estavam grudados alguns pontinhos coloridos. Minha boca abriu-se em um "o" perfeito.


Selos! Ali na pedra! — apontei para onde eu via os selos. — Temos que...!


E então percebi o problema. Primeiro de tudo, em volta da pedra só havia grandes barrancos; segundo, a pedra estava na água. Para nossa sorte, o mar estava calmo, mas depois eu teria que escalar aquela pedra. Senti vontade de desistir na hora, mas era minha culpa, por não conseguir controlar os meus Pokémons, que Dino havia perdido os seus selos, então era nosso dever recuperá-los.


Certo! Não vamos desistir! — me levantei animado, surpreendendo meu Pokémons. Abri a minha mochila, retirando dela um cinto e uma corda, deixando-os em cima do banco. — Windie, Munchlax, vocês vão ficar aqui e segurar essa corda para que eu consiga descer esse barranco em segurança — expliquei à Ponyta e ao Munchlax, que assentiram. Voltei-me para Piplup. — Pollux, como você é do tipo água, desce comigo. Eu sou um bom nadador, mas é melhor ter uma garantia, né? Enfim, começar missão de resgate!


E então comecei a me despir, na rua mesmo. Windie ofegou assim que eu abaixei as calças sem pudor algum, mas ficou aliviada quando notou que eu vestia roupas de banho. Guardei tudo na mochila e pus o cinto ma minha cintura, prendendo o gancho da corda e pondo na boca de Windie, que segurou com seus dentes fortes. Munchlax também segurou a corda com os seus bracinhos de urso. Me aproximei da beirada; aquela seria a coisa mais perigosa que eu já tinha feito na vida, mas eu estava naquela jornada para ter experiências. Senti a brisa fraca contra a minha pele e logo a coragem tomou conta de mim. Vai dar tudo certo!


Vou descer — coloquei Pollux no meu ombro e me abaixei, começando a descer o barranco.


Apesar de sentir a corda firme, ainda era uma tarefa difícil e amedrontadora. Eu descia devagar pela pedra acidentada, evitando firmar demais os meus pés sem ter certeza de ter algo firme para pisar. Minhas mãos começaram a doer depois de pouco tempo me segurando nas pedras geladas, mas não desisti mesmo assim. Eu estava com muito medo, mas ao mesmo tempo podia sentir a adrenalina correndo pelo meu corpo, me enchendo de coragem e excitação. Sem dúvida alguma, aquilo era viver. Depois de alguns minutos eu estava em baixo; levantei um polegar para Windie e Munchlax lá em cima. E entrei na água.


Achei que estaria mais gelada, mas o sol forte que brilhava sobre a cidade o dia todo contribuíra para que eu não morresse de frio assim que estivesse com a água salgada até o peito. Pollux pulou do meu ombro rapidamente, nadando velozmente pela água do mar; ele era realmente um bom nadador, em contraste com a sua péssima agilidade na terra. Me pergunto como seria uma batalha entre dois Pokémons aquáticos embaixo d’água. Deixei meus devaneios de lado e comecei a nadar em direção à pedra.


O melhor de tudo era que eu sempre gostei de nadar, então para mim foi ótimo sentir os meus braços abrindo caminho através da água, as correntes passando através da minha pele e a sensação que eu sentia de que, enquanto eu estava no mar, eu estava em todos os lugares. O mar é infinito e conecta todos os lugares e do outro lado, também há todo o tipo de pessoa, talvez fazendo o mesmo do que eu naquele exato momento. Mais motivado, alcancei a pedra em forma de Munchlax. Ai sim começou a parte realmente difícil.


Como fazemos? — perguntei a Pollux ao meu lado, mais retoricamente. Ele piou fitando a grande pedra.


Fiquei ali, segurando-me na pata de pedra, observando o nosso desafio. O som da água batendo na rocha seria relaxante se a minha cabeça não estivesse pensando em todas as formas daquilo dar errado. Primeiro que a pedra devia ter uns cinco metros, e era lisa. Seria complicado demais sem um equipamento adequado. Infelizmente o pior nem era isso. Enquanto eu nadava, pude ver que havia pedras pontudas por toda essa área abaixo da água, então se eu caísse, seria game over. Espetinho de Subaru.


Não vamos desistir agora — eu disse, tentando soar confiante, mais para mim do que para Pollux, mas ele concordou.


Peguei o gancho do outro lado da corda que eu trouxera comigo e Windie e Munchlax soltaram quando eu desci para a água e olhei para o alto. Girei a corda com toda a minha força, conseguindo lançar o gancho até o alto da cabeça da estátua, mas não prendera em nada, caindo pesadamente na água. Não desisti e, depois de mais algumas tentativas, consegui prendê-lo na pedra firme o bastante para que eu conseguisse subir.


Vamos lá!


Pollux subiu novamente no meu ombro e comecei a escalar a pedra. Eu subia lentamente me agarrando à corda, sentindo minhas mãos arderem com o atrito. A pedra não era tão lisa quanto eu pensei, então consegui manter meus pés nela, mesmo que fosse difícil. Eu estava com muito medo, mas algo em toda aquela adrenalina fazia valer a pena; eu me sentia corajoso e muito vivo, feliz por uma nova experiência, mesmo que fosse aterrorizante. Depois de muita dor em todo o meu corpo e quase escorregar algumas vezes, alcancei os selos e os grudei no meu rosto, de forma que não escapassem mais. Voltei-me para Windie e Munchlax ainda me olhando do barranco. Acenei para eles, sorrindo.


Eu conseg-!


Admito que foi burrice minha. Acabei por me descuidar e, com o movimento muito brusco, o gancho soltou-se de onde estava preso e cai. Minha mente esvaziou, não consegui pensar nem fazer mais nada além de gritar, enquanto a água do mar se aproximava rapidamente. E TIBUM. Morri. Fim.


Ok, na verdade não. No último segundo a água abaixo de mim se tornou um furioso redemoinho, que levantou-se do mar e prendeu Pollux e eu cuidadosamente em seu centro, bem longe das pedras pontiagudas do fundo. Lentamente o redemoinho se moveu até o barranco onde Munchlax e Windie estavam e notei que quem o controlava era Munchlax. Em um ato desesperado, ele usara Metronome e nos salvara, de novo. Quando estávamos seguros, o redemoinho se desfez e caí sem perigo no chão, molhado e ainda com a roupa de banho, além dos selos coloridos colados na minha cara.


Essa foi por pou-


Levei um coice.


Não foi muito forte como ela costuma dar quando usa o Stomp, mas foi forte o bastante para doer e me fazer gritar, sentindo lágrimas se formarem nos meus olhos. Quando os abri, Windie estava de costas, com as chamas muito avermelhadas e batendo os cascos no chão, bufando raivosamente. Ela relinchou irritada, e eu sabia que estava ralhando comigo por fazer aquelas coisas perigosas e ser descuidado. Só acho que o coice foi desnecessário. Me levantei, aproximando de Windie.


Ei, desculpa. Eu prometo não fazer nada perigoso assim de nov...


Piplup! Pip!


Não pude terminar o pedido de desculpas porque Piplup logo apontara para um o lado oposto em que eu estava. Voltei-me para lá e pude ver alguns selos coloridos no chão. Estavam em um bolinho e seria bem fácil pegar. Infelizmente, alguém já estava de olho neles. Analisando cuidadosamente o bolinho de selos, havia um Pelipper. Ele era um pelicano de penas brancas e azuis, mas metade do seu corpo era feito só do bico enorme. Ele estava bem interessado nos selos, para meu azar.


Espera ai!


Acho que ter gritado piorou as coisas, porque o Pelipper me olhou desconfiado e abocanhou (aves podem abocanhar alguma coisa?) o bolinho de selos, batendo as suas asas rapidamente e voando dali.


Ah, Arceus! Precisamos ir atrás dele!


Não achei que ela fosse me deixar montar tão cedo, mas Windie moveu-se até minha frente e me deixou subir na sela, após eu pôr a mochila nas costas. Seu olhar era determinado, afinal, ela quem decidira vir buscar os selos e não descumpriria a promessa feita a Dino. Pollux subiu também, mas logo me voltei para Munchlax. Ele olhava para o Pelipper aflito, mas não podíamos deixa-lo subir; Windie não aguentaria todo o seu peso.


Espere aqui, ok? Logo vamos voltar — eu disse e Windie galopou.


Mesmo comigo e Pollux montados, Windie era veloz. O som dos seus cascos tomava conta das ruas cheias de gente, que precisavam desviar da Ponyta montada por um nadador. As chamas da sua crina e do rabo balançavam com o vento, soltando brasas brilhantes que se tornavam um rastro. Finalmente, estávamos perto o bastante do Pelipper para atacar.


Pollux, Bubble Beam! — ordenei.


O Piplup saltou para a minha cabeça e estufou o peito, enfim disparando forte rajada de bolhas muito azuis contra o nosso adversário. O Pelipper estava atento aos nossos movimentos, então quando as bolhas se aproximaram, ele abriu as asas e voou para o alto, fazendo um arco sobre as nossas cabeças e descendo com um perigoso rasante, que teria me atingido em cheio se eu não me abaixasse. Pollux ficou realmente ofendido com aquilo — afinal também era uma ave, mas não podia voar — e voltou a disparar bolhas seguidamente. O pelicano não estava nem aí. Ele desviava preguiçosamente das bolhas disparadas por Pollux e, mesmo que fosse atingido, ele não se importava, afinal, ambos eram do tipo água. Eu já estava ficando irritado e logo Windie não aguentaria mais correr me carregando em suas costas. Precisava pensar em alguma coisa...


Foi aí que tive uma ideia. Vasculhei minha mochila, pegando o pote de Poffins (eu fiz mais no hotel em Link City) e o destampando. Pollux me olhou sem entender, mas o ignorei e peguei alguns Poffins vermelhos. Se não desse certo, teríamos que partir para o plano B: sentar e chorar.


Ei! Pelipper! Olha aqui! — gritei para o Pokémon.


Ele devia ser meio burro, porque olhou e, nesse instante, joguei os Poffins para ele na mesma hora. Por ser comida, o Pelipper nem mesmo pensou, abocanhando os vários Poffins vermelhos em um só movimento, confirmando que ele era sim muito burro. Eu me sentia um pouco mal por fazer aquilo com um Pokémon selvagem, mas foi ele quem quase arrancou a minha cabeça. Segundos depois, o Pelipper estava vermelho, com os olhos lacrimejando por ter engolido vários Poffins picantes de uma vez só; suas asas começaram a fraquejar, não conseguindo mais se manter no ar até descer até a altura em que estávamos.


Agora, Tackle!


Windie então aproveitou a aproximação, golpeando o Pelipper com o lado do seu corpo (eu precisei levantar a perna para não ter ela prensada entre os dois) e o fazendo regurgitar tudo o que tinha engolido recentemente. Não foi nada bonito. Junto com os Poffins e o bolinho molhado de selos, tinham ossos, frutas e mais um monte de coisa que eu prefiro não comentar por ser nojento demais. Só de ter que pegar os selos já foi bem repugnante. Guardei-os e olhei para o Pelipper que estava atordoado e vermelho no chão, pegando uma garrafa de água na mochila e despejando dentro do enorme bico, de forma que o Pokémon melhorasse logo. Com um suspiro, observei o pelicano ir embora velozmente dali, na direção do mar.


Vamos voltar e encontrar o Munchlax. Imagino que agora faltem poucos — eu disse para os dois Pokémons comigo e voltamos a caminhar.


O céu aos poucos tomava um claro tom amarelado, nos avisando que o fim da tarde estava próximo. Eu precisava encontrar aqueles selos antes que anoitecesse, afinal no escuro seria impossível. Quando estávamos próximos do local onde Munchlax nos esperava, este correu na minha direção, parecendo aflito. Ofegante, ele apontou para o lado oposto, onde havia um rapaz mais velho ao lado de um Pokémon marrom com o pelo arrepiado. Puxei a Pokédex da mochila.


Pokédex escreveu:

Jornada - Página 2 Zigzagoon

Zigzagoon, o Pokémon Pequeno Guaxinim

Ele sempre se move em ziguezague. Zigzagoon é ótimo em encontrar objetos ocultos na grama e até mesmo na terra.


— Muito bem, Zigzagoon! Demos muita sorte encontrando esses selos! São raríssimos, devem valer uma grana! — se gabava o rapaz para o seu Pokémon, que parecia muito orgulhoso de si.


Me senti um pouco desanimado, afinal, se ele já estava falando em dinheiro, dificilmente devolveria os selos que encontrou, mas eu não podia desistir tão facilmente. Me aproximei dele, determinado e abri um sorriso.


Ah! Você encontrou os selos que eu estava procurando! Um menininho perdeu ele e está muito triste, você pode me devolver? — perguntei, o mais docemente possível. Infelizmente, o rapaz estreitou os olhos, parecendo irritado.


— E eu com isso? Achado não é roubado, cai fora daqui! — ele disse rudemente, guardando os selos.


Mas eles já têm dono! — protestei. — Realmente vai fazer uma criança infeliz só por causa de uns trocados? Aja como um adulto!


— Quer agir como um adulto? Então tudo bem. Eu devolvo se me vencer numa batalha, três contra três.


Entristeci na mesma hora. Eu nem mesmo tinha três Pokémons para batalhar! Ou... olhei para três; Windie, Pollux e Munchlax me olhavam impacientes, esperando que eu trouxesse logo os selos. Pollux provavelmente aceitaria a batalha na hora, mas os outros dois... Munchlax não era meu Pokémon, então não obedeceria às minhas ordens, acredito eu, já Windie... ela detesta ter que batalhar, e só faz quando realmente acha necessário, mas nesse caso...


Olha, isso não é o que eu chamaria de “agir como um adulto”...


— É isso ou nada!


Tá, ok. Espera um momentinho.


Voltei para os meus Pokémons, que me fitaram com expectativa.


Ele quer que eu o vença em uma batalha para me dar os selos — eu disse e os três fitaram o treinador, que voltava a olhar os selos que encontrara. Eu tinha quase certeza que ele estava com todos os que faltavam para completar a coleção de Dino. — Eu não sei o que fazer, porque ele quer uma de 3x3 e, bem... Eu só tenho dois e Windie não batalha...


Me surpreendi com eles. Munchlax estava novamente vermelho, mas me olhava determinado e levantou uma das patas. Acho que ainda se sentia culpado por ter causado toda aquela confusão, então queria fazer o que pudesse para consertar. Eu podia sentir a relutância de Windie, ainda mais evidente quando as suas chamas se tornaram fracas e amareladas; ela ficou observando o treinador por mais um tempo, provavelmente pensando em Dino, então logo me fitou, seu olhar mais seguro e acenou com a cabeça. Eu sorri.


Certo. Vamos vencer.


Após falar com o treinador, fomos até um parquinho ali perto, com espaço suficiente para batalhar. O rapaz, que dissera se chamar Marco, parecia bem confiante. Eu queria transparecer o mesmo, mas estava bem nervoso. Eu venci a minha primeira batalha contra um treinador, enfrentando Vitória, mas assim como eu, ela era uma iniciante e seu Pokémon, Torchic, tinha desvantagem contra Pollux. Agora a situação era diferente e eu tinha muito medo de perder.


— Vai, Zigzagoon! — ordenou Marco e o seu Pokémon, o guaxinim, avançou correndo em ziguezague


Pollux! — chamei o pinguim, que adiantou-se para o campo e encarou o seu oponente. — Peck!


— Desvie e use Headbutt!


Após o comando, Piplup correu na direção do seu adversário. Seu bico cresceu, tornando-se pontudo e coberto por um brilho esbranquiçado. Quando se aproximou, começou a desferir golpes com o seu bico, mas o Zigzagoon era rápido, desviando com um hábil gingado e ao final, saltou para trás, atingindo Pollux com uma cabeçada.


— Boa! Pin Missile!


Antes que eu pudesse reagir, o Zigzagoon se chacoalhou da cabeça aos pés, seus pelos se tornando duros e pontudos, desprendendo-se da pele e disparando uma rajada de espinhos contra Pollux, que levou o golpe em cheio, sendo jogado para trás. Ele piou irritado e senti o medo tomar conta de mim. Eu precisava reagir logo. Observei o campo, feito de terra, e tive uma ideia, pensando naquele pelo muito farto do adversário.


Water Sport!


Assim que comandei, Piplup elevou a cabeça, apontando o bico para o alto e disparando uma torrente de água, parecendo uma forte chuva. A água caiu por todo o campo, enlameando-o e o tornando pegojoso. Pollux me fitou intrigado, mas não fez mais do que isso. Nosso adversário, porém, parecia bem animado com aquilo. Veremos se vai continuar tão animado nos próximos segundos.


Bubble Beam!


Pollux não hesitou, estufando o peito e começando a disparar as velozes bolhas do seu bico. Marco não esperou, mandando seu Pokémon desviar e avançar. Ele era realmente ágil, desviando as várias bolhas disparadas, em um ziguezague frenético que me deixava tonto, mas conforme se aproximava, mais o meu plano dava certo; seu pelo logo estaria tão tomado de lama que não conseguiria se mexer corretamente.


— Mud Slap!


Não pare! Pound!


Assim que Zigzagoon se aproximou o bastante, este virou-se de costas e cavou a lama com as patas traseiras, jogando-a na direção de Pollux. A lama atingiu-lhe diretamente o rosto, dificultando a sua visão, mas não me preocupei, na verdade eu estava sorrindo. A habilidade de Piplup fora ativada com sucesso. Apenas com o olhar, não tinha como notar, mas naquele momento, graças a sua habilidade especial, Defiant, Pollux acabara de se tornar duplamente mais forte, tudo porque jamais aceitava ser enfraquecido. Mesmo sem poder visualizar o oponente, Pollux atacou, fazendo com que a sua asa direita tomasse uma coloração esbranquiçada e deu um forte tapa no torso do Zigzagoon, lançando-o vários metros adiante graças à força elevada.


Agora Bubble Beam!


Sem parar, Pollux estufou o peito e logo disparou mais uma rajada de bolhas muito azuis, atingindo o Zigzagoon que se cobrira de lama enquanto rolava pelo campo. A água o lavou inteiro, mas o Pokémon já estava completamente debilitado para fazer qualquer coisa. Irritado, Marco recolheu o seu Pokémon, voltando-se para mim.


Muito bem, Pollux! — comemoramos fazendo um hi-five, mão com asa. Estendi a Pokébola de Piplup para o retornar, mas o Pokémon recusou, querendo ver o resto das batalhas, então apenas ofereci um lenço para ele limpar o rosto e fitei os outros dois. Ainda não queria usar Windie em batalha. Se eu vencesse a próxima, ela não teria que batalhar. Voltei-me para Munchlax. — Você me ajuda?


Por um segundo, pensei que ele fosse sair correndo. Munchlax me fitou com aqueles olhos arregalados e o rosto novamente avermelhou-se, mas ele acenou com a cabeça, parecendo mais determinado.


Então vamos lá! — peguei a Pokédex do bolso e analisei os movimentos do Munchlax, me preparando para a batalha. Apesar de lento, Munchlax era muito resistente e forte, então não seria difícil vencer com ele. Pelo menos eu esperava isso. O urso avançou para o campo, fitando Marco.


— Vai, Machop! — ele lançou uma Pokébola.


O desânimo tomou conta de mim na hora, porque eu já conhecia aquele Pokémon. Ele parecia com uma criança; tinha cerca de 80cm de altura e tinha a pele cinza, mas era musculosa anormalmente musculosa. Ele bateu os punhos e fitou o Munchlax animado, pronto para batalhar. Pelo que eu sabia da interação entre tipos, Machop, que era do tipo lutador, tinha vantagem sobre Munchlax, que era do tipo normal. Infelizmente agora era tarde para mudar de Pokémon.


Pokédex escreveu:

Jornada - Página 2 Machop

Machop, o Pokémon Superpoder

Apesar da pequena estatura, ele possui força o suficiente para levantar e jogar vários Geodudes de uma vez só.


Bom, mas Geodudes não pesam 105kg, pensei.


Munchlax, use o Defense Curl! — comandei e o Pokémon se encolheu, envolvendo-se em uma luz azulada que melhorou as suas defesas. Esperava que isso ajudasse na hora de suportar os golpes do tipo lutador de Machop.


— Karate Chop!


Muito mais rápido que Munchlax conseguiria, o Machop avançou, deferindo vários golpes verticais com a mão estendida, como um verdadeiro carateca faria. Munchlax desviava dos golpes com muito esforço, mas eu sabia que ele não aguentaria por muito tempo. Ele já parecia ofegante.


Lick!


Ao mesmo tempo que o Machop acertava o golpe de karatê, Munchlax avançou, abrindo a boca e estendendo a enorme língua rosada, com a qual lambeu a cara do Machop, lambuzando-o de saliva. O rosto do adversário se contraiu, desconfortável com aquilo, afastando-se apressadamente de Munchlax.


Tackle! — ordenei, já animado com a possibilidade de vitória.


— Cuidado! Low Kick!


Minha animação morreu logo em seguida. Munchlax avançou com tudo, tentando acertar o adversário com uma poderosa investida, mas o Machop foi mais rápido. Deu um passo para trás e esticou a perna, fazendo com que Munchlax caísse. Minha boca abriu-se em desespero e enquanto eu observava o urso rolar vários metros pelo chão até cair estatelado no chão, sem forças para batalhar. Enquanto Marco e seu Machop comemoravam, corri até Munchlax, me sentindo culpado por tudo aquilo. Ponderei sobre colocar ele em uma Pokébola, mas não seria certo com ele, que tanto se recusara. Infelizmente, eu não conseguiria o carregar, então retirei algumas berries da mochila.


Aqui, coma — dei-lhe algumas Sitrus Berries. O Pokémon comeu lentamente, mas assim que todas tinham desaparecido, ele já estava muito melhor e conseguiu me acompanhar até onde Windie e Pollux esperavam.


— Um a um! Quem vencer a próxima fica com os selos, falou? — disse o rapaz de cabelos pretos e arrepiados. Eu apenas acenei com a cabeça, voltando-me para Windie.


Só de olha-la eu conseguia sentir o quanto estava nervosa e relutante de ter que batalhar. Certamente, batalhamos algumas vezes desde que encontramos Pollux, mas foram em situações diferentes e realmente necessárias (ok, talvez o Pelipper não conte, mas ela não reclamou). Aproximei-me da égua flamejante, fitando-a nos olhos. Eu não podia força-la a batalhar se não quisesse. Que tipo de treinador eu seria? Pokémons não são nossas ferramentas; Windie era a minha melhor amiga.


Windie. Se você não quiser batalhar, não vou te obrigar. Sei que Dino ainda ficará feliz mesmo que a coleção esteja completa — eu disse para ela, acreditando sinceramente naquilo, mas a Ponyta, mesmo que relutante, balançou a cabeça negativamente, fazendo as suas chamas antes amarelas voltarem ao alaranjado, brilhando fortemente. Eu sorri. — Então vamos pegar os selos!


— É o que veremos! — gritou Marco, lançando a sua Pokébola.


Esse Pokémon eu não conhecia. Era um crocodilo bípede de um metro de altura, com a pele de um tom amarelo queimado, listras pretas do pescoço até a cauda e a barriga rosada. Ele tinha um olhar malicioso. Rapidamente apontei a Pokédex.


Pokédex escreveu:

Jornada - Página 2 Krokorok

Krokorok, o Pokémon Crocodilo do Deserto

Protegidos por finas membranas, seus olhos conseguem ver até mesmo na escuridão da noite. Eles vivem em pequenos grupos de poucos indivíduos.


Windie, use Tackle! — comandei para a Ponyta, confiante.


— Krokorok, Sand Tomp.


Sorri, enquanto via Windie avançar, sua crina e cauda flamejantes formando línguas de fogo às suas costas. A Ponyta avançou velozmente com as suas poderosas pernas, mostrando toda a velocidade de que era muito orgulhosa. Enquanto isso, Krokorok balançava os bracinhos finos, parecendo aflito, mas por mais que o fizesse, seu movimento não se completava; não conseguia mover a areia, já que a terra toda fora transformada em lama. Windie atingiu o seu adversário com a lateral do corpo, jogando-o para trás.


— Droga! Use Bite então!


Recompondo-se, o Krokorok avançou rapidamente, abrindo a grande boca e mordendo o torso de Windie, que relinchou assustada. Ao ver aquilo, me arrependi de fazê-la batalhar, porém, a Ponyta não desistiu. As chamas em seu corpo tornaram-se avermelhadas e maiores, assustando o Krokorok e o fazendo se afastar abruptamente, mas fora tarde demais. As chamas o haviam tocado, causando-lhe queimaduras; era a habilidade de Windie, Flame Body.


É a nossa chance! Tackle novamente!


Windie girou no lugar e investiu contra o seu adversário novamente, golpeando com todo o seu corpo. O Krokorok não aguentou, caindo desmaiado no chão, sendo rapidamente socorrido pelo seu treinador, que tinha uma expressão azeda no rosto. Munchlax, Pollux e eu corremos para Windie e eu a abracei o pescoço, feliz pela sua vitória.


Você foi incrível! Realmente brilhante, Windie! — eu elogiei a Ponyta, que parecia mais orgulhosa do que o normal. Voltei-me para Marco, que caminhava na minha direção e entregou os selos, não muito satisfeito.


— Não volto atrás na minha palavra. Tome — ele disse e entregou os selos na minha mão. — Espero que nos encontremos de novo por aí — e foi embora.


Eu o observei desaparecer entre as suas de pedra, intrigado, mas logo voltei a comemorar com meus Pokémons. Depois disso, voltamos para o Mercado de Sunyshore e entregamos os selos que encontramos. Infelizmente, faltavam alguns poucos, mas Dino ficou muito feliz por termos resgatado a maioria. Depois disso, jantamos com a família de Tom e voltamos para Link City, encerrar aquele dia longo e cansativo. Apesar de tudo, sinto que fizemos muitos progressos nesse dia e espero que a minha viagem continue tão divertida como está até agora.
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Jornada - Página 2 Empty Capítulo 04 - Saldo Positivo, parte 2

Mensagem por Vitória Qua maio 01, 2019 8:04 pm

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CAPÍTULO 04 - Saldo Positivo, parte 2

Link City, Entralink

A tarde anterior me proporcionou uma longa caminhada pela praia, com direito a pesca e batalhas junto de Ace em busca do saldo positivo -uma informação que me arrebento de ter compartilhado com o pintinho. Estava exausta após tais tarefas, me permitindo um longo descanso em meu apartamento de hotel. Ao menos era isso que eu queria.

Retornar para o local tão sem personalidade não era assim tão ruim. Apenas avistar a cama já foi suficientemente agradável, tal que não demorou segundos para Nami saltar de meus braços afim de deitar no colchão, enrolando-se em torno de sua cauda para dormir. Larguei minha pesada bolsa sem energia alguma sob a cadeira ao canto. Meus passos arrastados me levavam até a grande televisão do apartamento, ligando-a em um canal de notícias oficiais da Confederação Pokémon; me atualizar do que estava ocorrendo seria bom visto o dia inteiro isolado em uma praia.
Eu me sentia assim como meus pais quando chegavam em casa após um longo dia de trabalho. Eu só queria me arremessar na cama mas estava com fome, assim como meus Pokémons... e bem... terei de cozinhar, assim como eles. A responsabilidade me chamava e precisarei supera-la após um cansado suspiro.

Nami mantinha-se deitada na cama mas agora de olhos abertos para visualizar as cenas passadas na TV, mostrando-se admirada com o que assistia. Eu, por outro lado, apenas ouvia a TV. Estava ocupada demais na cozinha ao utilizar as últimas Oran Berries que possuía em um alimento para todos nós. Ace, que desde que havia sido noticiado na praia sobre ainda "estar negativo", mostrava-se incomodado em ficar trancado no apartamento, limitando-se a somente ficar sentado na cama com feições emburradas.

"O primeiro Concurso Pokémon está prestes a ter suas inscrições abertas na cidade de Veilstone, aonde seu estádio estará sendo finalizado!! Para aqueles de outras regiões que desconhecem os Concursos demonstraremos algumas apresentações de edições anteriores, quando ainda havia uma liga pokemon em cada região!"

Era como uma reprise; passava apresentações antigas de coordenadores famosos, se duvidar alguma de destaque de minha mãe deveria aparecer. O que realmente importava era a informação do concurso, a qual eu ouvia atentamente. Talvez participar de um seria legal... bem, assim que reparei nos olhos de Nami brilhando ao assistir as apresentações na TV, confirmei que iria participar de um. Não faria mal. Talvez... talvez até pudéssemos usar a ideia do Piplup do garoto loiro. Era algo tão belo que poderíamos recriar com treino.
Foi graças aos pensamentos avoados ao me imaginar em um palco que acidentalmente deixei os poffins queimarem um pouco, desperdiçando grande parte da janta que teríamos naquela noite. Retirei as fôrmas e selecionei os melhores que preparei; ou seja, nenhum.


A janta esta prontaaaaa~! — tentar ser positiva é a melhor forma de lidar com a situação! Com um sorriso nervoso saí da cozinha com duas tigelas de poffins, colocando-as em frente aos meus Pokémons. — Bom apetite meus queridos!


Talvez minha atuação não convenceu muito. Ace encarou o potinho em sua frente sem expressão e Nami continuou encantada pela televisão.

Gostosos ou não, deixei os poffins na disposição da fome de Torchic e Azurill, voltando para a cozinha. Guardei os poffins que comeria mais tarde -humanos podem comer... não é? Eu não sei fazer arroz ou feijão para compensar...- e apaguei as luzes do local. Segui até o banheiro da suíte, este de frente para minha cama, e adentrei. E pensar que eu apenas queria dormir e ainda tenho que tomar banho.

Enquanto ocupada com minha higiene pessoal o foco principal se tornou as atividades dos Pokémons. Por não ter desligado a televisão acabou que Nami comia lentamente, mordendo vez ou outra algum poffin para não perder os olhos da tela Visualizava apresentações tão lindas em um palco encantador, sentindo-se abraçada por aquela atenção toda. Já Ace, descontando sua frustração de derrotas no alimento, terminou seu potinho mais rápido que eu mesma previa. Vendo a falta de interesse no alimento por parte de Azurill, começou a bicar o potinho da ratinha. Foi preciso alguns segundos de repetição dessa cena para que, inconvenientemente, Nami olhasse para seus poffins no instante em que Ace roubava seu alimento. Um grunhido irritado ecoou e o feroz ataque da ratinha se iniciou. A caudada foi desviava pelo pintinho, saltando para fora da cama e começando a correr ao reparar que bolhas eram atiradas contra si.

Enquanto isso uma cachoeira passava em minha mente. Tranquila e em paz, permaneci no meu vaso sanitário imaginando a maciez da cama que logo dormiria. O olhar acinzentado, ao ser desviado para o lado, verificava a majestosa banheira que tiraria um breve cochilo em alguns minutos. Poderia finalmente achar o descanso que tanto mereç-

AZUUUUUUUUU!!
TOOOOOOOORCH!!

Os grunhidos do lado de fora quebraram as cachoeiras acalmantes de minha mente. O pior foram os seguidos sons de cadeiras sendo derrubadas, vidros e se duvidar estantes! Imediatamente me levantei e abria a porta no desespero do que poderia estar ocorrendo no meu apartamento. Com o vestido levantado até o abdômen e minha calcinha entre os joelhos, visualizei Torchic saltando pela bancada da cozinha em uma fuga de Azurill perseguindo-o com jatos d'água sendo lançados de sua boca. O jato seguiu por todo o apartamento e me dispus a tentar parar os dois até que caísse ao chão pela mobilidade limitada. Eu não sei o que dizer sobre essa cena humilhante no meu primeiro dia no apartamento.


~~~


A confusão já havia se encerrado a partir do momento que acalmei Nami. Entreguei meus poffins para a pequena e acabei por comer os queimados pela falta de opção. A ideia da banheira foi simplesmente destruída pelo trabalho que tive para colocar todas as coisas no lugar novamente, jogando-me na cama em exaustão. A televisão foi desligada e a luz apagada. Uma longa noite de sono me colocaria novamente nos trilhos para o dia de amanhã!

Mas aparentemente Ace não pensava o mesmo.

Sob o colchão do qual eu e Nami dormíamos, Ace caminhava inquietamente; já havia descansado o bastante em sua opinião -eu não vi descanso algum!- e agora queria colocar em prática seu treino. A falta do que fazer tornou-se massante para o pintinho do qual, irritantemente, começou a bicar meu rosto para me acordar.


Ace... vai dormir... — os murmúrios cansados surgiram em uma súplica. — Amanhã... amanhã... — a resposta era direta. Eu sabia o que ele queria e não poderia o dar antes de descansar.


Mas estava iludida em pensar que somente isso aquietaria o pokémon enérgico. Desconte pelo pedido de espera me bicou mais algumas vezes. Tentei ao máximo não responder para que entendesse o não, chegando até mesmo a me cobrir por completo para o evitar. Essa foi uma péssima decisão...

Não tendo mais a mim para bicar sobrou a ratinha, adormecida em torno de sua cauda com outra bola. Suas garras passavam pela cama em silêncio até alcançar seu novo alvo, bicando-a também. O que não contava era receber um movimento de cauda -Tail Whip- em sua face com o giro dado por Azurill, arremessando Torchic para fora da cama com seu golpe; era como um desconto pela comida anterior. Mas o golpe não cessou aí e logo Nami, irritada pela comida E pelo sono, voltou a atirar bolhas para acertar o colega inquieto.

Foi com os sons de móveis caindo que retirei a coberta de minha face e acendi o abajur, visualizando o round 2 ocorrendo ali. ALGUÉM. ME. AJUDA!!!


~~~


Eram 03:00 quando finalmente o sono se alastrou no apartamento. Para chegar até esse ponto foi preciso colocar Torchic em sua pokebola: uma solução simples e muito prática. Já estava em um cansaço infinito que adormeci imediatamente junto de Azurill. Um som incomum surgiu para quebrar esse tão almejado sono.

Meus olhos se abriram lentamente, ainda um pouco confusa. Estava no parque de batalhas vendo um Trapinch enorme comer uma Ponyta quando retornei para meu quarto; um sonho estranho misturando as poucas memórias acumuladas do dia anterior. De volta ao quarto verifiquei a janela com uma rápida desviada de olhar. Ainda é noite, madrugada para ser exata. E o som mais uma vez surgiu, obrigando-me a encarar o banheiro e reconhecer o que era. Uma descarga seguida da outra dada por, aparentemente, ninguém. Não é para ninguém mais estar aqui nesse apartamento...

O medo se tornou o combustível para me despertar do sono por completo. Levantei o torso e puxei o cobertor para me cobrir, acordando Nami no processo que se assustou com mais uma descarga soando a partir do banheiro. O coração começou a se disparar e uma lâmpada, infelizmente, surgiu na minha cabeça. Eu sei quem é!


A Primarina Shiny do Banheiro!!


COMO?! Como assim você não conhece essa lenda urbana?! Ela é extremamente famosa em Alola!! Ao menos é o que minha avó, Tala, sempre me contava.

Muitos anos atrás existia uma Primarina de um coordenador, porém especial: era Shiny. Com um cabelo loiro único a Pokémon chamava toda atenção para si. Não só concursos a davam a vitória mas também se tornou um Pokémon famoso. Fazia comerciais, participações em programas... era uma celebridade! Mas sua carreira afundou na velocidade de uma descarga quando dois outros Pokémons surgiram no estrelato da fama: Gothorita e Kirlia, ambas Shiny's. Essa dupla imbatível roubou todos os holofotes da Primarina, reduzindo-a a atriz secundária, figurante e, até finalmente, fazer comerciais de produtos higiênicos para banheiro. A Pokémon, não suportando mais essa vida, desapareceu e nunca mais foi filmada por câmera alguma.
Porém ela retornou como uma lenda, falada de boca em boca pela população de Alola. Pessoas gananciosas que buscavam fama, riquezas e serem o centro das atenções assim como a Primarina Shiny um dia quis acabam por serem visitadas pela Pokémon. Surgindo do vaso sanitário, Primarina se ergue e puxa o ganancioso para viver consigo no mundo das Sub-Celebridades!!

Essa é a temida história!!! Não há como não ter medo depois de ouvir isso! A lenda tenta ensinar para as pessoas não serem gananciosas, como um aprendizado para crianças mas... AGORA É REAL!! ELA ESTÁ SURGINDO DO MEU VASO PARA ME PEGAR SÓ PORQUE EU QUERIA SER A MAIOR TREINADORA DO MUNDO!!


Ela veio me pegar. E-ELA VEIO ME PEGAR!!! — os pequenos gritos de pavor escapavam de meus lábios enquanto abraçava fortemente meu travesseiro. Quando percebi que Nami chorava ao meu lado acabei por precisar respirar fundo; havia uma encarnação do mau no meu banheiro mas não poderia deixar isso continuar. Isso Vitória, nada de temer agora! — N-Nami... eu vou parar o demônio!! — soltei o travesseiro e imediatamente levantei da cama. — Nossa jornada não vai parar por causa da Primarina Shiny do Banheiro!! — queria falar isso sem estar com as pernas tremendo.


Ao levantar precisei me munir de uma arma. Abrindo a gaveta da cômoda ao lado da cama retirei o desentupidor, algo que ainda colocaria no banheiro quando arrumasse o apartamento. Eu irei devolver essa criatura para o ralo de onde ela veio!!

Andando na pontinha dos pés, cada passo era mais silencioso que um predador caçando sua presa. Ouvir os choramingos de Nami me faziam ter certeza que deveria resolver isso -ou só catar minhas coisas, Ace e Nami e correr para fora do apartamento; talvez chamar Leona para nocautear a Primarina com um soco. Mas não! Eu sou responsável e a partir de agora eu tenho que lidar com meus problemas!!
Armada com o desentupidor em uma mão, utilizei da outra para segurar a maçaneta do banheiro. Lentamente a girei, puxando para trás com extremo cuidado. O ranger da porta que já estava entreaberta me fazia derramar suor de tensão. Abriria a porta e avançaria para acabar com o demônio.

A porta se abria pouco a pouco no ambiente escuro com luz apagada e...


VOLTE PARA O MUNDO DAS SUBCELEBRIDADES SEU DEMÔNIO!!!


Meu grito de guerra marcou meu avanço com o desentupidor, grudando-o sobre a face da algo e empurrando para trás. Porém a tampa do vaso não estava aberta e a única resposta que recebi foi um piado assustado. Nunca havia mudado de humor tão rápido: de pânico total fui para revirar os olhos desacreditada no que ocorria. A mão livre apertou o interruptor e com a luz verifiquei o que ocorria.

Ace, que havia saído de sua pokebola, estava bicando a descarga do vaso como passatempo... e bem, agora ele estava com a face enfiada no desentupidor que usei como arma.


Francamente... Ace! — resmunguei com o pintinho, auxiliando-o a tirar a cara da minha "arma". —Como conseguiu sair da sua pokebola? E ainda por cima para ficar fazendo essa barulheira toda!


Minhas repreensões pareciam efetivas visto as expressões entristecidas do pintinho. Um pequeno sinal de aprendizado surgia; no fim essa experiência talvez não tenha sido tão ruim. Ace estava aprendendo que deveria se comportar durante a noite para que todos descansem-


AZURI!!!


O grito da fúria ecoou da cama quanto Nami, engolindo o choro, entendeu toda a situação que o Torchic havia criado. Abriu sua boca e iniciou os jatos d'água enquanto saltava por sua cauda de bola, adentrando no banheiro e tentando atingir o parceiro de fogo. Ace, por sua vez, largou todo o aprendizado para pular no vaso e em seguida nos armários do banheiro pendurados, tentando desviar da técnica da ratinha e no processo derrubando tudo. O round 3 estava começando e meu sono já desistira de retornar...


~~~


Rota 222, Sinnoh

O brilho de luz gerado pelo teleporte trazia meu corpo -ou carcaça exausta como eu preferia chamar- em segundos para o exato local que ativei anteriormente. Os sapatos pisavam sobre a areia fina da praia frente a frente com o mar, encarando o resplandecente Sol da manhã trazendo a vida para a rota 222. Virei meu corpo para visualizar como o local se encontrava. Cheio de treinadores, batalhando de um lado para o outro, mostrava-me o quão empenhados os outros treinadores iniciantes estavam. Talvez já estivessem atrás de insígnias ou demais trabalhos... e bem... eu...


Tor Torchic! — saltou animado ao ser teleportado ao lado de meus pés. Como um guia seguia na frente, tentando me direcionar até sair da praia e alcançar a grama alta da rota.


Eu estava só o pó. Com enormes olheiras, meu corpo movia com lentidão para seguir Ace conforme o pintinho desejava. Em um braço a bolsa, escorrendo do ombro e seguindo até o pulso, mantinha-se largada; com o outro braço segurava Nami em meu colo tentando dar conforto para a ratinha após vê-la bocejar repetidas vezes. Os cabelos azuis sequer penteados e as roupas eram sim as mesmas de ontem. Eu não consegui fazer nada até trazer Ace para essa rota e permitir que tivesse as duas vitórias que faltavam... eu mereço, tá. Nunca mais vou citar sobre saldos positivos ou negativos.

Arrastei-me pela praia até alcançar o terreno rochoso preenchido por dezenas de pokémons, batalhando entre si ou realizando atividades diárias. Diferente de mim estava ali o bravo Torchic, enfiando-se na grama alta corajosamente em busca de adversários que pudesse desafiar. Com meu atual estado não seria conveniente enfrentar um outro treinador... raciocínio lento demais para pensar em estratégias. Contra um selvagem seria Pokémon contra Pokémon.

O desbravado Torchic encontrou, finalmente, um Bidoof em sua frente enquanto seguia pela grama. Inflou seu peito e firmou as patas ao solo. Assim que notei que a batalharia se iniciaria tentei manter os olhos abertos para assistir.


Torchic Tor! — lançou o desafio confiante.


A reação, no entanto, foi um Bidoof recuando sem o menor interesse em batalhar. Sua tentativa de fuga resultou em um pintinho irritado pela desistência do oponente que encontrou, iniciando uma corrida para alcança-lo.


Ace! Não faz isso! — acordada o suficiente para impedir, Ace cessou sua correria atrás do Bidoof e me fitou intrigado. — Ele não quer batalhar. Não pode força-lo a te enfrentar se o mesmo não quer. — vagamente a imagem de um Trapinch vinha em minha cabeça. Era uma covardia obrigar Pokémons a batalharem. — Iremos achar outro oponente que queira. Tudo bem?


Essa linha de pensamento era um pouco estranha para alguns treinadores ao meu redor, do qual até riram baixo. Havia para muitos a visão de que os Pokémons selvagens deveriam apenas ser derrotados e forçadamente capturados mas... mas isso é simplesmente ridículo! Você está ferindo um Pokémon na natureza e forçando-o a te servir sem ter qualquer elo criado com a criatura. Seja como for, não serei como eles. E sorri para Ace assim que este pareceu compreender o que eu queria dizer, retornando para a grama alta em busca de outro adversário que pudesse estar ali escondido.

O minutos passavam e eu apenas pescava -não como ontem- parada no lugar. O pintinho já havia corrido para longe e retornado ainda sem localizar um oponente. Foi quando finalmente um alto uivo ecoou pela grama alta. De pelugem acinzentada e feições irritadiças, uma pequena hiena com grandes caninos surgiu uivando -Howl- de frente para Torchic. Ela parecia descontente com a inquietação do pintinho que atrapalhou seu sono -entra para a fila- e estava disposta a para-lo com suas ameaças.
Mas nenhuma feição carrancuda do pequeno Poochyena serviu para intimidar Ace. Ao contrário disso, incentivou-o ainda mais para a batalha.


Jornada - Página 2 Torchic V S Jornada - Página 2 Poochyena

Tendo conhecimento desse Pokémon oponente, afinal existem diversos na minha região natal, sabia que não teria nenhuma dificuldade para Ace vence-lo. Afastei alguns passos e a luta se iniciou em plena grama alta os cercando. Treinadores e seus Pokémons, tal quanto Pokémons selvagens, decidiram assistir aquele confronto, afinal os uivos do Poochyena haviam chamado toda a atenção.

A hiena irritada saltou para um avanço feroz, envolvendo seus caninos com uma aura esbranquiçada para uma feroz mordida. Era um movimento bastante violento abocanhar outro Pokémon como uma inocente presa. Mas Ace não era nada inocente e menos ainda uma presa; com seu bico esbranquiçando da mesma forma, moveu a cabeça para frente com um movimento de bicada e travou os caninos da hiena com a ponta de seu bico. Espantado, Poochyena não teve reações.
A velocidade da cabeça de Torchic em ir para frente e para trás mostrava a precisão de suas bicadas, acertando a face da hiena e a afastando com passos lentos para trás. Foi uma incrível defesa misturada com ataque que apenas ressaltou mais uma vez o quão rápido o pintinho era em seus movimentos.

Recuado com os ataques, Poochyena se irritou e virou de costas para o pintinho. Com as patas traseiras levantou terra do terreno do qual estavam e arremessou nos olhos de Torchic. A visão ocultada causada em Torchic mostrou-se efetiva quando, perdido, apontou o bico para o lado oposto em forma de ataque. Poochyena usou a oportunidade para avançar com uma investida, atingindo o pintinho de frente e fazendo-o rolar pelo chão. O ataque não cessou aí; assim que terminou o Tackle, novamente brilhou seus caninos e saltou para finalizar Ace com seu Bite.


Solte o Ember para cima! — não resisti e comandei. Estar em uma batalha conseguia até mesmo afastar o intenso sono que sentia.


A facilidade do comando ajudava Torchic que estava sem uma boa visão do campo. Caído no chão, abriu o bico e disparou uma sequência de brasas que atingiu Poochyena, este que havia saltado para cima do pintinho. O fogo queimou o pelo da hiena e afastou-a amedrontada, iniciando uma fuga em disparada com seu Run Away após a derrota humilhante que havia tido. Era um mero caso de Pokémon convencido que muito uiva mas não era tão forte quanto intimidava.
Os que assistiam o confronto mostraram-se meramente satisfeitos. Havia sido um combate simples mas interessante, principalmente para mostrar um pouco das capacidade de Torchic.

Caminhei até Ace e usei o pano que carrego para limpar sua face -o mesmo que havia emprestado para aquela mulher forte-, auxiliando-o a levantar. Já estava novinho em folha, pulando e correndo pela grama em busca de sua última vitória.


Certo Ace, só mais uma!! — o sono foi espantado pela animação da batalha.

Chic Tor!!


E muito tempo passou sem nenhuma batalha ocorrer.

O sono já pesava novamente quando, após minutos andando pelo local, sequer achamos um desafio. Nenhum Pokémon selvagem estava interessado em enfrentar Torchic após o que assistiram; era uma rota iniciante e parecia que o Poochyena era um dos mais fortes dali, ou pelo menos uivava alto o suficiente para acreditarem ser. Em contraparte acabei por pedir batalhas por outros treinadores e nenhum aceitou também. A cada tentativa era mais um não recebido, trazendo cansaço e adivinha: mais sono. Eu estava prestes a dormir igual Nami, a qual passou esse tempo todo adormecida em meu colo.

Entretanto nenhum não servia para apagar o fogo do desafio que incrementava as chamas de Ace. Ele insistia em correr pela mesma grama que já havia corrido outras vezes, grunhir para Pokémons que anteriormente já haviam lhe negado o combate e até mesmo chegou a ir na praia tentar achar algum confronto. Vê-lo tão disposto a tornar-se positivo me mostrava o quão almejava mostrar-se forte... talvez eu devesse leva-lo em competições ou batalhas oficiais. Talvez desafiar um ginásio.

Os pensamentos rolavam enquanto eu, cansada, visualizei uma árvore com um brilho no olhar. Não era uma árvore. Era A Árvore. Afastada das pessoas, com sombra em suas raízes e grama macia em volta. Para muitos era só uma árvore mas para mim era o conforto da natureza chamando meu sono.

Movimentei até alcança-la e coloquei Nami encostada na árvore, deixando-o continuar dormindo. Deitei assim como a Azurill e larguei a bolsa ao meu lado. Foram precisos só alguns segundos para Ace se aproximar levemente irritado por estarmos dormindo.


Ei, Ace... não precisa que fiquemos acordadas, não é? Estamos aqui na rota. — falei seguido de um bocejo. — Você é forte! Está no comando agora, certo? Iremos dormir um pouco — mais um bocejo, obrigando-me a encostar a cabeça no tronco e fechar os olhos. — e você vigia... pode procurar uma batalha enquanto isso também.


Talvez não fosse a melhor ideia no momento mas... fechar os olhos naquela sombra de árvore, deixando todo o meu corpo pesado pelo cansaço repousar... era tão gratificante. Ace poderia se virar sozinho por uns minutos.

Ou horas.

Ou dias...


O ambiente completamente branco pedia por silêncio. O único som a ser ouvido eram as camas sendo empurradas com pacientes perante a imensidão daquele hospital. O quarto, mesmo que ocupado, transbordava da cor vazia que nada significava. Pelas paredes, móveis e até no jaleco utilizado pelo médico. Era um ambiente completamente desconfortável para a pequena Vitória, a qual ainda assustada, abraçava o ovo em seus braços encolhida na cadeira de visitantes. Pior que o silêncio eram os gritos que sua família soltava ali.


Você está louca mãe?! Não tem mais idade para fazer uma loucura dessas!! — esbravejava o homem de voz grossa. Imponente, famoso e conselheiro, era uma das primeiras vezes que Vitória assistia seu pai Stern perder a cabeça. — Na verdade não tem nem idade para se fazer o que você fez! Não dá valor para sua vida?!


Os gritos do pai eram direcionados para a avó de Vitória, Tala, esta com feições emburradas pelo o que recebia de seu filho. A idosa estava no leito do hospital trajando vestes de paciente. Alguns aparelhos estavam ligados na mesma perante a situação que passou. Sina, a mãe de Vitória, mantinha-se próxima da filha para a reconfortar do pequeno trauma.

A gritaria não se sucedeu visto a participação do médico em acalmar Stern e sair do quarto em conjunto do homem, buscando conversar melhor e deixa-lo esfriar a cabeça. Ficaram somente as 3 mulheres ali no silêncio, este que foi quebrado por Sina com uma voz suave.


Deveria ter repensado na situação sogra. — felizmente a voz era mansa enquanto a mulher abraçava lateralmente sua filha. Estava tentando trazer um pouco de paz para o local. — Eu já havia chamado a polícia. Logo estariam no museu para pegar os bandidos. — a recepcionista do museu falou ao trazer a voz da razão. Tala inclinou a cabeça para fitar a mulher e conversar pacificamente. — Reagir não é seguro.

Eu pensei e repensei várias vezes a situação. — continuava carrancuda e inconformada por precisar ouvir tais palavras. — Eles teriam fugido com os Pokémons de todos se eu não tivesse ocupado-os por uns minutos.

A polícia teria os pegado mesmo assim.

Mas o ovo da Vitória poderia não sair à salvo dessa!


Acabou por elevar um pouco a voz ao expor sua principal motivação. Vitória, de cabeça abaixada e encolhida pelo o que viveu enquanto visitava o museu com sua avó, encarou o ovo mais uma vez. Sina suspirou.


Era só termos arrumado outro. — a resposta da mãe desagradou ainda mais a idosa.

Afeto não é algo substituível! Você luta para proteger aquilo que ama! — com a resposta final de Tala o assunto se encerrou. Era impossível mudar a mentalidade de uma senhora vivida, o que restou para Sina apenas deixar de lado. Com aquelas palavras restou para Vitória sentir um amor ainda maior por sua avó e pelo presente que havia recebido.


As palavras na minha cabeça ecoavam até se transformarem em altos e confusos uivos. Meus olhos abriam-se lentamente em dúvida do que ocorria. Estava tendo a vista do sol se pondo ao horizonte, como se estivesse se afundando nas águas do mar lentamente. Desnorteada e com dor nas costas por estar cochilando em uma árvore, tentava recobrar as memórias do que estava fazendo antes de ter caído no sono ali. Estou perdida? Bem, por ter passado um dia inteiro naquela praia, acredito ainda ser a rota 222.
A cabeça balançou para um lado e fitei Azurill dormindo; para o outro deveria ter visualizado minha bolsa mas ela não estava lá. Assim que levantei o olhar naquela direção tive a descoberta dos uivos anteriores: dois Poochyenas, um de aparência cansada segurando a alça de minha bolsa entre seus dentes e o outro enérgico, pareciam intimidar Ace.

Foram precisos segundos para que recobrasse alguns detalhes das horas anteriores. Havíamos enfrentado um dos Poochyena's e ele, aparentemente, quis jogar sujo e vingar a derrota com um companheiro; completamente antiesportivo!

Jornada - Página 2 Torchic V S Jornada - Página 2 PoochyenaJornada - Página 2 Poochyena

Tor Tor! — parecia ordenar para que aquelas hienas parassem.


Os piados do pintinho foram inúteis diante das provocações em formatos de rosnados dos oponentes. Avançando sozinho, Ace correu velozmente até o Poochyena segurando a bolsa e teve uma aura esbranquiçada se formando em suas patas, principalmente nas unhas. Atingiu um forte arranhão na face da hiena e a obrigou a soltar a alça. Nesse processo, entretanto, o pokemon teve seus caninos ativados e mordeu a perna de Torchic com o Bite, segurando-o firmemente.

Diversos Peck's foram deferidos na testa do Poochyena que o mordia tentando faze-lo soltar, porém este resistia o máximo que conseguia. O outro Poochyena avançou e atingiu uma investida no pintinho imóvel pela mordida, arremessando-o para frente com o golpe e soltando-o da mordida. O combo das duas hienas estava sendo bastante efetivo e me fez precisar acordar imediatamente.


EI!! ISSO NÃO É JUSTO!! — na verdade era ridículo a tentativa de vingança do Poochyena ao chamar um colega e tentar me roubar. — Devolvam a bolsa agora!


A resposta foi mais um uivado dos Poochyenas; estavam ficando mais fortes ao usarem Howl. Levantei bruscamente e no processo acordei Nami, a qual visualizou as hienas uivando e encolheu-se assustada.

A dupla malvada não cessou, grunhindo um para o outro como se discutissem um plano. Quando assim feito o mais fragilizado por ter perdido a batalha anterior -e levado Scrath e Peck novamente- avançou ferozmente para atacar com os caninos brilhando para outro Bite. Ace, analisando a situação, saltou por cima da hiena e pisoteou sobre sua cabeça, empurrando-a para bater o queixo no chão e ter uma visão melhor da outra hiena. Quando no ar, encheu o peito de brasas e atirou o Ember, queimando parte do pelo do outro Poochyena.


Ace está se virando bem... — até mesmo eu fiquei surpresa com as habilidade combativas do pintinho. Era evidente que assumia uma imagem forte quando dentro de batalha, bastante diferente do convencional. — ...mesmo sendo 2x1 podemos ter chance! — havia visto Nami amedrontada e não a forçaria para lutar. Eu e Ace conseguiríamos! — Ace, cuidado ao pousar! Ele pretende te atacar!


Voltei a instruir para auxiliar meu Pokémon na batalha. Como eu havia analisado, após Torchic pousar no chão, graças ao seu enorme salto, o Poochyena recuperaria-se das brasas e investiu com Tackle. Meu comando prévio resultou no desvio de Ace e, devido a sua velocidade cada vez maior, os desvios continuaram constantes. Mas havia um fator a se recordar: ele havia se ferido na batalha anterior e no começo dessa, principalmente sua pata ao ser mordido. O que ocorreu foi um pequeno deslize do pintinho pela dor e isso resultou no acerto do Poochyena, atingindo-o com tudo e derrubando Torchic ao chão.

Vendo meu principal Pokémon prestes a ser derrotado trouxe uma inquietação acima do normal. Não era uma mera batalha de treino e sim uma tentativa de vingança de hienas ridículas! Elas estavam ali para o ferir e ainda por cima me roubar. Meu sangue começou a ferver e, possivelmente, o mesmo para Ace. Ele havia se levantado em inconformidade com aquela trapaça dos oponentes.

Não houve piedade por parte do Poochyena, avançando com a mandíbula aberta para um Bite final. Ao estufar o peito, Ace atirou uma rajada de fogo que girava em uma espiral; um incrível novo movimento que arregalou meus olhos. As chamas, não somente tendo queimado a boca da hiena e sua pelugem, rodearam o chão em torno do Poochyena e prendendo-o para se queimar ainda mais. Era um Fire Spin!

Com enormes danos de fogo o Poochyena caiu ao chão derrotado, e infelizmente o mesmo ocorreu para Ace perante o esforço demasiado após sucessivos danos com Howl.


Ace! Já estou ind-


Me aproximaria do pintinho até reparar que o Poochyena já ferido -que havia sido pisado na cabeça e batido o queixo no chão- estava levantando. Visualizando a alça da bolsa, tanto meus olhos acinzentados quanto os escarlates do Pokémon se enfrentaram. Eram como raios saindo de nossos olhares.


NEM OUSE!!!


Alcancei rapidamente a alça da bolsa assim como a mordida do Pokémon. Com um cabo de guerra, puxávamos cada um para um lado enquanto rugíamos um para o outro. A cena seria até mesmo cômica se eu não me encontrasse desejando fazer espetinho de Poochyena's malvados.

A força que eu jamais acreditei ter se provou maior que uma hiena de 50 centímetros!! É uma conquista e tanto, poxa!
Consegui puxar a alça da boca da pequena hiena, infelizmente caindo para trás no processo. Com a bolsa em mãos comemoraria até reparar que o Poochyena fez isso propositalmente. Com a boca livre, brilhou-a esbranquiçada com seu Bite e avançou para me morder em um decisivo ataque de fúria. Jamais pensava que a história do Professor Birch poderia se repetir comigo.

Foi quando um poderoso jato d'água surgiu empurrando a criatura em seu salto e arremessou-a para aonde a outra hiena estava. Apagando o fogo do Fire Spin e deixando ambas encharcadas, os Poochyenas derrotados trataram de sair correndo com Run Away em desespero. Levantei o torso eufórica para reparar que Nami, minha Azurill, atirava seu Water Gun com feições irritadiças. Ela simplesmente havia largado completamente seu medo perante minha situação de perigo. Ela lutou para me proteger...

Não permaneci muito tempo surpresa pela aproximação em pequenos pulos da ratinha, saltando em meu colo choramingando. Havia reagido no susto e agora apenas extravasava as emoções.


N-Nami... — a recebi em meus braços, largando completamente a bolsa em minha frente. Acariciei na cabeça por alguns segundos. — Tá tudo bem... você me protegeu. — não sabia se era coisa da minha cabeça ou se havia realmente visto Tala enquanto Nami... lentamente olhei para o colar pendurado em meu pescoço e sorri.


As lágrimas da pequena ratinha cessaram. Ace, recuperando-se, levantou e caminhou em nossa direção com o peito estufado. Quando próximo piou confiantemente como se dissesse "Trabalho cumprido!"; ele simplesmente não havia me acordado mesmo com o ataque de 2 Poochyenas, tudo porque eu disse que ele estava responsável naquele momento. Devo realmente tomar cuidado com o que digo ou não para Ace, ele leva tudo ao pé da letra.


Sim Ace. Você conseguiu! — entreguei as palavras que o pintinho ansiava ouvir. — Com isso você fechou seu saldo e finalmente está positivo! Três vitórias, duas derrotas.

Azu? Azu Rill?

Você também? — foi fácil entender que Nami estava interessada nesse mesmo assunto. — Bem... essa foi sua primeira batalha e venceu. Logo está positiva com uma vitória e nenhuma derrota.


Os olhos da pequena ratinha brilharam enquanto o pintinho abriu o bico atordoado. Nami, virando-se para Ace, estufou o pequeno peito como se mostrasse melhor. Deixei uma singela risada escapar e soltei a ratinha ao chão ao lado do pintinho. Ajoelhada, permaneci frente a frente com ambos.


Mas a partir de agora isso não importa mais! — consegui a atenção de ambos para discursar. — Não falaremos mais de saldos positivos ou negativos nessa equipe. Não importa se estaremos vencendo ou perdendo, e sim que estejamos batalhando em busca de nossos sonhos. Somos uma equipe e sempre protegeremos um ao outro em nossas aventuras! Estamos entendidos? — estendi o punho para frente como uma firmação de promessa. Engraçado ambos não terem "braços" pois reagiram de formas diferentes; Azurill encostou a cauda em minha mão e Torchic a bicou. — Agora vamos para o hotel ter uma incrível noite de sono!!

Azurii! — um claro sim.

Torch. — um claro não.


A ratinha imediatamente se virou e atingiu com a cauda na cabeça do pintinho, grunhindo irritada. O pokémon piou em discordância e recebeu um pequeno jato d'água como resposta. E o 4° Round se inicia... e lá vamos nós....

F I M

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Jornada - Página 2 Empty Entrada 05: Eu viro um ninja

Mensagem por Hoshino Subaru Sex maio 03, 2019 12:35 pm

ENTRADA 05: Eu viro um ninja


Sunyshore City, Sinnoh


Mesmo que estivéssemos cansados do dia anterior, eu saí do meu quarto no Hotel Entree antes mesmo do sol nascer. Tive de acordar Munchlax para que se teleportasse comigo, mas o Pokémon não reclamou, apenas se afastou como sempre fazia e me seguiu pela penumbra. Fomos até o sudeste da cidade, subindo as rampas, que também funcionavam como placas coletoras de energia solar, e seguindo para o nosso destino. Para nossa sorte, o céu estava limpo, apesar do clima frio, e as estrelas contrastavam com o azul muito escuro. Esfreguei os braços e continuei andando. As ruas estavam desertas, como eu imaginava, e seria melhor assim, para falar a verdade. Após alguns minutos de caminhada, cheguei ao meu destino.


O farol branco erguia-se muito alto até o céu, mas apesar de ainda ser madrugada, as luzes no topo estavam desligadas, já que nenhum navio se dirigia à cidade. Como eu imaginara, através das portas de vidro eu podia ver que o átrio tinha as luzes acesas, com um guarda sentado no balcão. Senti um súbito nervosismo tomar conta de mim. Eu estava ficando louco, se queria fazer aquilo. Poderia arranjar grandes problemas, tanto para mim, quanto para meus pais, que confiaram em mim quando decidi sair em uma jornada, mas… meu pai quem pedira para visitar a mansão dos Pieceman em primeiro lugar, se não fosse para encontrar aquele diário, por que mais me mandaria até lá? Enfim, melhor explicar o que está acontecendo. Eu li e reli o diário algumas vezes e concluí que era muito mais do que simples relatos de um jovem em sua viagem pelo mundo. William, meu pai biológico, aparentemente deixara várias pistas por toda Sinnoh, que levariam até um tesouro, ou algo parecido. Eu admito que fiquei muito interessado. Não pelo tesouro, afinal, eu já sou rico, mas pela aventura. Cada instrução dada por William era mais absurda do que a outra, mas só de me imaginar as cumprindo, sentia vontade de rir. Era insano. Mas para a minha sorte, uma delas estava bem aqui, em Sunyshore City, mais precisamente, no grande farol da cidade. Normalmente, seria uma tarefa fácil, porém…


Diário escreveu:

[...] Me pergunto qual é a utilidade destes guardas, que me deixaram subir tão facilmente a essa hora. Brincadeira de criança. Ao longe, o sol ja despontava do horizonte, começando a pintar o céu e o mar de laranja. Era o momento perfeito. Dei dois passos para frente e cinco para a direita. Ali havia um azulejo solto que eu encontrara em outra visita. Com a ajuda de Drilbur, pude abrir um belo buraco ali e acomplei a máquina que faria com que só pudesse retirar o azulejo ao nascer do sol. Antes de fechar, guardei ali a peça. Espero que um dia alguém a encontre. [...]


E ali estava eu, pronto para agir. Pronto mesmo. Eu estava completamente vestido de preto, dos pés à cabeça. O grande moletom escuro cobria a minha cabeça e o meu rosto pintado com tinta negra para completar o look stealth. Fisicamente, eu estava pronto, mas o meu psicológico não. Meu coração ainda batia fortemente, me preenchendo com o nervosismo. Minhas mãos estavam tão suadas que eu já andava com elas coladas às pernas, esfregando-as sem cessar enquanto tentava secá-las inutilmente. Respirei fundo. Eu podia simplesmente ir embora e esquecer tudo aquilo, mas eu sabia que ficaria me remoendo por não tê-lo feito. Eu saí de casa para viver uma aventura e agora tinha ela em mãos. Por que não agarra-la com tudo? Era por isso que eu estava ali. Agora não podia voltar atrás.


Retirei a Pokébola de Pollux do cinto, liberando o Pokémon. Diferente da luz se sempre, a esfera soltou uma discreta fumaça escura graças aos selos que eu tinha colocado. O Piplup também estava caracterizado para a nossa invasão. Ele vestia um moletom preto para o seu tamanho, com capuz, e o rosto também pintado da mesma cor. Ele tinha óculos escuros cobrindo os olhos. Pollux me fitou e depois acenou com a cabeça, afirmando estar pronto. Infelizmente, Windie teria de ficar na sua Pokébola; ela seria difícil demais para encobrir.


Rumamos quietamente para o farol. Antes de vir, eu arrumei sapatos com as solas mais macias o possível, de forma que meus pés quase nem produziam sons ao tocar o solo. Obviamente evitamos a entrada principal, nos esgueirando pelos lados do enorme farol, embrenhando na escuridão que se fazia até alcançar a porta traseira. Como indicado no diário, estava abandonada. Ela era muito velha e enferrujada, e aparentemente ninguém entrava por ali há milênios. Ninguém vai dar falta dela dela. No diário, William usara alguma ferramenta para destrancar a porta, mas infelizmente eu não tinha tais dotes, então teria que ir na força bruta.


Tirei a Pokébola de Windie do cinto e a libertei da mesma forma que Pollux. A Ponyta não estava vestida nem pintada como o Piplup, na verdade  se recusara a tudo aquilo. Assim que saiu da esfera, ela virou a cabeça para o lado, me ignorando. Windie era muito correta. Sabia muito bem o que era certo e errado e não queria que eu fizesse aquela loucura, mas não foi capaz de me parar. Ela ainda estava bem irritada por eu quase ter me machucado escalando o Munchlax de pedra, e me enfiar naquele farol, à noite, rodeado de guardas, não era exatamente o mesmo que manter a promessa que eu tinha feito. Suspirei.


Por favor, Windie. Eu realmente preciso ir lá em cima. Quero descobrir o que há lá e sem você eu não vou conseguir — supliquei para Windie, fazendo minha melhor cara de choro. Ela não resistia. Virou o rosto para mim, me fitando com os olhos muito escuros, esperando pelas instruções. Apontei para a fechadura. — Use brasas até derreter.


Windie me fitou descrente, com os olhos arregalados e deu um passo para trás.


Não precisa se preocupar! Já está velha! E eu vou deixar dinheiro para comprarem uma nova, prometo!


Acho qhe a convenci, porque ela bufou e aproximou a boca da fechadura Apesar das chamas serem pequenas, a Ponyta manteve um ritmo contínuo. Aos poucos o metal começava a avermelhar, até finalmente derreter e deixar apenas um buraco queimado e fumegante na porta. Pollux jogou água com o Water Sport, esfriando-a para que eu pudesse girar a maçaneta e entrar, fazendo o mínimo possível de barulho. Retornei Windie para a Pokébola e Pollux subiu para o meu ombro.


Apesar de ser um farol, ali dentro era bem escuro. Eu estava em um corredor longo e muito pouco iluminado, com apenas uma porta de ferro, daquelas que pareciam persianas de janelas. No fim do corredor, eu conseguia enxergar o hall de entrada, com as suas luzes fortes. Infelizmente não havia qualquer escada ali, então eu teria que passar por lá de uma forma ou de outra. Lentamente, atravessei o corredor, me surpreendendo com o quanto eu podia ser silencioso. Ser pequeno e leve tinha suas vantagens, afinal. Respirei fundo, espiando rapidamente o local a minha volta. Eu estava em um corredor lateral, à direita do elevador que ficava de frente paraa entrada principal. À minha frente havia uma escada para o andar acima e o balcão do segurança estava logo ao meu lado. Pude notar que, a poucos metros de mim, tinha um interruptor, que eu esperava que ligasse a luz do hall.


Vasculhei a minha mochila, analisando todos os apetrechos que eu comprara no Mercado de Sunyshore para a missão. Eu conseguia alguns itens que poderiam vir a ser muito úteis futuramente e eu testaria um deles agora mesmo. Peguei um que era uma esfera vermelha e branca, parecida com uma Pokébola, mas tinha olhos em um dos lados, sendo na verdade um Voltorb. Apertei um botão na parte de baixo da esfera e, silenciosamente, a fiz rolar até o outro lado do balcão. Tentei controlar minha respiração mais uma vez, contando os segundos, até que um alto estampido preencheu a sala, fazendo o guarda saltar da sua cadeira. Porém, isso foi o mínimo.


A esfera estava aberta no meio e, seguido dos estampidos, vários fogos de artifício em miniatura irrompiam de dentro do brinquedo, enchendo o hall de luzes brilhantes, explosões em todas as cores e fumaça. O guarda deu um berro, caindo atrapalhadamente da cadeira e saiu engatinhando por trás do balcão, tentando entender o que acontecia. Ele estava de costas para o corredor… era a chance perfeita. Saltei do lugar, esticando o braço na direção do interruptor e desliguei a luz. A sala fora coberta pela escuridão, iluminada apenas pelo brilho colorido dos fogos que ainda ardiam e explodiam. O guarda soltou uma exclamação, mas não me viu quando passei por ele e corri escada acima, meus passos encobertos pelos estampidos no andar de baixo. Só parei quando a escada encontrou o seu fim. Estiquei o pescoço, averiguando o andar e, quando percebi estar seguro, o adentrei, sentando-me de costas para a parede fria.


Apesar de não ser uma escada muito longa, eu ofegava fortemente. Meu suor era frio, assim como a sensação no meu peito. Eu estava completamente aterrorizado, com medo de me meter em uma enrascada, mas eu me sentia mais vivo do que nunca. Desde que eu encontrara Pollux, minha vida tornara-se em adrenalina pura. Eu gostava cada vez mais dessa sensação. Eu estava vivendo uma verdadeira aventura e, sinceramente, não queria parar.


À partir daquele andar os corredores eram diferentes. Todos seguiam curvos ao redor do elevador, seguindo a estrutura circular do farol. Acredito que normalmente tais áreas devam ser fechadas ao público, ou simplesmente não tenham interesse em subir, já que eram bem feios. O chão e as paredes eram feitos de pedra cinza, não contribuindo para a iluminação do local. Havia pequenas janelas em intervalos regulares, as quais permitiam que uma gelada corrente de ar adentrasse os corredores. Infelizmente, mesmo que eu andasse o mais cuidadosamente possível, o som dos meus passos ecoava pelo corredor. Para nossa sorte, não tinha ninguém por ali, mas por precaução retirei os sapatos, tendo que encarar o chão congelante apenas com uma meia fina.


Pollux mantinha-se agarrado ao meu ombro, mas com a cabeça virada para a minha traseira. Enquanto eu mantinha o olhar focado na nossa frente, o pinguim vigiava a retaguarda, dessa forma nada passaria despercebido pelos nossos olhos. Chegamos ao próximo andar sem problemas, subindo as longas escadas até o novo corredor circular, que era idêntico ao anterior, mas com algumas portas e compartimentos na parede. Parecia limpo, mas quando chegamos à metade, vi um dos guardas. Ele estava sentado em uma cadeira, com um videogame em mãos, jogando distraidamente. Infelizmente, ele estava apoiado na parede das janelas, então a sua frente era iluminada pela fraca luz da lua, que me denunciariam. Precisava pensar em algo para tirar ele dali.


Vasculhei a mochila, analisando os itens que eu comprara. Nada me parecia muito útil naquele momento. Meus olhos voltaram para o corredor, observando-o. A brisa fraca era gelada, e produzia um assobio fantasmagórico conforme o atravessava. Ao meu lado havia uma porta para um armário, com a chave na fechadura e, acima  uma entrada para dutos de ar. Estreitei os olhos para a grade de metal e peguei um item da mochila. Era uma vara de pescar retrátil. Estiquei-a até alcançar a altura máxima e a levantei, cutucando de leve a grade. Para minha felicidade, a tampa saiu com apenas aquele toque.


Permaneci mais uns segundos pensando no que fazer. Eu não passaria através dela, então não teria como usar para atravessar o corredor e mesmo assim, não a alcanço. Eu teria que dar um jeito de distrair o guarda para que eu passasse, como eu fizera com o primeiro. A luz veio à minha mente logo depois, apesar de ser uma ideia meio idiota, mas talvez desse certo. Peguei um velho e pequeno aparelho de som da mochila e baixei uns certas trilhas que me seriam úteis, depois o entreguei a Pollux e pedi que se segurasse na vara. Cuidadosamente, o ergui até a passagem e o Piplup desapareceu nela. Segundos depois retornou, jogando-se e caindo nos meus braços, com uma expressão que dizia “missão cumprida”.


Por fim, abri o armário, retirei a chave e o adentrei, me espremendo entre os produtos de limpeza e tranquei a porta por dentro. Com o controle em mãos, dei play, e o show começou. No mesmo instante, o som alto de correntes sendo arrastadas pôde der ouvido no corredor, ecoando fantasmagoricamente graças à ótima acústica. Pude ouvir a cadeira do guarda ser arrastada e os seus passos ao levantar. Não consegui conter o sorriso.


— Q-quem está ai? — ele perguntou, sua voz falhando. O som das correntes não cessou, parecendo ainda mais real conforme os segundos se passavam.


Ouvi os passos do guarda se aproximando da porta onde eu estava. Ele andava cautelo, provavelmente olhando para os lados. Devagar, passou pelo armário, o que significava que também teria passado pela entrada de ar. Sorri. Hora do golpe final. Passei para o próximo som.


KYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRR!!!


Assim que ele passou, um grito alto e estridente, de rasgar a garganta, pôde ser ouvido exatamente a minha frente. O grito era sofrido, cheio de dor, e a acústica do corredor não ajudava para deixar menos assustador. O guarda deu um salto no mesmo lugar, gritando em seguida:


— S-socorro! — berrou, desatando a correr para o andar de baixo, enquanto eu cobria a boca tentando não começar a rir. Pollux estava na mesma situação.


Eu poderia ter ficado ali, rindo, mas tinha de sair dali o mais rápido possível. Destranquei a porta e olhei pela fresta, me certificando de que estava tudo limpo e voltei a atravessar o corredor. Só para completar a pegadinha, deitei a cadeira no chão, como se tivesse sido derrubada e corri pelo corredor escuro.


Os andares seguintes estavam vazios, então não tivemos quaisquer problemas para subi-los. Era bem engraçado como a segurança daquele lugar podia ser fraca, visto que qualquer pessoa mal-intencionada (o que não é o meu caso) poderia subir e causar problemas para os navios que atracavam em Sunyshore. Talvez eu devesse avisá-los, mas seria complicado dizer isso sem deixar claro que eu invadira. Decidi que eles deveriam descobrir por si mesmos. Confiante, cheguei ao observatório.


Esse andar era o melhor, e o que eu tentava chegar. Era uma sala ampla e circular, mas as paredes eram brancas e o piso feito de azulejos azuis e brilhantes. De um lado havia uma longa janela de vidro que apontava para o norte, com vários binóculos para os visitantes conseguirem enxergar o antigo castelo da Elite 4. Ao leste uma porta de vidro abria-se para o exterior, com grades de proteção que impediam de cair do farol.


Eu me sentia bem confiante pelo que acabara de fazer. Ok, a segurança era meio porca, mas mesmo assim eu ultrapassei as suas defesas como um ninja! Um sorriso se formou em meu rosto e comemorei em silêncio com Pollux; porém, ele morreu logo em seguida quando ouvi um pigarreio, seguido de uma voz grossa.


— Não sei o que você quer aqui, mas não vai mais longe do que isso — ele falou e eu lentamente me virei. Já estava com vontade de chorar. Era um guarda. Não tenho ideia de onde ele surgiu, mas estava ali, há alguns metros de distância, ao lado do seu Herdier. Ele parecia o tipo de cara que estava louco para me prender. — Pega eles, Herdier!


Peguei a Pokédex, apontando para o Pokémon cachorro. O seu pelo era de um bonito tom marrom claro, ainda mais no rosto, que formava o que parecia um bigode. As costas e a cauda eram cobertos por outra camada de pelos, mas dessa vez pretos. Me peguei admirando o Pokémon por alguns segundos, desejando ter um para mim um dia, mas ele estava saltando na nossa direção e logo nos atingiria com um Tackle. Agarrei Pollux e pulei para o lado, rolando no chão duro. Não recomendo. Dói.


Pokédex escreveu:

Jornada - Página 2 Herdier

Herdier, o Pokémon Cão Leal

Esse Pokémon muito leal vive a ajudar o seu treinador, ele também toma conta de outros Pokémons.


Se não é um Pokémon maravilhoso, não sei o que é. Infelizmente, eu precisava derrota-lo. Apontei para o Pokémon, sinalizando para Pollux.


Bubble Beam!


O Piplup saltou, estufando o peito e batendo as asinhas azuladas, disparando várias bolhas na direção do Herdier, mas este desviou para o lado, avançando velozmente contra Pollux, mostrando os dentes afiados. Quando o pinguim pousou no chão, fora recebendo com uma forte mordida, fazendo-o piar alto de dor. Eu me desesperei no mesmo instante. Não podia deixar meus Pokémons se machucarem por causa dos meus erros e caprichos.


Quando pensei em me entregar, fitei o rosto de Pollux. A expressão de dor transformara-se em irritação e determinação. Eu pude sentir o quanto se tornava mais forte apenas olhando nos seus olhos. Como sempre, sua habilidade, Defiant, se ativara, tornando-o mais forte à partir das fraquezas. Eu ainda tinha muito o que aprender com aquele Piplup.


Peck!


Assim que ordenei, o bico de Pollux tomou um brilho esbranquiçado, ficando mais longo e pontudo. Aproveitando a proximidade com o rosto do Herdier, o Piplup começou a bica-lo sem parar, obrigando-o a solta-lo das suas presas. Porém, Pollux não parou, fazendo com que o Herdier recuasse parente o seu poderoso bico.


Não pare! Bubble Beam!


Em vez de dar mais uma bicada, Pollux parou, fazendo com que uma rajada de bolhas azuis irrompesse do seu bico aberto. Pela proximidade, atingiram o inimigo em cheio, cobrindo-o de espuma da cabeça aos pés e restringindo os seus movimentos, deixando-o mais lento. O guarda ficou impaciente, ordenando rapidamente ao seu Pokémon.


— Não desista! Take Down!


Apesar da restrição, o Herdier conseguiu avançar, golpeando Pollux com força usando a latera do seu corpo e o jogando para trás. O Piplup, enfraquecido pelo Crunch anteriormente usado, foi jogado para trás, caindo pesadamente no chão. Eu o chamei, assustado, mas fiquei aliviado ao ver que o pinguim ainda estava acordado. Peguei a sua Pokébola, apontando para ele. Não queria mais ver aquilo, não queria que ele se machucasse mais; apertei o botão da Pokébola para retorná-lo, mas ele piou alto e apontou para o céu lá fora.


O sol surgia lentamente no horizonte, fazendo o céu passar de azul para alaranjado e enfim branco, que se fundia também com o mar. Pollux não queria desistir. Queria descobrir o que meu pai biológico deixara para mim. Tornara-se o nosso objetivo, a nossa aventura, a Pollux não queria abrir mão disso, mesmo que tivesse de lutar daquele jeito. Ele era orgulhoso demais para parar. Um sorriso fraco surgiu no meu rosto.


Desculpe — eu disse e voltei-me para o nosso adversário. — Bubble Beam mais uma vez! O mais amplo que puder!


Determinado, Pollux elevou-se, estufando o peito e disparando mais bolhas da sua boca. Enquanto o fazia, mexia a cabeça em um movimento circular, fazendo as bolhas abrangerem uma área maior e sendo disparadas por toda a sala e a preenchendo. Herdier fazia o máximo para desviar-se, mas era atingido por algumas e perdia a concentração, não conseguindo ver muito além. Foi o momento perfeito para atacar. Antes que se recompusesse, Pollux avançou com tudo, seu bico brilhante e pontudo, atingiu o adversário com tudo, o jogando contra a parede com um estrondo. O cão caiu no chão desacordado, enquanto Pollux pousava ofegante, mas vitorioso.


— Herdier! — exclamou o guarda, acolhendo o seu Pokémon e o retornando para a Pokébola. Voltou-se para mim, enraivecido. — Isso não vai ficar assim, garoto! Eu vou chamar os outros guardas!


... Eu não tinha pensado nessa possibilidade. Fiquei paralisado, sentindo um frio tomar conta de mim, enquanto via o guarda correr na direção oposta. Estava tudo acabado. Eu seria preso, não descobriríamos o que há guardado ali e eu decepcionaria os meus pais. Meus olhos esquentaram e eu me segurei para não começar a chorar, quando ouvi um grunhido familiar do outro lado da sala.


MUNCH!


O guarda parara e à frente deste estava Munchlax. Como ele chegara até ali em cima, eu gostaria de saber, mas era bom ver um rosto amigo. Ele tinha uma expressão determinada no rosto também, provavelmente nos observara da escuridão. Porém, eu não sabia o que ele poderia fazer por nós naquele momento, até que elevou os braços. Assim que o fez, ele brilhou em uma forte luz azulada que engoliu também o guarda. Eu precisei fechar os olhos por não aguentar toda a luz.


— O... o que está havendo...? — pude ouvir o guarda dizer.


Abri os olhos. O guarda estava sentado no chão, com o olhar vidrado e perdido, e Munchlax estava do mesmo jeito, parecendo confuso. Meu cenho franziu-se, tentando entender o que se passava, até que me aproximei e o guarda me fitou sorridente.


— Como vai? — perguntou ele educadamente, o que me assustou ainda mais, me fazendo saltar para trás.


... Como... vai...? — perguntei, mais confuso que ele, até pegar a Pokedex e tentar entender o que se passava. Na tela estava escrito “Amnesia” e tudo se encaixou. Munchlax havia usado o movimento Amnesia para apagar as memórias do guarda e me permitir terminar o que viera fazer. Senti-me realmente feliz pela atitude de Munchlax, sorrindo para ele que, apenas de confuso, ficou com o rosto vermelho, mas acho que estava tonto demais para sair dali. — Melhor o deixar aí, uma hora o efeito deve passar — comentei, dando as costas ao guarda, mas Munchlax me seguiu.


Respirei fundo, seguindo até a porta de vidro. O sol erguia-se preguiçosamente do mar ao leste, pintando o cenário com quente e aconchegante alaranjado, fazendo com que o mar brilhasse ao seu reflexo. Era agora que eu deveria agir. Abri as portas de vidro e dei dois passos para frente, depois virei-me para a direita e andei mais cinco. Abaixei-me até ver o azulejo azul, praticamente igual a todos os outros. Fitei-o por alguns momentos, sentindo a ansiedade e empolgação tomarem conta de mim. Pousei a mão sobre o azulejo e o pressionei; a peça apitou e saltou para cima, revelando o mecanismo muito complexo. Dentro havia apenas uma caixinha de madeira. Pollux e Munchlax fitavam atentamente o objeto. Peguei-o em mãos e o abri; admito que não fiquei muito empolgado.


Era um pedaço de um quebra cabeça. Só isso. Não tinha nada de especial nele, além de que era um mapa de Sinnoh. Suspirei pesadamente. Havíamos feito tudo aquilo só por causa de um pedaço velho de quebra cabeça! Segurei-me para não amassar o pedaço de papelão e jogá-lo no mar, tentando encontrar alguma utilidade para aquilo.


O que vocês acham? — perguntei, mostrando o pedaço de mapa. Pollux apontou para o mapa, para que eu olhasse melhor. Abri o mapa do C-Gear e comparei-o com a peça. — É a cidade de Hearthome! Talvez a próxima pista esteja lá! — virei a peça ao contrário, e pude ler quatro palavras no seu verso, em uma caligrafia muito pequena. “Túneis do Amity Square”. Não era muito informativo, mas já tínhamos um novo rumo.


Apesar do tesouro desanimador, já temos um novo rumo, Hearthome City! — eu disse e os meus Pokémons concordaram animadamente. Ainda sorrindo, perguntei aos meus Pokémons: — Agora... como a gente sai daqui?


Pip...


Munch...
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Jornada - Página 2 Empty Capítulo IV - Encontro nada agradável

Mensagem por Marine Hosoki Sex maio 10, 2019 9:14 am

C A P Í T U L O IV — E N C O N T R O  N A D A  A G R A D Á V E L

”Meio de Fevereiro, Sol a céu aberto.” escreveu:
Depois que Pichu se juntou a nós, seguimos pela rota 211 por algumas semanas até que passamos pela rota 210 e chegamos até a rota 215, meus planos era de chegar em Veilstone antes do fim do mês. E claro, enfrentando muitos pokémons.


Rota 215, Sinnoh
Era por volta do meio dia, o sol quebra poderia queimar a pele de qualquer um apenas por ficar poucos minutos com contato direto, no entanto, aquilo não parecia ser um empecilho para Marine e Shinx. Ambos estavam diante de um pokémon selvagem, Shinx estava com a cara fechada, estava em posição de batalha e pronto para avançar. Marine ficou logo atrás junto de seu Pichu, a garota pegou o Pokédex e mirou no pokémon.
Pokédex escreveu:Jornada - Página 2 Hippopotas
Hippopotas, um Pokémon Hipopótamo.
Mesmo sendo pequeno, sua boca é capaz de abrir a um tamanho próximo ao de um Pikachu. Sua mordida é forte o suficiente para debilitar pokémons pequenos.

— Hora de batalhar Shinx! — dizia Marine mostrando empolgação, seria sua primeira batalha desde que saiu de Eterna.
Jornada - Página 2 Shinx VS Jornada - Página 2 Hippopotas

O azulado levantou uma das patinhas e logo a colocou de volta no chão, a cara estava fechada e algumas faíscas elétricas saíam da ponta do pelo de sua cabeça.

— Use o Charge! — dizia Marine e logo em seguida Shinx soltava uma carga elétrica na direção de Hippopotas.

O hipopótamo recebeu o ataque direto e demonstrou que iria ceder, no entanto, se colocou em pé e Investia na direção de Shinx.

— Shinx

— Evasiva! — o pokémon tentou desviar e recebeu o ataque do pokémon e voou um pouco longe. — Shinx! — virou na direção que seu pokémon tinha parado, uma pequena nuvem de poeira estava ao redor do azulado.

Shinx novamente se colocou em pé e solta a outra carga elétrica sem o comando de Marine, provavelmente uma maneira de retribuir o ataque dado por Hippopotas.

O hipopótamo cambaleou e Marine percebeu que ali era uma chance perfeita. Pegou uma pokébola de sua bolsa e a jogou na direção de Hippopotas. a pokébola se mexia de um lado para o outro várias e várias vezes, chegou a parar por cerca de um segundo e meio, até que se abriu e o pokémon escapou.

— Droga! Shinx use o Charge! — falava novamente e o pokémon novamente usava seu ataque elétrico.

Hippopotas conseguiu desviar e corria na direção de Shinx, ao ficar próximo a ele abriu a boca e abocanhou o azulado, deixando Shinx parcialmente debilitado.

— Shinx! — Marine quase correu para ficar na frente de seu pokémon, no entanto, Shinx utilizou mais uma vez do Charge, acertando Hippopotas em cheio.

O hipopótamo ficou totalmente debilitado e começou a fugir com as forças que tinha.

— Hmpf, fica no nosso caminho querendo briga e depois foge. Covarde.— Foi até Shinx para ver a situação que ele estava. — Tudo bem Shinx?

— Shinx!— sorria e afirmava com a cabeça apesar de todo o cansaço. Marine o abraçou. Pichu fez o mesmo com o amigo, mostrando que também estava preocupada.

— Eu sei que você não gosta, mas precisa se recuperar. — mostrou a pokébola para ele, o mesmo fez que sim com a cabeça e deixou que Marine o colocasse de volta na pokébola. — Por enquanto seguiremos nós dois Pichu. — pegou a Pichu no colo e continuaram seguindo pela rota 215.

O sol começava a se por e a noite estava para chegar, Marine e Pichu começavam a armar a barraca na qual iriam dormir naquela noite, buscavam alguns galhos na floresta para que pudessem fazer uma fogueira para preparar o alimento e se aquecerem. Conforme faziam as coisas, algo os observava por detrás das folhas de uma moita, os olhos acompanhavam a movimentação da dupla, mas sequer se movia. A noite caiu.

Marine preparou as rações para Pichu e tirou Shinx da pokébola para que ele pudesse se alimentar.

— Está melhor Shinx?— dizia se sentando próxima da fogueira, Shinx sequer esperou para responder e já devorava a ração. — Eu acho que isso é um sim. — dizia por entre algumas risadas.

Pichu segurava um pedaço da ração e comia tranquilamente. Marine comia algumas frutas que tinha colhido mais cedo na floresta.

Shinx foi o primo a terminar de comer, se ajeitou no colo de Marine e adormeceu, enquanto que Pichu ainda comia bem devagar, não estava com pressa de acabar. A morena acariciava o azulado em seu colo e olhava para Pichu, se lembrando das palavras de seu pai.

"Para capturar um Pokémon, é necessário lutar com ele para que se torne mais fácil a captura, é assim que é feito.

Olhava para Pichu, vendo que o mesmo foi de boa vontade apenas porque estava com fome, e provavelmente os seguia a um bom tempo. Para Marine, não era necessário lutar com os pokémons apenas para captura-los, era apenas uma questão de confiança, e apenas isso bastava.

— Pichu. — disse e o pokémon se virava para ela segurando um pedaço da ração na mão.

— Pi? — disse com a boca cheia.

— Você, confia em mim? — perguntava calmamente enquanto via Pichu a olhar e colocar devagar o pedaço de ração na boca.

— Pichu pi! — fechava os olhos e afirmava com a cabeça enquanto colocava mais um pedaço na boca.

Marine sorriu, não esperava ganhar a confiança de um pequeno pokémon apenas com comida, mas sabia que Pichu era bem novo, provavelmente tinha saído de um ovo a pouco tempo e estava sem rumo. Ela seria uma excelente Pichu.

A movimentação no arbusto foi percebida por Marine e o vulto saía rapidamente e ia na direção de Pichu.

— Pichu! — Marine alertou seu pokémon, segurou Shinx que dormia em seu colo e correu até Pichu, pegou o mesmo pela cabeça e o segurou em sua mão direita. Por ter sido um movimento bem rápido, perdeu o equilíbrio e acabou caindo no chão junto com seus pokémons, estava um pouco a frente do Pokémon que havia parado no chão e falhado em acertar Pichu. Por conta do fogo, o mesmo foi revelado. Tratava-se de um pokémon pequeno, a pele era em um tom verde escuro, quase cinza, tinha pequenas presas ao lado de sua boca e seus olhos eram familiares. Por sorte, Marine estava com o Pokédex no bolso, mirou nele e podia ver qual pokémon era.
POKÉDEX escreveu:
Jornada - Página 2 Axew
Axew , o Pokémon Dragão da Presa.
Sua aparência pode ser inofensiva, mas possuí um ataque poderoso. Uma de suas evoluções é conhecida como uma das mais fortes entre os tipo dragão.

— Um Axew, aqui, e à noite? — se perguntava conforme se levantava e via o olhar assassino de Axew.

Shinx havia acordado por conta do impacto e rosnava para Axew mesmo ainda no colo de Marine.

— Não! Você não vai batalhar com ele, ainda não se recuperou da última batalha. — reclamava para Shinx, enquanto sentia que Pichu saía de suas mãos.

O pokémon se colocou frente a frente com Axew, e soltava pequenas faíscas elétricas de suas bochechas. Marine também podia notar que Axew carregava uma marca em seu braço direito, era uma marca semelhante a uma pokébola, totalmente branca e, atravessando essa pokébola havia uma estaca negra, ela reconhecia aquilo, sequer teve tempo para demonstrar surpresa quando mais barulho nas moitas indicavam que havia algo mais ali.

— Então a minha irmãzinha está saindo em uma jornada pokémon. Que fofo. — a voz falava ironicamente por entre algumas risadas baixas. A figura apareceu de dentro da floresta e se colocou ao lado de Axew.

— D-Davos! — dizia se colocando em pé enquanto segurava Shinx que ainda rosnava.

— Dois pokémons elétrico com uma aparência fofa. Esperava mais de você. — sorria de maneira sádica

— O que você quer?! — agarrava Shinx e se preparava para pegar Pichu caso necessário.

— Um Pichu não é fácil de achar pela região de Sinnoh, tenho muitos clientes que estão buscando por ele. — ajeitava as luvas em suas mãos.
Jornada - Página 2 Pichu VS Jornada - Página 2 Axew

Marine se assustou e tinha uma ideia do que era.

— Contrabando de pokémons! — dizia assustada, chegando próxima a seu Pichu.

— Isso! Eu ganho muito fazendo esse serviço. A sensação de roubar um pokémon de alguém e dar para outro é maravilhos-

— Use o Thunder Shock Pichu. — deu o comando para seu Pichu interrompendo Davos.

— Pichu! — as faíscas de suas bochechas ficaram mais fortes e soltou a rajada elétrica na direção de Axew.

— Tsc, insistente. Axew, use o Dragon Pulse. — o pokémon realizava seu movimento para acertar Pichu. Axew acabou recebendo o ataque.

Shinx desceu do colo de Marine e usou de Investida no dragão o acertando em cheio.

— Não esperava ter problemas. Gible pode sair. — soltou a pokébola e o pokémon saiu

— Gible! — Marine mirou o Pokédex nele.
POKÉDEX escreveu:
Jornada - Página 2 Gible
Gible , o Pokémon Tubarão Terrestre.
Sua aparência lembra um tubarão, e vive muito bem no solo.

Jornada - Página 2 Pichu Jornada - Página 2 Shinx VS Jornada - Página 2 Axew Jornada - Página 2 Gible

— Você está dificultando as coisas Marine. Me entregue o Pichu e te deixarei em paz. — o rapaz falava já sem paciência.

— Vai pro Inferno! — disse com raiva e então seus pokémons já soltavam Algumas faíscas e atacavam, ambos com Thunder Shock.

— Axew use o Dragon Pulse. Gible use o Tackle. — os pokémons obedeceram ao seu comando e atacaram os pokémons.

O ataque de Pichu acertou Gible, que falhou em atacar Shinx, no entanto, o Dragon Pulse de Axew acertou Shinx e o ataque do azulado mudou de curso, em vez de acertar Axew, acabou acertando Gible que por fim ficou inconsciente.

— Pichu use o Thunder Shock, Shinx use o Charge agora! Acertem esse Axew! — dizia e logo seus pokémons faziam o que havia pedido.

— Tsc! Axew evasiv- — foi tarde, seu comando não fora escutado e Axew tomou os dois ataques ficando inconsciente. — Merda!

— Se quiser meus Pokémons, vai ter que ser mais forte que isso! — Marine dizia com a voz firme, sem fraquejar por um momento.

— Você teve sorte, mas na próxima eu vou tirar todos os pokémons de você! — pegou as pokébolas e guardou seus pokémons e virava de costas para ela. — Vou fazer da sua vida um inferno! — sorriu sadicamente e saiu.

O sol surgia no horizonte e Marine percebeu que havia perdido uma noite de sono.

— Já é dia. Mesmo assim vamos dormir, vocês mandaram bem hoje! — Marine apagou o fogo da fogueira e entrou na barraca com seus pokémons. — Pichu. Obrigada. — abraçou fortemente o pokémon, agradecendo a ele por ter se prontificado a lutar enquanto seu amigo estava sem condições.

Daquele dia em diante, Davos se tornaria uma pedra no caminho de Marine e de seus amigos. Enquanto não estragasse a vida de sua irmã, não descansaria, continuaria com o contrabando, mas precisaria cumprir com o pedido de um Pichu.

— Ela vai ver só, vou tirar aquele sorriso do rosto dela junto de seus pokémons. Ela que me aguarde. — o sorriso sádico ganhou espaço novamente em seu rosto e olhava admirado para uma pokébola que estava em suas mãos, esta se movia de um lado para o outro até que não se movia mais, indicando a captura de um pokémon.
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Marine Hosoki
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Mensagem por benjaminposs Ter maio 28, 2019 2:04 pm

Capítulo 3: Mais um dia, mais um amigo Pokémon

Eu acordei mais tarde naquela manhã, já era quase a hora do almoço. Após tratar de meus pequenos e novos amigos e brincar com ambos, resolvi leva-los para um passeio por Sinnoh.
Estava um sol caloroso com varias nuvens, perfeitamente equilibrado e assim não pegar uma insolação, e isso me fez pensar: não tenho um amigo de fogo ainda.

- Certo pessoal, vamos atrás de um amiguinho novo. Sei que não é meu foco ser um treinador, mas isso poderia me ajudar a buscar soluções e mais conhecimento para ajudar mais e mais pokémons e treinadores com problemas. Vamos para...Veilstone City! Que tal? A gente para um pouco antes, na Rota 214 para procurar o novo amiguinho.

Peguei um ônibus e partimos em direção a Veilstone City, passando pela Rota 222, em seguida a beira do Lago Valor, sempre tirando fotos, fazendo anotações e apreciando a paisagem.
Pedi para que  o motorista parasse no meio da Rota 214, pois queria dar uma olhada no ambiente.

Já entardecia quando chegamos, e provavelmente iria anoitecer assim que chegarmos em Veilstone City.
Pus-me a caminhar olhando para as florestas. Era bem próximo de morros e montanhas, com uma vegetação bem viva, mas agora trazia um ar bem sombrio ao crepúsculo.

- Certo amiguinhos, vamos ficar juntos.-disse aos meus amigos pokémon morrendo de medo.

Enquanto andava anotava trêmulo e "paranoicamente" em meu diário sobre o bioma.
De repente ouvi rosnados e latidos seguido de uivos que me fezeram arrepiar completamente e sentir um frio na espinha. Liguei a lanterna rapidamente e comecei a jogar pelas folhagens a procura do que poderia ser.

Uma matilha de Houndours.

Era um trio, felizmente estavam todos meus pokémons fora de suas pokebolas, mas a gente poderia se dar mal de qualquer forma.

- Amigos, preparem! Chespin, use seu chicote para empurra-los. Tentacool, use seu jato d'água neles, Shinx use sua descarga elétrica aproveitando que estarão parcialmente enfraquecidos pela água.

Minha outra sorte é que enquanto brincava com eles montava combos para situações de emergência. Eu não podia negar que minha voz mostrava o medo claramente.

Dois dos três Houndour correram, um deles estava nocauteado, provavelmente por ter sido o que levou maior dano.

- Achamos seu novo amigo pessoal. Houndour, você é meu!-Disse arremessando a pokebola.

Grund, grund...grund, grund...

Cla!

A pokebola se abre liberando de volta o Houndour. Ele parecia querer lutar mais, porém eu sabia que isso seria fatal.

- Vamos amiguinho, não se esforce... eu não quero te fazer mal, prometo cuidar de você.

Ele rosnava e olhava para os lados, vendo que os outros pokémons não estavam querendo mais feri-lo, etão sucumbiu mesmo irritado.

- Minha promessa é divida!- Disse arremessando a pokebola.

Grund, grund...grund, grund...

Clack.


- Isso aí! Agora temos mais um amiguinho para vocês!- disse mostrando a pokebola para os outros.- Vamos estamos quase em Veilstone City.

Caminhamos por mais alguns minutos até que chegamos em Veilstone.

Era como imaginava, rua "ladrinhada" por paralelepípedos, algumas vegetações, mas o que era mais comum é a cor acinzentada das ruas.
Dei um petisco para cada pokemon e os coloquei de volta em suas pokebolas, então fui a uma venda comer algo antes de voltar para Link City.

Chegando ao hotel tirei o houndour de sua pokebola. Ele ainda parecia nervoso.

- Desculpe... eu te tirei de seu lar, e te trouxe comigo. Prometo que não te farei mal... aqui, tome algo para comer!

Estendi a mão com uma vasilha de ração especial para tratamento de feridas em pokémons canídeos.

Ele avançou furiosamente o que me fez dar um grito e fechar os olhos.
Quando abri os olhos percebi que ele comia vorazmente a ração, certamente atacou-nos pois estava com fome.

- V-viu? Está tudo bem, não quero te machucar.- Disse levando minha mão até suas costas e levando um rosnado como resposta.- Okay, um passo de cada vez.


Pokémon Obtido
Jornada - Página 2 JEruH7s
Houndour
Gênero: Macho
Habilidade: Flash Fire
benjaminposs
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